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A ENTREVISTA COM DOCENTE

Por:   •  24/9/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.556 Palavras (7 Páginas)  •  112 Visualizações

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ANEXO 1 – Entrevista

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE HISTÓRIA

LETÍCIA RODRIGUES DOS SANTOS – 007201944005

ENTREVISTA COM DOCENTE

Entrevista de formação entregue à disciplina de Estágio Supervisionado em Ensino Médio sob a orientação do Prof. Me. Lucas da Silveira Andrade como requisito parcial para obtenção de média semestral.

Petrópolis, RJ

2022

CURSO DE HISTÓRIA

COMPONENTE: ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ENSINO MÉDIO

INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste em uma entrevista, onde a docente/ orientadora no campo de estágio, Fabiana Leite S. Vianna será entrevistada pela aluna Letícia Rodrigues dos Santos, aluna do 7º período do curso de História da Universidade São Francisco. Tal entrevista tem por objetivo apresentar reflexões referentes a realidade escolar e algumas percepções pessoais da discente, sobre como está sendo o estágio obrigatório.

A professora entrevistada, Fabiana Leite S. Vianna, possui formação e experiência profissional na área de Normalista (2002) e em História, Filosofia e Geografia (2013), atua no turno da manhã como professora de História no Ensino Fundamental e Médio, no Colégio Lápis de Cor.

ENTREVISTA

O que te motivou a ser professora de História? Em algum momento de sua vida, já repensou sobre essa decisão?

– O que me motivou a lecionar História foi o fato de já gostar de História, sempre fui muito ligada as ciências humanas, não me vejo fora dessa área. História foi uma escolha que veio antes da escolha de ser professora. Antes de entrar na faculdade de História eu já estava envolvida na área da educação, mas o que me incentivou a lecionar essa disciplina foi a vontade de deixar um legado, muitas vezes os fatos históricos, a descoberta do passado tem ficado de lado, e isso me motivou ainda mais a querer lecionar História, na tentativa de levar para a sala de aula a importância da história em nossas vidas, mostrar que a História não é chata, não é apenas estudar pessoas que já morreram, mas sim atrelar a História a nossa vida. Nunca repensei essa decisão, sempre senti que a sala de aula era o meu lugar e lecionar História é o meu legado.

Diante do atual cenário (fim do ensino remoto/ híbrido, retorno total das aulas presenciais), qual tem sido a maior dificuldade encontrada em sala de aula?

– Com o fim da pandemia, realmente ficamos com um novo desafio, que não era só se adaptar ao retorno presencial, mas sim trazer ferramentas que utilizamos no ensino remoto para dentro de sala de aula. O ensino online as vezes não tinha muita aproximação, mas tinha a tecnologia que trazia dinâmicas interessantes para a aula. Agora, um desafio que estou enfrentando é trazer a tecnologia, todos os recursos que eu tinha em casa para a sala de aula.

Outro desafio é o emocional, alguns alunos durante o período remoto conectavam na aula e iam fazer outras coisas, estavam na aula, mas não estavam. Na aula presencial, muitos continuam com esse comportamento, eles têm apresentado muita dificuldade para se concentrarem na aula. A ausência da rotina escolar fez com que o emocional e a concentração deles ficasse fragilizado, mesmo se tratando de um Ensino Médio. Nosso cérebro precisa de estímulo e eu sei que muitos ali em sala, durante esses dois anos, não tiveram estímulo algum. As vezes sinto que estou falando sozinha, ninguém está absorvendo nada, então a estratégia que tenho utilizado é desligar um pouco o conteúdo e ligar com a necessidade de cada um.

Você acha que existe a necessidade de repensar o ensino de História no contexto escolar?

– Sim, temos que estar constantemente reformulando a forma de ensinar em sala de aula, não só a disciplina de História. Com o passar das gerações, há novas vivências e nós professores temos que nos ajustar a elas. O ensino de História não fica atrás, não é porque estudamos o passado que temos que estudar o passado sempre daquela mesma forma, temos que estar sempre repensando e reformulando a nossa forma de ensinar, a técnica de ensinar. Eu observo que em cada turma que eu leciono, eu tenho técnicas diferentes para ensinar. Tenho algumas turmas que consigo dialogar mais, em outras tenho que usar mais a tecnologia, ou seja, não existe um molde. Busco sempre a estratégia que funciona naquela turma em específico, às vezes essa mesma estratégia muda de aluno para aluno. Então precisamos sempre repensar a nossa metodologia e a nossa visão da história, os nossos livros didáticos têm passado por reajustes históricos, o que é muito importante, mas vai muito além disso. É preciso sempre estar atento ao feedback dos alunos para conseguir engajar determinado conteúdo histórico de uma maneira que faça sentido para eles.

Qual a sua opinião sobre o Novo Ensino Médio?

– A reformulação do Ensino Médio é algo muito necessário para o ensino, mas ainda estamos diante de muitas lacunas, por exemplo se o ensino de humanas for todo arraigado a uma só disciplina, o retorno dos “estudos sociais”, como isso será planejado? Como isso será feito? Ao mesmo tempo, é possível ter expectativas e pensar “legal, conseguiremos unir todas as disciplinas e trabalhar de forma detalhada a área humana”. Também acho legal o aluno ter a escolha do que estudar, é importante poder escolher suas aptidões, suas disciplinas, seus itinerantes, mas fico preocupada que eles acabem não tendo conhecimentos de áreas importantes, e que isso faça com que tenham apenas uma única visão das coisas.

Mas sabemos que muitos boatos ainda cercam o Novo Ensino Médio, as escolas ainda estão se ajustando.

Você concorda que “A reforma do Ensino Médio traz um futuro incerto para o ensino da História”?

– Creio que a reforma traz um futuro incerto para a educação como um todo, principalmente por conta da questão mitológica que ronda essa reforma, tudo ainda é muito novo, principalmente para os alunos. Só daqui a alguns anos iremos descobrir no que resultou essa reforma, quando estivermos colhendo os frutos dela.

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