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A Adaptação de clássicos literários

Por:   •  4/11/2017  •  Ensaio  •  816 Palavras (4 Páginas)  •  316 Visualizações

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Adaptar os clássicos é o meio mais apropriado para conseguir bons leitores?

Os clássicos literários são livros escritos por nomeados autores da Literatura e fornecem aos leitores conhecimento. Embora sejam fontes de saber, muitos não gostam de lê-los, pois julgam como um tipo de leitura mais trabalhosa.  Recentemente, encontramos pessoas que defendem que adaptar esses textos para uma linguagem mais acessível é a chave para atrair os jovens que tanto “fogem” deles. Há também quem defenda que isto não é concordante  por motivos aos quais serão comentados mais tarde. É importante saber qual das opiniões é mais coerente, já que de um modo geral, o assunto em questão interfere no contexto educacional.

Adaptar uma obra clássica não é tão simples como aparenta ser. Mexer em um livro e mudar suas palavras, faz com que perca a essência daquilo que o autor quis expressar. Como será que Machado de Assis se sentiria ao saber que toda sua dedicação gasta para fazer o que mais gostava (escrever) seria substituída por simples palavras? Porém não tão simples, aliás são palavras que mudariam tudo o que ele queria dizer. Não pensamos somente nele, mas qual seria a reação de José  de Alencar? Castro Alves? João Guimarães Rosa? Enfim, de todos os admiráveis escritores de nossa Literatura brasileira.

É nítido perceber que a obra deixa de ser original, seria como desprezar o trabalho de pessoas que marcaram nossa literatura com textos belíssimos, que revelam sentimentos e  coisas da natureza humana.

Outra questão que também pode ser discutida é sobre o motivo de fazer a moldagem no livro. As pessoas desejam atrair leitores, principalmente os jovens, portanto arriscam no mais fácil. Eis o equívoco: a adaptação só faz com que o vocabulário do aluno seja mais pobre, ele não abrirá sua mente a descobrir novas palavras, enriquecer sua escrita e conhecer a história. Por trás de cada linguagem de um clássico, há também uma história, seja do povo, daquela época, daquele século. Esses tipos de textos nos fazem descobrir coisas, mas tais coisas só são possíveis se lermos exatamente como são.  

Com uma linguagem mais simples, ele só será mais um texto. O aluno deve se expandir, subir as estacas e não ficar sempre na mesma.

Em uma página da internet, Danilo Venticinque, editor de livros da revista Época e colunista, comenta sobre a adaptação do livro O Alienista, de Machado de Assis, e defende isso como algo positivo, afirmando que em vez de destruir a obra, cada nova versão ajuda a divulgá-la e aumentar seu alcance. Os livros de Machado de Assis não serão banidos das livrarias e da internet. Eles sempre estarão disponíveis para quem preferir lê-los no original e que  não há motivo para histeria.

Mais tarde, quase encerrando seu texto, Venticinque diz que o que chama sua atenção no discurso de quem critica as adaptações de Machado  é a falta de propostas. Se adaptar Machado de Assis é uma heresia, o que deve ser feito para incentivar a leitura no Brasil?

Sabemos que mesmo com as adaptações, os clássicos ainda estarão disponíveis nas livrarias, porém não é esta a preocupação maior. Se houverem livros mais simplificados, as pessoas não se interessarão em ler a obra original, já que ela é mais difícil. Assim, escolherão o mais fácil e o mais rápido, e seria a mesma coisa que jogar os originais fora. Com a adaptação poucas pessoas irão procurar os originais e eles serão livros esquecidos e empoeirados nas prateleiras de todo Brasil. Não podemos nos esquecer do valor que possuem, não podem e não devem ser substituídos por coisas simples.

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