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Transição da Antiguidade para a Idade Média

Por:   •  5/12/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.081 Palavras (13 Páginas)  •  1.307 Visualizações

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

História – 3º SEMESTRE

                               

               Diego Caldeira Da Silva Sousa

3º SEMESTRE –  Atividade INTERDISCIPLINAR

Transição da Antiguidade para a Idade Média

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Belo Horizonte

2018

3º SEMESTRE – Atividade INTERDISCIPLINAR 

                                                       Trabalho apresentado ao Curso de História

da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Transição da antiquidade para a idade média – 3º Semestre.

Tutor a distância: Priscila Cassola

Belo Horizonte

2018


1. INTRODUÇÃO

         Neste trabalho iremos abordar os detalhes da Transição da Antiguidade para a idade média   Com o objetivo de Compreender como a historiografia é produzida, levando em conta o lugar, a prática e a escrita do historiador. Analisar diversas interpretações historiográficas sobre a transição da Antiguidade para a Idade Média.

2. DESENVOLVIMENTO

     Parte 1 :

  • Os debates sobre as continuidades e rupturas entre a Antiguidade e a Idade Média antes do surgimento do conceito de Antiguidade Tardia O nascimento do conceito de Antiguidade Tardia e o debate entre os historiadores sobre seus marcos inicial e final. ♣ O atual embate historiográfico sobre as continuidades e rupturas.

              Através desta pesquisa examinaremos o período de passagem da Antiguidade para a Idade média, bem como as discussões teóricas dos historiadores sobre o mesmo. Além disso, o estudo em questão deve compreender como os homens desta época lidaram com as mudanças, tão numerosas e complexas, que vão do social ao econômico. Foi um período dinâmico, que trazia novidades nas estruturas materiais e sociais, trazendo também uma nova visão de mundo e do sagrado, o que provocaria novos comportamentos na sociedade da época. Ademais, até meados do século XX, prevaleceu a perspectiva pessimista, identificada pelo dogma de “declínio” imperial. Em reação a tais premissas surge o conceito de Antiguidade Tardia que, ao enfatizar a noção de “transição”, ameniza o conteúdo catastrófico das análises e dispensa noções relacionadas, como a das “trevas” medievais. E em resposta às limitações desta perspectiva, alguns autores sugerem a noção de Primeira Idade Média. Assim, de acordo com Peter Brow, historiador irlandês, ver esse período como uma melancólica história da “queda e fim do Império Romano” seria bastante cômodo e simplista, em lugar de se perceber as novidades que começariam neste período. Dessa forma, “devemos observar as constantes mudanças e as continuidades que ocorreram nesse processo histórico.”

              Foi convencionado chamar de Idade antiga o período da história em que se desenvolveram as primeiras civilizações. Por esse último termo, devemos entender a formação de uma cultura mais complexa, como componentes sociais, políticos e econômicos; onde o trabalho começou a ser organizado em benefício da humanidade, implicando na construção de cidades e no entrelaçamento de redes comerciais e intercâmbios de várias ordens entre os povos. Existe uma controvérsia para delimitar o início da Antiguidade, alguns teóricos defendem o ano 3.500 a.C, quando surgiram as primeiras civilizações ocidentais. Esta é a datação mais aceita, aquela  presente nos livros didáticos da história. Contudo, outros consideram o ano 6.000 a.C, quando surgiram as primeiras civilizações na Mesopotâmia e a escrita cuneiforme. Já em relação à data que marca o final da Idade Antiga existe um consenso, é o ano 476, quando a cidade de Roma foi invadida pela primeira vez pelos chamados bárbaros. Uma data importante que simboliza o fim do Império romano, apesar de sua influência

Algumas discussões: Peter Brown e Jacques Le Goff.

