Sincretismo Religioso
Ensaios: Sincretismo Religioso. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: iarahb • 8/6/2014 • 1.057 Palavras (5 Páginas) • 351 Visualizações
Curso de Pós Graduação Lato Sensu – História da Cultura Afro-Brasileira
O negro e a política: Lutas e Movimentos dos negros na sociedade brasileira contemporânea - Prof. Diamantino F. Trindade.
Texto reflexivo sobre as teorias de embranquecimento da população brasileira – séculos XIX/XX.
O “branqueamento da raça” e o “processo civilizatório” eram duas questões que permeavam as preocupações políticas das elites e dos governantes brasileiros durante o século XIX. Com a Independência do Brasil da Coroa portuguesa, em 1822, decorre a problematização da formação da nação, com a unidade do povo e, como consequência, com a nacionalidade brasileira.
Em 1824 já se desenhava na nova constituição a associação entre Estado e Nação e a intenção de formar uma identidade nacional, vinculando cidadania, nacionalidade e território. Mas qual “povo” seria digno de compor essa nacionalidade? O Brasil era formado por uma população mesclada por brancos, índios e negros, e no imaginário das elites políticas e intelectuais da época não ocorria que todas essas raças reuniam elementos para compor a nação. A proposta de associação entre o Império do Brasil e a Nação brasileira (Império = um Estado = uma Nação) ocorria em uma sociedade de base escravista composta por três grupos étnicos hierarquizados por critérios culturais e raciais: a boa sociedade (livre e proprietários de escravos, representados como brancos); a Plebe (livres, porém não proprietários de escravos e que não eram nem brancos nem negros) e os escravos (os que eram propriedade de outrem e não brancos). Isso não combinava com o conceito moderno de nação. Os dirigentes imperiais defendiam a escravidão, o que significava que a nação brasileira estava sendo forjada com outras “nações” no interior do mesmo território unificado e contíguo. No Rio de Janeiro usava-se o termo nação para identificar os escravos e os ameríndios – nação de cor (os escravos nascidos no Brasil, que mesmo que se tornassem libertos não podiam ser eleitores de segundo grau) e nação africana (escravos que mesmo que se tornassem libertos não se tornariam cidadãos brasileiros), tudo isso conforme a nova constituição (Mattos, 2005).
Na primeira metade do século XIX, cresce a consciência antiescravista no Brasil, após a proclamação da independência. Além disso, a Inglaterra passa a pressionar o Brasil para que finde o tráfico de escravos africanos, o que levou à promulgação da infrutífera Lei brasileira sobre o fim do tráfico em 1831. Essas questões causavam preocupações aos governantes e aos latifundiários no que concerne à mão de obra, especialmente nas lavouras, o que levou ainda na primeira metade do século XIX à importação de mão de obra estrangeira – os imigrantes. A imigração viria a solucionar o problema da mão obra em um país onde o trabalho era visto como aviltante pela população nacional livre, fosse qual fosse sua classe social. O trabalho era indigno e cabia aos escravos.
A cultura da sociedade brasileira era a de que o trabalho manual, em vez de enobrecer, era indigno e nenhum branco que se prezasse deveria dedicar-se a ele. Já na cultura europeia, a nobreza do trabalho manual, do trabalho na terra era uma ideologia (1982, p. 39)
Somado a esse fator, existia a preocupação com o processo civilizatório da nação. O Brasil era fortemente povoado por africanos que eram vistos como seres imundos, selvagens, bárbaros; seres que barbarizaram o país. A imigração podia solucionar este problema; o imigrante civilizaria o Brasil.
Outra questão favorável à imigração era o “aprimoramento e branqueamento da raça”, considerando a imagem coletiva que se tinha dos negros, sempre ligada à selvageria e barbárie. Os imigrantes chineses ou asiáticos passaram a ser recusados pelo Brasil a partir do terceiro quartel do século XIX, pois como pertenciam à raça amarela, eram desqualificados, assim como os negros, para o processo de branqueamento e aprimoramento da raça.
João Cardoso de Menezes e Souza, Barão de Paranapiacaba, defensor da imigração de europeus, incumbido pelo Ministro da Agricultura para promover
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