A ESCOLA DA PONTE RESENHA ACADÊMICA
Por: Nielson1605 • 26/11/2022 • Resenha • 1.525 Palavras (7 Páginas) • 87 Visualizações
ALVES, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 7.ed. Campinas: Papirus, 2004. 120 p.
Resenhado por: Nielson Juan Pinheiro Rodrigues
Rubem Alves nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais, Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary, Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Seminário Teológico de Princeton (Princeton Theological Seminary), ademais, foi docente na Faculdade de Educação da UNICAMP e, em 1979, professor livre-docente no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) daquela universidade. O supracitado, é autor de 120 obras que abrangem desde a Pedagogia à Literatura infantil, alcançando a Filosofia e também a culinária. Dentre as diversas obras compostas por Rubem Alves, destacaremos uma, em específico: A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. Publicada pela editora Papirus, no ano de 2001, vale salientar que, esta obra, não foi redigida apenas por Rubem Alves, houve também, a contribuição de outros autores. O livro relata a história de uma escola que existe há 25 anos em Portugal, sob a direção de Jose Pacheco, cujo nome da escola é Escola da Ponte. Esta, é diferente das demais; crianças de faixas etárias distintas, convivem e são doutrinadas juntas. Nesta escola, os alunos decidem o que estudar, sob a orientação de um professor que, valoriza demasiadamente a autonomia de seus alunos. O prefácio abre as portas da leitura com um enfático texto de Ademar Ferreira dos Santos, enaltecendo a educação e, o projeto de educação da Escola da Ponte, onde o escritor torna-se também um personagem, como visitante, de uma escola que ele sempre sonhara, sem imaginar que ela pudesse existir.
O PÁSSARO NO OMBRO-
Neste primeiro capítulo redigido por Fernando Alves, jornalista, português, expressa a satisfação que obteve ao estar ao lado de Rubem Alves e ouvir as estórias (fatos imaginários), quando estiveram na escola da Ponte. Ele evoca um poema de Ruy Belo, contado, então, por Rubem Alves que, traz consigo um parábola sobre os pássaros que voam com liberdade, que encantam e se encantam por onde passam; as diversas cores simbolizam a abundância de visitas às diversas regiões que, ao partir, sentem saudades; contudo, tendo a ciência de que, podem retornar quando desejarem. Por fim, o pássaro, que “pousa no ombro”, trecho do poema, caracteriza-se como um símbolo ao poder que inibe o “olhar do bruxo”, que possui um olhar doente e infecciona a todos. Este poema faz uma analogia à educação atual e a educação na Escola da Ponte.
KOAN –
No primeiro, dos sete capítulos redigidos por Rubem Alves, há o uso de uma narrativa alegórica, com o cunho de situar o leitor na Escola da Ponte e a metodologia que é empregada. Koan significa a arte de ensinamentos dos mestres Zen, uma rasteira que estes aplicavam na linguagem de seus discípulos; o autor deseja enfatizar que a sua visita representou uma rasteira naquilo que ele esperara encontrar na Escola da Ponte. Ao chegar, foi bem recepcionado pelo diretor, sob trocas de amabilidades, em seguida, transmite a incumbência para uma menina de noves anos de idade para mostrar-lhe a escola, a mesma realiza este encargo com propriedade e responsabilidade, deixando-o perplexo. Rubem Alves descreve esta experiência afirmando que, talvez, não haja a possibilidade de ser reduplicada.
QUERO UMA ESCOLA RETRÓGRADA-
Neste capítulo, Rubem Alves utiliza-se da teoria proposta por Karl Max que descrevia a manufatura despontada em sua época, para referir-se à Escola da Ponte como uma contraparte da escola moderna. Na analogia proposta pelo autor, a escola moderna é considerada como uma linha de montagem, compostas por anos e/ou séries. Os professores acrescentam nos alunos, os saberes e habilidades que, irão compor o produto final; ao término do procedimento, os discentes serão produtos análogos, que estarão habilitados para ingressarem no mercado de trabalho. A escola retrógrada a qual Rubem Alves sonha é a escola artesanal que, a priori, ele julgava não existir, até encontrar a Escola da Ponte.
A ESCOLA DA PONTE (1-5)
Em Escola da Ponte 1, Rubem Alves compartilha as principais formas como se dá o ensino na Vila das Aves. Sua ida até Portugal se deu através de um convite realizado pelo professor Ademar Santos, após a leitura de um livro antigo, redigido por Rubem Alves. Ao receber a incumbência de mostrar a escola ao visitante, a menina explica que aquela escola não é organizada em classes separadas, a forma em que eles aprendem se dá a partir de limitados grupos, abordando um assunto específico, durante o prazo de 15 dias, orientado pelo (a) professor (a). Também foi apresentado a ele, uma sala repleta de crianças, incluindo as que tinham síndrome de Down. Nesta escola, as crianças aprendem a ler, através de frases inteiras, todas as frases eram escritas pelos alunos, simbolizando o que eles estavam vivendo. No capítulo posterior, é apresentado um instrumento pedagógico, o computador do “Eu acho bom” e “Eu acho mau”. Neles, os alunos expressavam-se sobre as coisas boas e más que aconteciam na escola. Ademais, é destacado também, a aparição de um tribunal que, tem por função instigar às crianças ao aprendizado, fazendo com que as mesmas reflitam sobre os seus erros. Por fim, Rubem Alves destaca que o conhecimento pode ser captado sem que haja o uso dos programas de ensino que, embora possuam boas intenções, por vezes, acabam exaurindo as crianças. Dando prosseguimento ao livro, Rubem Alves relata no capítulo 3 a questão da boa memória, questionando a serventia dos programas de ensino. Ele afirma que o planejamento estudado, embora esteja sendo cumprido, não é vivenciado pelos alunos.
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