Peter Brown no prefácio de seu livro o Fim do Mundo Clássico (BROWN, 1972) chamara a atenção recorrentemente, no que respeita ao último período do mundo antigo (200-700), para que observemos seu constante recurso entre as mudanças e as continuidades. Ver este período como uma melancólica história da “queda e fim do Império Romano” seria muito mais cômodo e simplista, em lugar de se perceber as novidades que começariam neste período. Porque a Europa torna-se cristã, o Oriente mulçumano; porque surge uma nova arte, a abstrata, e uma nova literatura, são questões que ele se impõe e demonstram a complexidade e a pujança do período, visto por alguns, contudo, como simplesmente o fim, a decadência de uma época. O estudo deste período é, sobretudo, segundo Brown, uma busca de ver e perceber como os homens desta época lidaram com a mudança, isto é, com um período dinâmico, que trazia novidades e engendrava nossas estruturas materiais e sociais, assim como, novas mentalidades, pois inaugura uma nova visão de mundo e do sagrado, que conduziria e estabeleceria novas maneiras de pensar e agir. 2 As mudanças foram numerosas e complexas. Vão do social e do econômico, das modificações claras e melhor documentadas, às relações do homem consigo próprio e com seu próximo; com a religiosidade, suas atitudes e sensibilidades. E quanto a este último aspecto, importar-nos-á hoje, como tem importado aos historiadores mais recentes, as transformações das sensibilidades e das concepções religiosas, do sagrado e sua relação com o humano, menos publicas e menos aclaradamente documentadas e analisáveis, mas igualmente decisivas para se entender este período.

Por sua vez, Jacques Le Goff, (LE GOFF, 2005:54) refletindo sobre os momentos históricos de transição, como o período que ora nos ocupa, onde se vêem sobretudo rupturas, passagens abruptas, prefere não considera-los tão radicais assim. 2 Ver sobretudo a primeira parte “A última revolução romana”, em que demonstra uma mudança cada vez mais significativa no campo do social, abrangendo a política, a literatura, as formas de pensar e de agir diante da sociedade e do outro. Explorará também, a nosso ver magnificamente, o homem deste período diante de sua nova religião, o cristianismo, e as mais diversas formas que este assumiu, e não só aclarando suas manifestações mais exteriores, como a Igreja cristã e sua estrutura, principalmente em relação com o Estado, mas também como esta nova religião suscitou movimentos e formas de ser e sentir bem mais múltiplas e heterogêneas, aquelas que diziam respeito mais ao homem interior e privado, mas sempre sensível de ser investigado por sua relação com o outro, por exemplo, com uma comunidade afim, como a monástica. Alétheia - Revista de estudos sobre Antigüidade e Medievo, volume único, Janeiro/Dezembro de 2008. ISSN: 1983-2087 Deste modo, não só no período considerado Antiguidade Tardia pode o medievalista encontrar traços da antiguidade, mas mesmo posteriormente a este. Por outro lado, traços da medievalidade, já se encontram no denominado período Antiguidade Tardia. Assim, se este período já não é “Antigo”, pois não compreende mais a “Antigüidade Clássica”, também não é medieval. Por outro lado os que o vêem como “baixo”, “decadente”, porque olham a partir da Antiguidade, reconhecendo-a como a “idade de ouro”, podem vê-lo igualmente como “ascendente”, “primeiro”, “alto” se voltarem seus olhares a partir de medievalidade que o sucede. O professor Le Goff prefere assim a dupla continuidade/virada em detrimento de ruptura. Temos talvez, a respeito deste período, mais uma evolução de muitas de suas estruturas sociais e mentais, em intensidades e temporalidades diferentes, do que uma mudança total e assaz, pois as mudanças (econômicas, políticas, sociais, religiosas), nem sempre, ou quase nunca, são simultâneas. Quando estas acontecem simultaneamente, poderíamos falar de uma troca de períodos, mas como isto é improvável, e mesmo impraticável, pois as estruturas sociais, por mais que se transformem mais ou menos concomitantemente, evoluem primeiro que as estruturas mentais, teríamos que continuar afirmando que não há ruptura radical entre uma época e outra, ou mesmo uma mudança de período a curto prazo, menos ainda a curtíssimo prazo, não podendo vermos, por exemplo, a data de 476, como o fim da Antigüidade e inicio da Medievalidade. A Antigüidade Tardia, termo aceito e empregado por Le Goff, deve ser vista assim, como um período específico, 3 (LE GOFF, 2005: 55) em que se está, dependendo do ponto de vista, de quem olha da Antiguidade ou da Medievalidade, em ambos os períodos e ao mesmo tempo em nenhum deles efetivamente

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