África Para Professores

Apresentação

A África é um grande continente rico em diversidades culturais, étnicas e política, além disso possui uma grande fauna e flora, compondo grandes cenários para grandes histórias. As maiores riquezas desse continente ainda permanecem escondidas pelo número de mazelas que assolam os países, como guerras e doenças epidêmicas. Mas será mesmo que a África é uma única coisa? Uma unidade cultural como entendemos muitas vezes? O continente africano é o terceiro continente mais extenso do planeta Terra, atrás da Ásia e da América, é também o segundo continente mais populoso da Terra, atrás apenas da Ásia. Composto por 54 países, o continente africano não é só palco de doenças, miséria e embates políticos, é também um lugar de grandes culturas e diversidades étnicas, sendo assim podemos considerar a África um continente de pluralidade histórica, quer dizer que, nesse contexto, existem muitas histórias a serem contadas sobre a África que passam muito além das tragédias noticiadas.

Quando falamos sobre África o período da escravidão é o fato mais lembrado e grande parte da História ancestral dos países africanos ficou de lado no período escravocrata, isso porque o colonizador fez questão de apagar toda a riqueza cultural que cada indivíduo tinha consigo, então a partir do momento que eram capturados como escravos e retirados de seus países de origem, eram forçados a deixar toda sua ancestralidade e toda sua cultura. Muitos aspectos dessas culturas foram divididos conosco, povos brasileiros, pelos escravos vindos de regiões distintas da África, isso quer dizer que foi compartilhado conosco desde a religião até as brincadeiras, histórias e contos.

Hoje é possível conhecer muito mais da África e sua singularidade do que era possível em tempos atrás, sendo assim nossas fontes de busca aumentaram consideravelmente e hoje podemos saber inúmeras curiosidades sobre os povos africanos: sobre suas formas de cozinhar, seus desenhos animados, suas tecnologias, seus livros, suas danças e músicas, sua arte. Iremos apresentar aqui um pouco sobre a literatura, brincadeiras e a história de algumas rainhas que lutaram por seu povo para preservar suas terras e cultura ancestral da dominação europeia.

Mapa político da África

A expansão do cinema e das produções de animação

A indústria dos desenhos animados e dos filmes sempre seguiu um padrão de histórias medievais e europeias, nesse contexto esqueceram de revelar grandes histórias de outras regiões como a Índia e a África, por exemplo. É verdade que a grande produção norte-americana ainda não foi deposta do primeiro lugar de produção e consumo de seus conteúdos, mas Bollywood, indústria de cinema indiano, cresce consideravelmente assim como a indústria nigeriana de cinema, Nollywood.

A Nigéria tem a terceira maior indústria de filmes, apelidada de Nollywood. Quase toda a produção consumida no país é produzida lá mesmo, cerca de 90% dessa produção é nigeriana e é muito consumida por lá. Uma grande característica é que esses filmes contam o cotidiano atual e contam histórias reais dos povos e nações. Os desenhos animados também vêm ganhando proporções maiores e expandindo a ideia de contar História da África para crianças. Um bom exemplo são desenhos como “Bino & Fino” que conta a história de dois irmãos que moram com os avós, “Mama e Papa”, e ensinam um pouco sobre história da África de uma maneira bastante divertida.

”Bino & Fino” não são exceções da produção de animação vindas do continente africano. Outros exemplos como ”Kiriku e a feiticeira Karabá” se juntam a essas riquezas que contam um pouco de história e nos apresenta a riqueza cultural.

Ao perceber que o vilarejo onde mora corre um grande perigo por ameaça de uma feiticeira, o pequeno Kiriku e seu tio correm contra o tempo e contra todos os inimigos para salvar o vilarejo e sua família. No meio de tantos obstáculos o pequenino Kiriku encontra Karabá, a grande feiticeira que ameaça seu vilarejo e descobre o seu segredo. Em sua saga o garoto e seu tio encontram novos amigos e enfrentam com muita bravura os inimigos.

“Yellow Fever” é uma produção queniana que conta a história de meninas que veem suas vidas presas aos padrões de beleza europeus e em certo momento tentam recuperar a autoestima de suas raízes.

Ainda existem muitos contos que tem suas histórias contadas em forma de animação, um bom exemplo disso é o conto “O filho do vento” que teve sua história adaptada para uma animação.

O conto fala sobre a história de Nakati e do Filho do Vento. Nakati e o Filho do vento se tornam amigos, brincam todos os dias, mas Nakati não sabe o nome do seu amigo e tenta descobrir, mas o Filho do vento tem um segredo sobre seu nome que a mãe de Nakati sabe. O conto é de origem do povo bosquímano, povo nômade que habita o deserto do Kalahari e esse conto tem o intuito de explicar os furacões e tempestades de vendo.

Os Contos

O conto é uma narrativa breve que apresenta personagens, ponto de vista, narrador, enredo. Um conto narra histórias, cria universos, seres e conta acontecimentos.

A literatura dos países do continente africano é vasta e sempre tem uma boa moral. Nos conta sobre ancestralidade, história e a realidade de cada povo. Como em alguns mitos, alguns contos pretendem nos revelar algo que é “oculto” ou inexplicável, por uma perspectiva singular. Como aqui no Brasil onde as lendas e contos narram a formação de florestas, por exemplo, como e por quem essas florestas e sua fauna são protegidas. Os contos de origem da cultura africana também têm esse intuito, o de explicar fatos que compõem a sua cultura. Mas a literatura não parou nos contos e nas histórias ancestrais, existem grandes autores como Chimamanda Ngozi Adichie, uma grande escritora nigeriana que é autora de obras como “Hibisco Roxo”, que conta a história de Kambili e de como o extremismo católico de seu pai não deixa com que ele veja as riquezas dos cultos ancestrais e a importância que eles têm para o povo nigeriano.

Outra das obras de Adichie é “A coisa à volta do teu pescoço” que fala sobre doze mulheres memoráveis que lutam no continente africano e na América pela preservação dos seus valores de origem.