A Terceira margem do rio
Por: Aryam • 15/7/2015 • Trabalho acadêmico • 1.796 Palavras (8 Páginas) • 406 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL-CESB
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LETRAS
A TERCEIRA MARGEM DO RIO, DE GUIMARÃES ROSA.
O CÓDIGO SÊMICO NO CONTO.
BACABAL-MA
2015
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL-CESB
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LETRAS
ALINE CRISTHINE CUNHA GONÇALVES
ANA CARLA NASCIMENTO LOPES
ANTÔNIA OLIVEIRA ALVES
DUCIA ALVES
GENILDA MESQUITA DA SILVA
KARLA DANIELLE VIEIRA CARVALHO
LIVIANY KELLI SOUZA
MARIA RAYANE BRITO GONÇALVES
MAYRA RODRIGUES BRANDÃO
A TERCEIRA MARGEM DO RIO, DE GUIMARÃES ROSA.
O CÓDIGO SÊMICO NO CONTO.
Trabalho apresentado ao curso de Letras-Espanhol para obtenção de nota da disciplina de Literatura Brasileira do pré-modernismo as tendências contemporâneas.
Orientada pela professora Edelves.
BACABAL-MA
2015
O TÍTULO DA OBRA
A análise crítica do conto baseia-se na constituição de uma nova margem e se torna misteriosa ao culminar com a própria escrita do conto. Percebe-se que a narração se estrutura de forma triangular, rio, pai, filho, que compõem a figura principal, e na terceira margem “o rio é o ritmo, uma linguagem, uma busca efetiva de outro universo simbólico em que a alma debruce sobre um silêncio que é outra linguagem”.
A expressão da narrativa provoca o entendimento a fim de despertar o leitor para o mundo do inconsciente, do abstrato. "A terceira margem" é aquilo que não se vê que não se toca que não se conhece, mas que se imagina numa perspectiva de saberes consolidados nos espaços culturais da vida rural sertaneja. O bem da verdade, "A terceira margem" é uma abstração que acena para um exercício de subjetividades em que a margem é um entre lugar a que chega o leitor.
O pai, ao ir à procura da terceira margem do rio, busca o desconhecido dentro de si mesmo; o isolamento é a única maneira encontrada para procurar entender os mistérios da alma, o incompreensível da vida. A estranha história do homem que abandona sua família para viver em uma canoa e nunca mais sair dela é o argumento exemplar usado pelo autor para discorrer sobre o medo do desconhecido.
FOCO NARRATIVO
O foco narrativo, isto é, “[...] a perspectiva a partir da qual a história será contada” (Abaurre; 2007 p. 116), está em 1ª pessoa. Além disso, o narrador testemunha os fatos e participa deles. Portanto, trata-se de um narrador-personagem. O filho-narrador é quem reconstitui a trama, rememora, organiza o relato a partir de experiências subjetivas. Como todas as informações do conto são dadas por ele, só é possível ao leitor conhecer os fatos a partir do ponto de vista desse narrador. Conforme lembra Iolanda, “O silêncio do Pai silenciaria a narrativa, não fosse à voz do Filho que narra o já vivido. Da experiência do Pai ele nada pode falar, pois ela não lhe foi transmitida. O Pai não volta para contar. [...]” (s/d, p.8).
Apesar de fazer parte da história, esse narrador não é o protagonista, sendo classificado como narrador homodiegético.
Tempo
Espaço
O espaço é delimitado pela presença do rio e suas margens, caracterizando uma paisagem rural. Não há referências geográficas e espaciais precisas. Os cinco integrantes da família vivem em uma fazenda, cuja casa fica nas proximidades de um rio de grande porte (também não nomeado). Este rio é caracterizado como “grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira.” (Rosa, 2001, p.80). Essas três dimensões (comprimento, profundidade e largura) são retomadas no decorrer do conto, através da repetição da palavra rio três vezes: “e o rio-rio-rio, o rio – pondo perpétuo.” (Rosa, 2001, p.84); “[...] rio abaixo, rio a fora, rio a dentro – o rio.” (Rosa, 2001, p.85).
Personagem
No decorrer do enredo observa-se vários personagens além do narrador-personagem como o pai, a mãe, o irmão, a irmã, o tio, o mestre, o padre, dois soldados e jornalista. Caracterizando assim o que chamamos de polifônico.
RECORTES DA TEMÁTICA
CÔDIGO SÊMICO
Buscando o sentido dos signos linguísticos. Este por sua vez é o mais famoso e o mais aberto conto do autor, pois ele se utiliza de uma diversidade de recursos: o neologismo é um deles ele cria novas palavras criadas pelo autor (no conto são cinco: diluso, encontrável, demoramento, perreguice e fervimento); as figuras de linguagem (metáfora, eufemismo, antítese gradação, hipérbole, metonímias, aliteração, anáforas, pleonasmo, símiles, elipses e litotes); o emprego do diminuitivo (no conto: foguinho, canoinha); arcaísmo (cordura, falimento, pojava); regionalismo (alembro, estúrdio, ralhava, era serio, encalcarde, vez de jeito, fiz que vim, cá debaixo,...); brasileirismo (matula, bubuiasse, tororoma).
Gera dificuldade desafiando o leitor na decodificação dos significados das palavras isso enriqueceu o texto de Guimarães rosa. Sem contar que neste conto as palavras assumem um feite de significações, não só no plano semântico (do significado), mas também do fonético (sons). Exigindo paciência do receptor que devera fazer varias leituras para descobrir as palavras de significado desconhecido e desvendar os meandros da estória.
TRAMA
O primeiro parágrafo resume a primeira metade da vida do pai, além de apresentar os demais integrantes da família. A última frase do primeiro parágrafo anuncia uma decisão importante de pai: encomendar uma canoa. Em seguida, o filho faz algumas descrições do rio.
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