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SÍNTESE COMPARATIVA ENTRE OS PARADIGMAS DA HISTÓRIA

Por:   •  14/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.161 Palavras (5 Páginas)  •  244 Visualizações

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SÍNTESE COMPARATIVA ENTRE OS PARADIGMAS DA HISTÓRIA

  • Positivismo

A máxima da história positivista é de que os métodos e técnicas aplicadas às ciências sociais devem se assemelhar aos das ciências naturais. Tais leis naturais guiariam a evolução da sociedade, que era entendida como um corpo dividido em diversas partes, cada qual com sua função, assim como na natureza. Deveria haver a cooperação de todas as partes desse “corpo social”, sempre guiado pela “ordem” visando o “progresso”; dessa maneira, a humanidade seria conduzida ao bem público e individual.

Essa aproximação das ciências naturais pelas ciências sociais levaria o historiador a analisar suas fontes sem colar nelas algum “juízo de valor”, tornando-se neutro. Ele dissecaria os fatos históricos como se fossem objetos em um laboratório e estudaria o homem através de métodos e lógicas.

Sendo assim, sob a perspectiva positivista, só existiria a história do passado, já que na contemporaneidade o historiador estaria envolvido.

  • Historicismo

Em contrapartida ao positivismo, o historicismo surge tendo como máxima o subjetivismo realista, já que o historiador seria incapaz de desprender-se de sua subjetividade.

Dessa maneira, as abstrações e classificações próprias das ciências naturais são inaplicáveis aos estudos históricos, pois essas constituem o domínio das coisas seguras e recorrentes, enquanto a História é única, mutante e fugidia. Logo, o historiador só poderia aspirar a uma “compreensão intuitiva” dos feitos do passado.

O historicismo se opunha aos paradigmas positivistas na medida em que se orientava a partir de determinadas diretrizes específicas: primeiramente, buscava-se o estudo das particularidades históricas, em oposição as grandes generalizações  encaminhadas pelo positivismo; segundamente, contestava-se a busca de leis gerais – comuns ao positivismo -, dando espaço para uma concepção da História como ciência do particular, que não se ajustaria às proposições positivistas que buscavam aproximar as concepções das ciências sociais às concepções das ciências naturais.

Sob essa perspectiva, identifica-se uma tríade do pensamento historicista: a) relatividade do objeto histórico; b) especificidade metodológica da História; c) subjetividade do historiador. Sendo assim, subentende-se uma crítica ao método utilizado por muitos historiadores positivistas, pautada no sentido de que não basta recortar as informações de determinados documentos, elas devem ser interpretadas. Para o historicismo, o objeto a descobrir não é simplesmente o acontecimento, mas o pensamento nele expresso. Logo, a História como ciência confirmava o singular como seu principal objeto de investigação, aprimorando seu discurso relativista.

  • Marxismo

O marxismo se propõe a analisar os fatos históricos a partir de uma base econômica que conduz a uma teoria materialista; essa, discorre sobre assuntos como a religião, a moral, a filosofia e a razão. Dessa maneira, as leis econômicas determinariam o curso dos acontecimentos humanos e a organização da sociedade – em contrapartida às leis naturais do positivismo.

É importante ressaltar que Marx não rompe com postulados historicistas, mas assenta-os em bases materialistas. Para ele, não é possível estudar história segundo as representações e ideias que os homens fizeram de sua vida, ação e época, visto que sua explicação não se encontra nelas mesmas, mas sim, nas condições concretas em que se passaram.

Para o marxismo, o historiador não deve ser passivo em relação a história; ele tem como objetivo descobrir, e interpretar as leis econômicas que regem o desenvolvimento social a fim de ar aos homens a capacidade de participarem da história com total consciência do seu movimento.

Pode-se dizer que o marxismo apresenta três hipóteses principais para a “ciência histórica”:

1. Ênfase nas contradições, priorizando os conflitos sociais, valorizando a harmonia, a unidade e a continuidade entre os diversos grupos sociais; 2. O conhecimento sobre uma sociedade não está nas atividades individuais ou coletivas em si, mas sim na estrutura econômico-social, revelada pela correspondência entre as forças produtivas e as relações de produção; 3. Os homens fazer a história e podem transformas o mundo e a si mesmo através de sua ação. Tal ação se dá no contexto de luta, seja contra a classe social adversária, seja contra a natureza.

Sendo assim, percebe-se que o método marxista, diferente do positivista e do historicista, consiste na descoberta da estrutura interna das formações sociais, ou seja, o modo de produção que está oculto sob o funcionamento visível da sociedade. Ademais, pode-se dizer que as teorias positivistas tenderiam a representar o interesse de grupos dominantes e a conservação dos interesses das elites, enquanto as teorias marxistas teriam uma orientação reformista, baseada na conquista de benefícios às classes menos privilegiadas.

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