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Sobre Ser A História Ainda A Mestra Da Vida

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Por:   •  5/12/2014  •  889 Palavras (4 Páginas)  •  295 Visualizações

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Referência – Ainda será a História a Mestra da Vida?

CATROGA, F. – Estudos Íbero-Americanos, PUCRS, Edição Especial, n. 2 p. 7-34, 2006

O Autor traça ao longo do período histórico os métodos pelos quais a escrita da História foi realizada, com seus diferentes propósitos, abordagens e metodologias. O texto busca discernir a ideia de História na antiguidade, tanto da forma do relato como a metafísica envolvida na concepção de uma aparente direção e ensino cosmológico da ação e vivência humanas. Porém assinala que os prórpios antigos viam a narrativa da História como uma obra menor, carente de uma transcendência e demasiado presa a objetividade da concorrência dos fatos segundo o pensamento filosófico.

Algo bastante perceptível transmitido pelo texto é o caráter iminentemente autoral desse princípio da História, ligado a narração a partir da autoridade figurativa de quem a relata, como que emprestando à narrativa sua reputação ao contingenciar a informação algo que foi objeto de observação, audição de relato e exame das informações imediatas, dentro das propostas de abordagem quem vão de Heródoto à Cícero em um progresso de ruptura das mitologias em direção aos fatos.

Esse processo demanda a percepção de uma linearidade a partir da escrita da história no qual esta se escreve em um determinado sentido, como que perseguindo um objetivo que dará consistência final, como se um projeto de final coordenasse o progresso desde seu início, como algo idealizado a partir de certo momento, como que a satisfazer as demandas filosóficas como as de Aristóteles de um tempo circular reconstrutivo.

Assim, nessa concepção grega, a coleção de fatos sucessivos descritos necessitavam de uma ordenação que lhes desse um corpo para lhes conceder coerência. Deste modo a História recebia a concepção de enredo da história posto que se torna um sistema hermético, delineado, com forma e volume que lhes emprestam sentido. Nesse papel social em que a historiografia representava a vitória contra o esquecimento, dando a humanidade o caráter de perenidade e sobrevivência relativas ao indivíduo e as relações sociais a tornavam comparável aos monumentos erguidos em nome desta memória.

Portanto o desenvolvimento da historiografia como um modelo pedagógico do comportamento pessoal e social consistia então a construção de uma mentalidade cívica dentro da cultura civilizatória de então. É nesse contexto que surge a compreensão de Cícero da História como mestra da vida, ao apontar os regimes cíclicos retroalimentados dos processos sociais, ainda que não fatalista, das possibilidades iminentes consequentes às escolhas e ações realizadas.

Posteriormente com a cristianização da civilização as características da historiografia foram atravessadas por conceitos metafísicos religiosos que guiaram e tabularam os limites e direções que a historiografia fosse conduzida de modo a ser compatibilizada com os preceitos religiosos e que levam a periodização do tempo histórico, a função da História como modelo proselitista. Algo notável é sua característica institucionalizada na qual desaparece o indivíduo como autor do relato, sendo marcadamente um relato contínuo e anônimo indiscernível de suas particularidades e do testemunho. A historiografia perde assim sua matriz pedagógica-cívica e inaugura um período de moralidade e virtude como objeto final.

Chegando a modernidade surgem pensadores que dedicam considerável esforço para contruir uma nova teoria de tempo histórico, abordando diferentes matizes de idéias da serventia, aplicação e forma do tempo histórico, mas ainda

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