A Evolução crítica evolutiva da epopeia
Por: Joshua Bruno • 12/6/2018 • Trabalho acadêmico • 4.322 Palavras (18 Páginas) • 329 Visualizações
RESUMO TEORIA ÉPICA
É passível de perda a evolução crítica evolutiva da epopeia, ou seja, por questões peculiares as críticas que contribuiriam para o crescimento da epopeia estão desaparecendo por ausência de uma teoria épica que é fundamental para acompanhar a estruturação da epopeia e suas mudanças. Teoria essa que é abrangente e de acordo com as diferentes manifestações do discurso, pode acompanhá-las, não limitada a um só corpus. Partindo-se deste princípio, não se pode tomar como base, por exemplo, a crítica de Aristóteles como base para conceituar as outras manifestações do discurso, pois foi limitado a apenas um assunto, surgindo um erro caso seja tomada para outras manifestações.
Podemos dizer que o discurso é o que está claro na poesia, poema ou prosa e a manifestação é a forma como é retratada a significação, os conceitos que a predominam, por exemplo, caso haja uma predominância do antropocentrismo podemos dizer que é renascentista e é a partir daí que são diferenciadas as manifestações. Portanto, analisando tais características é necessário entender que, é preciso criar uma teoria que possa englobar todos os tipos de manifestações , sabendo suas origens, etc.. Podemos dizer que a epopeia está classificada em gênero narrativo por possuir as mesmas características, personagem, tempo, entre outros, porém, não pode ser confundida com a narrativa de ficção pois a epopeia e tem a consciência lírica, significação... E também é preciso fazer uma ressalva em relação ao modo como é feita a narrativa de ficção que é composta por fatores surreais, diferenciando-se misto. também da epopeia, pelo fato de na epopeia haver uma mistura entre o real e o maravilhoso, um poema.
• A Natureza da Matéria Épica
Evidenciando que a matéria épica é a fusão do real histórico com o mítico processada ao nível da realidade objetiva, deve-se destacar que esta se constitui de duas dimensões, a real e a mítica, de tal modo que a matéria épica tem como base um fato histórico que ao tornar-se algo grandioso e fantástico recebe uma aderência mítica, o que resulta nessa fundamental fusão.
Destarte, coloquemos em pauta uma realização literária específica de uma matéria épica, a epopeia, que estrutura-se em dois planos, o histórico, isto é, a dimensão real; e o maravilhoso, que refere-se a dimensão mítica. A interação natural entre ambas é imprescindível para a ocorrência do relato e do herói épico; tal herói é resultante da condição humana, um ser mortal, atrelada à condição mítica, maravilhosa, imortal, que lhe confere as características de heroicidade. Há, portanto, uma exigência épica na fusão dos dois planos, alicerces da epopeia, para, deste modo, haver a transfiguração do relato e do herói.
• Modelos Épicos
A formulação teórica deve acompanhar as transformações estruturais da epopeia , que distinguem as manifestações do discurso épico e para identificar as diferentes manifestações do discurso épico são propostas 3 categorias, que com base em uma concepção literária e na articulação de certos elementos estruturais, são assim apresentadas: modelo épico clássico, modelo épico renascentista e modelo épico moderno.
• Modelo épico clássico
No modelo épico clássico se destaca o distanciamento do narrador diante da matéria narrada. Nesse modelo, a narrativa épica é estruturada pelo acontecimento histórico, o autor recebe a matéria épica pronta, processada ao nível do real, impedindo sua participação no mundo narrado (narrativa em 1ª pessoa), tendo o uso da 3ª pessoa. A matéria épica é composta por uma aderência mítica sobre um fato histórico, e então, pronta ao autor épico. Daí, o autor épico não cria a matéria épica, mas apenas a realiza em epopéia. Esse personagem histórico, humano e mortal, para se tornar um herói épico, precisa romper a barreira do real mediante a transfiguração mítica, esse fato dá condição necessária para alcançar a categoria de herói. Porém, o herói épico tende agenciar também a dimensão mítica da matéria épica, e então, passando do histórico para o maravilhoso. Esse fato se faz através da grandiloquência, que são feitos espetaculares e episódios fantásticos.
Como dito, o narrador épico fica impedido de participar da elaboração da matéria épica, isso favorece a inalterabilidade de ânimo, que seria o comportamento do personagem e uniformidade métrica, que seria a invariabilidade dos versos.
E para completar a sistematização do modelo épico clássico, é necessário acrescentar uma consciência lírica aliada ao fio narrativo. É essa consciência lírica que integra a expressão formal na estrutura narrativa e formaliza o maravilhoso.
• Modelo Épico Moderno
A concepção de manifestação moderna não segue a função dos seus elementos estruturais; consideram a evolução natural da arte e de novas concepções literárias. Não tem especificação épica e assim não são capazes de admitir a evolução da epopeia. Na concepção modernista, possibilitamos a realização estrutural da epopeia, determinando o mítico da matéria e a elaboração da matéria narrada. Já nos modelos clássico e renascentista, a epopeia se torna o plano histórico (real) para o maravilhoso.
No épico moderno, a fusão do mítico com o real faz com que o poeta estruture a mítica como forma de representação histórica não alterando sua natureza, continuando reconhecível no que é real, formando a matéria épica. A consciência lírica, na epopeia moderna, integra narrador e herói ampliando o papel da consciência lírica na estruturação do relato. Ela se limitava a exigência épica na estrutura narrativa que, com a mudança, promoveu a participação do narrador e do mundo narrado.
A estrutura das epopeias clássica e renascentista no narrativo se dá com a instância narrativa dominante que integra a lírica, enquanto na moderna, a instância lírica é a dominante e integra a instância narrativa.
O processo literário de criação faz com que a existência do homem se relacione à dinâmica do mundo, permitindo que a imagem de realidade seja interpretada na imagem do mundo literário.
A arte moderna tenta relacionar a existência do homem com o vazio, tratando-a como dimensão existencial do conflito humano, assumindo a falta de sentido em sua existência e buscando resgatar sua identidade perdida. Por isso a narrativa moderna tem sido denominada absurda, mágica e fantástica, como forma de questionamento do vazio. A epopeia moderna centra-se na dimensão
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