A Análise Semiótica Do Conto Infantil “Branca De Neve”
Por: edsonprofletras • 2/3/2023 • Artigo • 5.858 Palavras (24 Páginas) • 121 Visualizações
ANÁLISE SEMIÓTICA DO CONTO INFANTIL “BRANCA DE NEVE”
Edson de Oliveira
RESUMO
Este Artigo é resultado da realização de pesquisas bibliográficas que, apresentam a Semiótica como Ciência da linguagem, orientadas por meio de um percurso metodológico de caráter qualitativo que tem por objetivo analisar o conto “Branca de Neve.” A análise de tessitura discursiva versa sobre os resultados da investigação, por meio de uma abordagem que prioriza o percurso gerativo de sentidos que possibilita compreender como o texto é arquitetado para que os sentidos sejam construídos e manifestos.
Palavras-chaves: Semiótica. Signos. Investigação. Texto. Sentidos.
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1 Graduado em Letras e Pedagogia. Especialista em Estudos Linguísticos e Análise Literária, Gestão Educacional. MBA em Liderança Sustentável e Coach Executivo.
- INTRODUÇÃO
Este Artigo Acadêmico tem por objetivo principal analisar o conto “Branca de Neve” à luz de conhecimentos semióticos, a partir de uma abordagem metodológica de caráter qualitativo, com foco no percurso gerativo de sentidos cuja investigação vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto.
Por meio de pesquisas bibliográficas é possível acompanhar o processo evolutivo dos estudos semióticos marcados no tempo e no espaço. No tempo, os registros históricos apontam para a Idade Antiga; no espaço, o endereço da Grécia é indicado como ponto de partida da disseminação desses conhecimentos para o mundo da cultura em diferentes áreas do conhecimento humano.
A organização articulada com os elementos pretextuais, textuais e pós-textuais deste Artigo faz dele um todo coeso e coerente.
Em se tratando dos elementos textuais, que configuram o cerne do eixo temático, é pertinente acrescer que, estão distribuídos em três seções: Desenvolvimento, Metodologia e Analise do Percurso Gerativo de Sentidos do Texto, sendo o texto supramencionado, o objeto de investigação, analisado em três níveis que apresentam, sucintamente, como o mesmo é arquitetado para que os sentidos sejam construídos.
A seção do Desenvolvimento, construída a partir da evocação de estudiosos cujas contribuições para o conhecimento cientifico resultante de seus esforços envidados dão lastro às discussões que estão subdivididas em três etapas.
Quanto a Metodologia corresponde a seção na qual está descrito o método empreendido na elaboração deste Artigo para explicitar como foi realizado o processo da pesquisa e construção do corpus mesmo.
Sobre a seção intitulada “Análise do Percurso Gerativo de Sentidos do Texto” vale ressaltar que, trata-se de um espaço privilegiado, no qual os conhecimentos adquiridos e sistematizados na primeira seção são colocados em jogo e relacionados aos procedimentos descritos na segunda, para se constatar, na prática, o que foi depreendido como resultado das pesquisas realizadas para confeccionar este trabalho e continuar sendo utilizados em diferentes situações estudos e aprofundamentos do tema.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO
A Semiótica surgiu, historicamente, na medicina grega, durante a Idade Antiga, século II d. C., com a finalidade de analisar diagnósticos de doenças.
Na Idade Moderna, no final do século XVII, “John Locke postulou uma doutrina dos signos com o nome de Semiotiké” (¨Nöth, 1995). Já na era Pós-moderna, com a evolução dos estudos semióticos, na Europa e nos Estados Unidos, durante os séculos XIX e XX, esses estudos que focalizavam os símbolos e imagens, estabelecem relação com a linguística, pragmática, semântica, sintaxe, filosofia, etc., mas fundamenta-se nas diferentes manifestações da linguagem como conjunto intersubjetivo dos signos, sem relegar os conhecimentos supracitados. “É por meio da linguagem que o homem põe em jogo suas relações com os outros no mundo”, Gomes (1997).
Por isso, toda forma de linguagem configurada nas matrizes verbal, visual e sonora apresentam-se revestidas de uma ideologia, encarada na concepção de mundo adotada a partir da posição ocupada por quem produz, analisa ou interpreta o que diz determinado conteúdo (texto) e como o conteúdo está organizado para que os sentidos se realizem ao dizer o que pretende.
Os principais semioticístas são Peirce (1839-1914) nos Estados Unidos e Greimas (1917-1992) na França.
Peirce - cientista, filósofo e lógico – é considerado o fundador da Semiótica moderna que amplia a noção de signo e linguagem a partir de sua visão lógica, que transcende o estudo do signo linguístico ao propor o estudo do signo verbal, ou seja, comunga com o objetivismo realista que rompe o método de experimentação e estabelece o da metafísica.
Segundo Santaella (2001), “Peirce foi o anunciador da tese anticartesiana de que todo pensamento ocorre em signos, na continuidade dos signos”.
Greimas – linguístico – foi o precursor da Semiótica na Europa. Destaca-se por pesquisas baseadas na analise estruturalista da Semiótica e da narratologia, cujos estudos e analise apóiam-se no “texto como unidade-base de investigação, e elege a narrativa como princípio organizador de qualquer discurso”, Santaella (1983).
Na concepção greimasiana, a Semiótica utiliza-se do percurso gerativo de sentidos em seu processo investigativo que considera o plano do conteúdo e o plano da expressão.
O percurso gerativo de sentido é uma sucessão de patamares, cada um dos quais suscetível de receber uma descrição adequada, que mostra como se produz e se interpreta o sentido, num processo que vai do mais simples ao mais complexo, (FIORN, 2008, p. 20)
Dado o contexto espaço-temporal-ideológico que caracteriza tanto Peirce como Greimas, vale acrescer que, a Semiótica apresenta diversas facetas e, por conseguinte, possibilita que um mesmo objeto seja analisado de diferentes pontos de vistas e se obtenha diferentes sentidos sobre ele.
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