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A Obra Poética De Drummond Em Quatro Fases

Por:   •  8/10/2023  •  Artigo  •  5.525 Palavras (23 Páginas)  •  79 Visualizações

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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. BIOGRAFIA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

2.1 Affonso Romano de Sant’Anna

2.2 Alfredo Bosi

2.3 Antônio Candido

3. A OBRA POÉTICA DE DRUMMOND EM QUATRO FASES

3.1 Primeira Fase: Fase Gauche (consciência e isolamento)

3.2 Segunda Fase: Fase Social (“eu menor que o mundo¨)

3.3 Terceira Fase: Fase do “não” (filosófica)

3.4 Quarta Fase: Fase da memória (memorialista)

4. CONTEXTO HISTÓRICO DA FASE SOCIAL DE DRUMMOND

5. ANÁLISE DO POEMA “MÃOS DADAS”

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INTRODUÇÃO

A poesia de Carlos Drummond de Andrade é amplamente conhecida e estudada no Brasil e no mundo. Seus versos, marcados pela simplicidade e pela profundidade, tratam de temas universais como amor, morte, tempo e solidão. Neste trabalho, propomos uma abordagem do poeta a partir de informações histórico-estéticas e análise de um de seus poemas, "Mãos Dadas".

Para tanto, faremos uma revisão bibliográfica dos principais estudos sobre a obra de Drummond, buscando compreender a sua importância no movimento modernista, contexto histórico e cultural em que o poeta viveu e produziu. Além disso, analisaremos as fases de sua escrita e realizaremos uma análise crítica do poema de uma fase social, buscando identificar suas principais características estéticas e temáticas, bem como sua relação com a obra do autor como um todo.

É importante destacar que este trabalho não pretende oferecer uma interpretação definitiva do poema ou da obra de Drummond, mas sim contribuir para o diálogo crítico e a pesquisa que são fundamentais para o avanço do conhecimento na área de literatura brasileira.

BIOGRAFIA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira, Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902, e passou grande parte de sua infância na cidade. Formou-se em Farmácia em 1925, mas nunca exerceu a profissão, embora nesse mesmo ano, ele deu início ao seu projeto "A Revista", que era produzido por poetas e artistas de diferentes estados do Brasil, tornando- se um propagador do Modernismo Mineiro. Drummond lecionou português e Geografia em Itabira, porém a vida no interior não lhe agradava. Assim, ele voltou para Belo Horizonte e foi contratado como redator no Diário de Minas, dedicando-se inteiramente à literatura e tornando-se um dos mais importantes poetas brasileiros da época.

Sua estreia na literatura aconteceu em 1930, com a publicação do livro "Alguma Poesia". A partir daí, lançou diversos livros de poesia, como "Brejo das Almas", "Sentimento do Mundo", "A Rosa do Povo" e "Claro Enigma", entre outros. Sua obra poética é marcada pela linguagem simples e direta, que expressa de forma profunda os sentimentos e angústias do homem moderno. Drummond também escreveu crônicas, contos e ensaios. Além disso, participou ativamente da vida cultural do país, tendo sido membro da Academia Brasileira de Letras e fundador do Instituto Nacional do Livro.

Segundo, o ALAMI (Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba) quando Carlos Drummond de Andrade começou a escrever, o Brasil estava passando por diversas mudanças nas áreas política, econômica e artística. Nessa época, o Modernismo estava surgindo como um movimento literário que visava criar uma identidade artística brasileira presentes no trabalho de Drummond. Embora os poemas nacionalistas de Drummond tenham sido celebrados por muitos intelectuais da época, nem todo o público gostou de suas obras. Isso porque o país vivia um momento de tensão política, com a ditadura instaurada pelo "auto golpe" de 1937, que durou até 1945. Em um ambiente onde manifestações contra o governo eram proibidas, a literatura de Drummond, que criticava a política do governo, foi menos explícita do que a de outros escritores, como Graciliano Ramos. Acredita-se que Drummond não tenha sido perseguido porque escrevia de forma difícil e obscura, o que o tornava menos compreensível para o governo. Durante o Golpe Militar de 1964, Drummond também produziu diversas obras famosas, como Claro Enigma (1951) e Boitempo (1968). Sua obra ficou conhecida em todo o mundo por retratar poeticamente sentimentos universais que se relacionavam com a história global, desde a Crise de 1929 até a Guerra Fria.

Drummond, faleceu em 17 de agosto de 1987, deixando uma obra poética e literária marcante na cultura brasileira.

Affonso Romano de Sant’Anna

Affonso Romano de Sant’Anna é um importante poeta e crítico literário brasileiro, que teve uma relação muito próxima com Carlos Drummond de Andrade e um dos primeiros pesquisadores e estudiosos das obras dele. Ele inclusive escreveu "Drummond: o gauche no tempo" sendo considerado uma leitura essencial para quem deseja compreender a obra de Drummond, sendo analisada de forma crítica e contextualizada. Sant’Anna enxergava o poeta sendo capaz de captar as verdades essenciais da vida e da experiência humana e de traduzi-las em versos simples e objetivos, mas de grande impacto e autênticos.

Sant’Anna, também escreveu um posfácio chamado “A flor, a vida e a poesia", de “A rosa do povo”, quinto livro de poesia de Drummond no qual aborda a relação entre a poesia e a vida cotidiana, e dedica um capítulo inteiro a Drummond. O crítico observa no poema a “A rosa do povo”, que “se o livro tem poemas que descrevem o cotidiano, o medo, a guerra e a vida ‘espandongada’ da cidade, por outro lado, ele anota que ‘uma flor nasceu na rua furando o asfalto e desafiando o trânsito’” (SANT’ANNA, 2011, p.10).

Além disso, Segundo Sant’Anna estava em destaque a capacidade de Drummond de se adaptar às mudanças da sociedade brasileira ao longo das décadas, não se tratava apenas

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