A ATIVIDADE QUE SE SEGUE ABAIXO DEVE SER ENTREGUE NO DIA 27/04, IMPRETERIVELMENTE

ATIVIDADE 4o ANO

LITERATURA BRASILEIRA II

OBS: A ATIVIDADE QUE SE SEGUE ABAIXO DEVE SER ENTREGUE NO DIA 27/04, IMPRETERIVELMENTE.

A ATIVIDADE DEVE SER REALIZADA EM DUPLA.

Para a realização da atividade, é imprescindível a leitura de História Concisa da Literatura Brasileira, de A. Bosi (p.341-346; 375-376).

Leia o trecho abaixo, retirado de 1930: a crítica e o modernismo, de João Luís Lafetá (p.19-38):

O estudo da história literária coloca-nos sempre diante de dois problemas fundamentais, quando se trata de desvendar o alcance e os exatos limites circunscritos por qualquer movimento de renovação estética: primeiro, é preciso verificar em que medida os meios tradicionais de expressão são afetados pelo poder transformador da nova linguagem proposta, isto é, até que ponto essa linguagem é realmente nova; em seguida, e como necessária complementação é, preciso determinar quais as relações que o movimento mantém com os outros aspectos da vida cultural, de que maneira a renovação dos meios expressivos se insere no contexto mais amplo de sua época. [...]. Decorre daí que qualquer nova proposição estética deverá ser encarada em suas duas faces (complementares e, aliás, intimamente conjugadas; não obstante, às vezes relacionadas em forte tensão): enquanto projeto estético, diretamente ligada às modificações operadas na linguagem, e enquanto projeto ideológico, diretamente atada ao pensamento( visão de mundo) de sua época.

A partir do excerto transcrito acima e da leitura do texto acima indicado, responda: o Pré-Modernismo pode ser considerado como uma manifestação literária que funde projeto estético e ideológico? Explique

De acordo com o autor João Luís Lafetá (1930), literatura é forma e conteúdo, em todo o movimento de renovação, em todo o movimento cultural, seja do arcadismo para o romantismo, do romantismo para o realismo ou parnasianismo, sempre ele se da pelos planos da expressão e conteúdo.

Diferente de João Luís, Alfredo Bosi considera o “Pré-Modernismo” como movimento inclusive fala sobre isso em sua obra “História Concisa da Literatura Brasileira” (1978), o autor considera que o Pré-Modernismo “(no sentido forte de premonição dos temas vivos em 22) são tudo o que, nas primeiras décadas do século, problematiza a nossa realidade social e cultural” (p.345, 1992).

Segundo Bosi (p.345-346, 1992), o grosso da literatura anterior à semana de arte moderna em 22, foi pouco inovador, com isso,

“caberia ao romance de Lima Barreto e de Graça Aranha, ao largo ensaísmo social de Euclides, Alberto Torres, Oliveira Viana e Manuel Bomfim, e à vivência brasileira de Monteiro Lobato, o papel histórico de mover as águas estagnadas da belle époque, revelando, antes dos modernistas, as tensões que sofria a vida nacional”.

Alfredo Bosi em “História Concisa” e “O Pré-Modernismo”, o autor diz que o Pré-Modernismo apresenta um elemento conservador, mas também um elemento renovador que é justamente a questão ideológica, que é a literatura que se quer participante, engajada, que se quer problematizadora da sociedade nacional brasileira, olhar crítico para a realidade social. Já o elemento conservador é o projeto estético, pois tem uma retomada do modelo narrativo anterior, não tem uma nova forma de expressão.

Podemos perceber        que o Pré-Modernismo é uma manifestação literária parcialmente nova devido ao fato de ter mudança no projeto ideológico e não estético, ou seja, traz uma narrativa linear, própria de um romance social/realista, tem começo, meio e fim delineado, tem um narrador que organiza o texto, tempo cronológico, tudo herdado dos movimentos anteriores.

Houve também no Pré-modernismo o discentrimento, ou seja, à focalização de outros espaços, como por exemplo, a obra de Barreto (Triste Fim de Policarpo Quaresma) é narrada no subúrbio de Rio de Janeiro, não fica mais voltada as áreas ricas da capital do país como nos movimentos anteriores. Diferente do modernismo que existe um projeto estético e ideológico, o pré-modernismo tem uma renovação apenas ideológica.

Em ”Negrinha”, por exemplo, há uma diferença, uma crítica da época, mas isso não justifica o ato de ser considerado pré-modernismo, porque isso é apenas uma mudança no conteúdo e não estético precisaria de uma mudança no conteúdo e estético, pois nota-se que o conto apresenta apenas o plano ideológico, ou seja, o que muda é apenas o conteúdo e não sua forma.

Ainda na Obra de Lobato “Negrinha”, existe a representação do Marginal, em que o narrador adere a causa de Negrinha, ele tem simpatia, sente pena da protagonista. A narrativa quer pontuar a não voz da Negrinha, ela não fala, apenas se submete ao poder opressivo de Dona Inácia, que é o poder do Branco, a crítica da obra é que mesmo tendo sido abolido a escravidão, ela ainda continua. O Tema da Obra de Lobato é de renovação, pois ele problematiza a realidade social da época, que vem a ser o projeto ideológico.