A Bibliografia em Letras
Por: Julio Cesar Varella Hernandez • 23/9/2021 • Bibliografia • 1.171 Palavras (5 Páginas) • 133 Visualizações
Bibliografia é a fonte de onde se retira uma determinada informação que está especializada na pesquisa de textos impressos ou multigrafados para indicá-los, descrevê-lo e classificá-los com a finalidade de estabelecer instrumentos (de busca) e organizar serviços apropriados a facilitar o trabalho intelectual.[1] A bibliografia pode ser ainda distinguida entre "descritiva" (ou "analítica") e "enumerativa".[2]
A bibliografia activa' é o conjunto de obras escritas por um determinado autor, enquanto que bibliografia passiva designa o conjunto de obras que se debruçam sobre um determinado autor.[3]
Num sentido mais restrito, bibliografia pode se referir ao produto da atividade descrita acima, isto é, uma lista estruturada de referências a livros ou outros documentos, designadamente artigos de periódicos, com características comuns, como o mesmo autor ou o mesmo assunto[4]. É constituída por referências bibliográficas, ou seja, pela identificação de cada uma das obras que constitui a bibliografia, mediante elementos como o autor, o título, o local de edição, a editora e outros.
Índice
1 História
1.1 No Brasil
2 Referências
3 Bibliografia
4 Ver também
História
Embora a palavra "bibliografia" somente tenha surgido em 1633, a atividade que ela designa remonta à Antiguidade: catálogo, repertório, índice, inventário, e todas as formas pelas quais os eruditos têm procurado reunir, sobre um assunto, ou dentro de uma disciplina, a informação mais completa.
A primeira bibliografia publicada data de 1494 (Liber de scriptoribus ecclesiasticis)[5]. Já a primeira bibliografia universal é de 1545 (Biblioteca Universalis, de Conrad Gesner)[6]. A primeira bibliografia nacional é inglesa, e foi consagrada aos escrivãos (John Bale, 1549)[7].
A partir do século XVIII, a bibliografia se diversificou, tornando-se uma "ciência do livro", apurada no século XX com as técnicas de documentação.
Mais recentemente, com a invenção do meio virtual, a palavra "bibliografia" pôde englobar não somente seus sentidos com livros e documentos impressos ou manuscritos, mas também com os ditos e-books e outros meios de publicação digital, entre eles a Internet.
No Brasil
Em perspectiva histórica, a publicação de levantamentos das obras editadas no Brasil é relativamente descontínua[8].
A Biblioteca Nacional (BN), desde 1847, mesmo ano em que lhe foi concedido o privilégio do "depósito legal", foi encarregada de realizar uma bibliografia nacional. No entanto, a execução desta foi intermitente. De 1886 a 1888, saiu o Boletim das acquisições mais importantes feitas pela Bibliotheca Nacional. Mais tarde, foi publicado o Boletim bibliográfico (1918–1982), depois renomeado Bibliografia brasileira (1983–1995)[9][10]. Hoje, a BN possui catálogos disponíveis na internet[11].
Em 1938, o Instituto Nacional do Livro (INL) também foi encarregado da mesma atividade: publicou uma Bibliografia brasileira, anual, de 1938 a 1955, e de 1962 a 1967. No período intermediário (1956–1964), publicou a seção "Bibliografia brasileira corrente", na Revista do livro (de publicação irregular: 1956–1970, 2002, 2006–2011, 2015–). O INL publicaria ainda a Bibliografia brasileira mensal, de 1968 até 1972, quando foi descoberta esta sobreposição de funções entre o INL e a BN[12][13].
Entre 1952 a 1967, o setor editorial privado (sob comando de Áureo Ottoni, do próprio INL) publicou o Boletim bibliográfico brasileiro (BBB, também chamada Revista dos editores), a única bibliografia nacional regular impressa pelo setor no Brasil na segunda metade do século XX[14].
No final da primeira metade do século XX, surgem as primeiras bibliografias acadêmicas abrangentes de estudos sobre o Brasil, com O que se deve ler para conhecer o Brasil (1945), livro de Nelson Werneck Sodré, e Manual bibliográfico de estudos brasileiros (1949), de R. B. de Moraes e W. Berrier[15].
Em 1939, por iniciativa particular, Antônio Simões dos Reis lança o periódico Euclydes, uma biblografia quinzenal[16]. Mais tarde, faria outras tentativas[17].
Entre 1968 e 1969, o setor editorial — o Centro de Investigação e Divulgação (CID), junto à Editora Vozes, de Petrópolis — publica a Bibliografia classificada, bimestral[18].
Em 1969, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) lança a primeira bibliografia atualizada de livros didáticos e livros técnicos[19].
José Heydecker, livreiro exportador da Atlantis Livros, começou a publicar, em 1972, o periódico mensal Livros Novos, que durou quase dez anos. Em 1974, é publicada também a efêmera Presença do Livro, com a seção "Roteiro bibliográfico"[20].
A Editora Brasiliense publicaria, entre 1978 e 1984, a revista de crítica Leia livros, a qual continha listas regulares de lançamentos de livros[21][22].
Em 1980, a Livraria Nobel, de São Paulo, elaborou o Catálogo brasileiro de publicações (CBP), atualizado regularmente. Inicialmente constituído de microfilmes, contou, mais tarde, com dados computadorizados. Em 2000, o CBP passou para a Superpedido[23].
A propósito da computação, no início (1978), fez-se pouco uso do sistema International Standard Book Number (ISBN) no Brasil, que remonta à editora britânica Whitaker, nos anos 1960, talvez pelo fato de a agência brasileira do ISBN ser administrada pela BN, em vez de associações da classe editorial (Snel, ou Câmara Brasileira do Livro – CBL)[24].
Fora do setor de livros literários e afins, o levantamento de publicações governamentais é ainda mais fragmentado. Em 1981, a Biblioteca da Câmara Federal
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