A Crítica Literária
Por: soarespaaula • 24/9/2015 • Trabalho acadêmico • 1.332 Palavras (6 Páginas) • 362 Visualizações
Crítica Literária
Com o surgimento de obras, como livros, houve uma necessidade de analisar as semelhanças e diferenças entre as produções. Com isso, a partir do século XIX há uma discussão entre pessoas com pensamentos críticos que buscam por um estudo aprofundado do que é considerado literário e o que não é.
Existem variados métodos para exercer a “crítica literária” e a maneira usada baseia-se no próprio texto, ou seja, de acordo com o tipo de obra, o crítico utiliza o modo mais apropriado para a análise do texto.
Correntes Críticas
- Formalismo Russo
Por volta do século XIX, a Rússia encontrava-se em um período turbulento, devido à grande Revolução Russa. Essa revolução atingiu as criações artísticas que eram presentes nesta época - o que desencadeou uma das maiores correntes críticas, que recebera o nome de “Formalismo Russo”.
Tzvetan Todorov promoveu as ideologias dos formalistas, contando com a ajuda de um de seus mais importantes membros: Roman Jakobson. Os formalistas tinham por objetivo cientificar a literatura, visando as características intrínsecas do texto, tornado autônomo quem o escreve. Acreditavam que a literatura deveria ser estudada tendo a linguagem poética como um de seus objetos de crítica.
"O que nos caracteriza não é o formalismo enquanto teoria estética, nem uma metodologia representando um sistema científico definido, mas o desejo de criar uma ciência literária autônoma a partir das qualidades intrínsecas do material literário." – EIKHENBAUM, Boris (Globo, 1976 – coletânea de textos chamada de Teoria da Literatura)
Por outro lado, os membros do movimento marxista acreditavam que os textos não eram pensamentos ou experiências dos autores, mas uma realidade material que se permitia analisar. O formalismo entrou em conflito com o marxismo, uma vez que suas ideias eram contrárias.
"A poesia é linguagem em sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determinada obra uma obra literária. E no entanto, até hoje, os historiadores da literatura, o mais das vezes, assemelhavam- se à polícia que, desejando prender determinada pessoa, tivesse apanhado, por via das dúvidas, tudo e todos que estivessem num apartamento, e também os que passassem casualmente na rua naquele instante. Tudo servia para os historiadores da literatura: os costumes, a psicologia, a política, a filosofia. Em lugar de um estudo da literatura, criava-se um conglomerado de disciplinas mal-acabadas. Parecia-se esquecer que estes elementos pertencem às ciências correspondentes: História da Filosofia, História da Cultura, Psicologia, etc., e que estas últimas podiam, naturalmente, utilizar também os monumentos literários como documentos defeituosos e de segunda ordem. Se o estudo da literatura quer tornar - se uma ciência, ele deve reconhecer o 'processo' como seu único 'herói'." – JACKOBSON, Roman.
- Nova Crítica (New Criticism)
O New Criticism teve início por volta de 1920, embora tenha recebido este título na década de 1940 nos Estados Unidos da América. Os principais críticos deste movimento eram: Thomas Stearns Eliot, autor da obra: “Tradition and the individual talent”; Ivor Armstrong Richards, que produziu o livro “Principles of Criticism” e William Empson, com a sua obra “Seven types of ambiguity” de 1930.
Embora este movimento crítico tenha acontecido com uma finalidade bastante parecida com o Formalismo Russo - revolucionar a ideia de crítica literária – não se encontra uma relação histórica entre as duas ideologias.
Eliot pensava que o texto literário era algo diferente de um mero pensamento e sentimento do autor, que o individualismo deveria passar a ser um conhecimento técnico.
“A única maneira de expressar a emoção em forma de arte é encontrar um "correlato objetivo", em outras palavras, um grupo de objetos, uma situação, uma cadeia de eventos que serão a fórmula dessa emoção particular, de modo que quando os fatos externos, que devem terminar em experiência sensorial, são fornecidos, ele evoca imediatamente a emoção”. (T.S. Eliot - Hamlet and his problems In: The Sacred Wood, 1920:53)
O New Criticism tem como ideia, descartar o contexto em que tal obra foi feita, visando um estudo mais profundo de cada obra. Os “new critics”, como eram chamados, entendiam que, mesmo que os sentimentos do autor tenham se manifestado durante a produção do texto, não se deve levar em consideração tais sentimentos e, assim, fazer uma leitura detalhada da obra, para que esta possa ser compreendida.
- Teoria da Recepção
Teve seu início na metade do século XX na Alemanha. A estética da Recepção, como assim também era chamada, conta como participantes da ideologia, os teóricos: Hans-Georg, Wolfang Iser e Hans Robert Jauss, autor da obra “A História Literária como um Desafio à Teoria da Literatura” de 1970.
Segundo Jauss, o leitor tem uma importante participação nos livros: não seria possível existir um bom livro, sem a existência de um bom leitor – diferente das ideias do formalismo e marxismo. O movimento defendia sempre a ideia de que o relacionamento entre leitor, autor e obra é variável, ou seja, de modo que os anos passam, a maneira como o ‘receptor’ lê tal obra pode ser diferente da maneira como esta era lida nos anos anteriores.
Conforme a corrente ganhou força, se estendeu até os Estados Unidos – onde encontrou mais um seguidor importantíssimo: o norte-americano Stanley Fish. Stanley afirmava que não há um conceito definitivo para as propriedades da literatura, mas que a estética da recepção (ER) era “uma descrição do processo histórico pelo qual tais propriedades emergem”
Para os membros da teoria da recepção, a interpretação de cada leitor dada às obras literárias é influenciada pelo próprio ‘público alvo’, seja pela idade, gênero, ou até mesmo pelo simples fato de serem pessoas distintas dando um sentido único para um mesmo texto. Por este motivo, era sempre enfatizada a importância de um leitor ativo e consciente de tal importância.
- Estruturalismo
Tradando – se de termos literários, o estruturalismo tem significado bastante relacionado com a teoria dos signos de Ferdinand Saussure – um dos maiores estudiosos da estrutura da língua -. Foi implantado no ramo literário por volta de 1960, visando transmitir à literatura as definições e os estudos básicos encontrados na teoria de Ferdinand.
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