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A Resenha do Capítulo do livro A Espécie Fabuladora

Por:   •  3/6/2022  •  Resenha  •  1.353 Palavras (6 Páginas)  •  144 Visualizações

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Resenha do capítulo 1 do livro A Espécie Fabuladora

Em Busca do Sentido

O primeiro capítulo do livro A Espécie Fabuladora escrito por Nancy Huston, apresenta a ideia de que todos nós, seres humanos, somos grandes contadores de histórias e criadores de ficção, com o único propósito de criarmos sentido para nossa vida.

É curioso a forma que a autora compara nossas diferenças com outras espécies, como é dito e abordado por Nancy Huston (2008, p.17)

‘’Somos animais. Mamíferos, primatas super superiores etc. Sem maiores razões do que as outras espécies para estar no planeta Terra, ou para fazer seja lá o que for neste planeta ou em qualquer outro. Mas somos especiais.’’

Por que acreditamos que somos especiais? Isso é simples, entre todas as espécies, nós somos a única que fazem a pergunta ‘’por quê?’’, graças a isso nós evoluímos e nos desenvolvemos como um ser curioso e pensante, apenas nós damos sentido à nossa vida, apenas nós contamos histórias e deixamos registros para nossos descendentes, apenas nós nos perguntamos “por quê’’.

Levando em conta os fatos abordados, mostra-se indispensável a importância do “sentido’’ na razão da existência. Sobre nossas prerrogativas de que somos especiais, como abordado por Nancy Huston (2008, p.18) “O universo como tal não tem sentido. Ele é silêncio. Ninguém pôs Sentido no mundo, ninguém além de nós. O Sentido depende do humano, e o humano depende do Sentido.’’ Isso mostra, de certa forma, que nossa existência como um todo é insignificante, já que somos nós mesmos que decidimos dar a nossa vida alguma razão.

Mas nós, humanos, não nos contentamos apenas com o “por quê’’, como é dito no livro, temos a necessidade de narrar e contar histórias, e para isso, nós atribuímos sentido e inventamos rituais, datas, calendários etc. Todos esses aspectos e características adquiridas pelos seres humanos com o decorrer do tempo, contribuíram para a existência de uma espécie que cria narrativas e torna-se “especial’’ por isso.

Mas qual é uma das principais características que nos diferenciam dos outros animais? Como diz Nancy, diferente de outros animais que, ao se deparar com uma grande dificuldade, tentam superar ela ou perecem. Nós humanos, ao invés de simplesmente tentarmos superar a dificuldade, nós também rezamos, culpamos, clamamos por ajuda etc. A narratividade torna-se, assim, um instinto de sobrevivência humana, e que para sobreviver, acreditamos fielmente em nossas ideias e convicções.

Nós humanos ao decorrer da história, louvamos e adoramos deuses, Segundo Nancy Huston (2008, p.20) “Deus não pode existir em outros lugares a não ser nas nossas histórias. Para ser Deus seria necessário falar e para falar seria necessária uma língua e para ter uma língua seria preciso fazer parte da história humana’’ Durante a história da humanidade, os deuses realmente se fizeram, e se fazem, presentes e influentes em nossa sociedade. Tornando-se irrefutável a não existência desses deuses nas histórias criadas por nós, humanos.

Um trecho interessante é quando a autora afirma que o ser humano transforma tudo em valor econômico, desde o valor que se atribui à pessoa como sujeito, nas relações sociais, nas amizades, nas relações familiares. O dinheiro se faz o meio termo para a existência do outro para o homem, o outro é esse intermediário para ele. Sendo o dinheiro uma ficção, que o ser humano atribui valor.

A autora fala sobre o sentido que buscamos para viver através da ficção e que somos os únicos que temos certeza da morte. Já nascemos sabendo que um dia iremos morrer, diferente dos animais. Como afirma Nancy Huston (2008, p. 21):

“Os grandes primatas valorizam o grupo ao qual pertencem e estão prontos para lutar ferozmente para defendê-los dos outros grupos. Sabem forjar laços, consolar, atacar, ajudar-se mutuamente, trair-se... Resumindo, eles conhecem a empatia e são capazes de pôr-se no lugar do outro – são capazes, portanto, como nós de crueldade e de compaixão.”

Há uma comparação com os primatas onde ambos são capazes de se colocarem no lugar do próximo ou até mesmo capazes de cometerem alguma crueldade para proteger quem ama ou a quem são leais, mas que os primatas não sabem diferenciar o bem do mal, agindo por instinto. Os seres humanos são seres racionais e, como tal, somos pessoas pensantes, capazes de compreender a nossa existência e, mais ainda, agir eticamente.

A diferença dos macacos e nós é que questionamos o porquê estamos aqui e não simplesmente só existimos, nossa habilidade de fabular e dar sentido para tudo o que conhecemos, nos diferencia, não temos uma vida monótona, temos perguntas e temos respostas na maioria das vezes. Cada um tem um ego, o que faz com que cada pessoa tenha uma personalidade diferente, um modo de pensar e agir diferente. Esse processo de criação do ego leva tempo, sendo construído através da socialização, é preciso que haja comunicação entre os seres humanos.

No livro diz que, mesmo não lembrando da primeira infância de forma direta, podemos adivinhar

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