ANÁLISE DA OBRA: SÃO BERNARDO DE GRACILIANO RAMOS
Por: Monalliza Brun • 8/10/2021 • Trabalho acadêmico • 2.810 Palavras (12 Páginas) • 307 Visualizações
BONINNE MONALLIZA BRUN MORAES
ANÁLISE DA OBRA: SÃO BERNARDO DE GRACILIANO RAMOS
Trabalho apresentado à disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa I, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Antonio Aparecido Mantovani (Curso de Letras da Universidade do Estado de Mato Grosso) como requisito parcial para a obtenção de nota.
SINOP - 2020/5
SUMÁRIO
I – Identificação...............................................................................................................03
II – Introdução.................................................................................................................04
III – Análise da Obra.......................................................................................................06
IV – Considerações Finais..............................................................................................09
V – Referências Bibliográficas .......................................................................................11
I – IDENTIFICAÇÃO
Nome original da obra: São Bernardo
Autor(a): Guimarães Rosa
Título da versão em português: São Bernardo
Tradutor(a):
Editora: Record
Período literário a que pertence a obra: segunda fase da literatura modernista.
II – INTRODUÇÃO
São Bernardo, é uma das obras excepcionais de Graciliano Ramos. A narrativa é descrita em primeira pessoa, onde conta a trajetória de Paulo Honório, um menino órfão que consegue se tornar dono da fazenda São Bernardo e se elevar socialmente.
Nos primeiros capítulos, Paulo apresenta a tentativa de estruturar a escrita de suas memórias, para isso, ele convida algumas pessoas para ajudá-lo na tarefa, mas elas se recusam e só o jornalista Gondim aceita.
Porém, depois que Gondim apresenta algumas páginas, Paulo Honório descarta-as e percebe que se quiser contar sua história como gostaria, terá de escrevê-la ele mesmo.
Já no terceiro capítulo há o contato com as memórias do personagem. E por ser um sujeito de pouco estudo, bronco e rude, Paulo apresenta uma linguagem coloquial, bastante fluida e carregada de expressões e gírias da década de 30 no Nordeste. Ele conta de maneira muito honesta como foi sua trajetória até conseguir a fazenda na qual um dia foi empregado. A ganância e desejo de “subir de vida” levam o personagem a realizar diversas ações controversas, envolvendo-se em encrencas e falcatruas para atingir os seus objetivos.
No início de sua vida adulta, aos 18 anos cometeu seu primeiro crime, após um relacionamento amoroso com Germana, o personagem João Fagundes se envolve com ela e por ciúmes, ele o mata. Foi preso por 4 anos, na prisão aprendeu a ler com sapateiro, o Joaquim. Findado sua reclusão, se envolveu com o agiota Pereira, aprendeu a negociar, mas não antes sem conhecer a fome, a injustiça, assim foi usando meios violentos para obtenção do que queria, que era juntar riquezas até que conseguisse adquirir a Fazenda São Bernardo, local da sua juventude. Influenciou o jovem e imaturo herdeira da fazenda até consegui-la a um baixo custo, não satisfeito com a Fazenda, a seu mando o fiel capanga, Casimiro Lopes, mata o proprietário da fazenda vizinha, Paulo Honório expande suas terras.
Com a sua rede de apoio, o jornalista Gondim e o advogado Nogueira, investiu para aumentar a produtividade e com isto aumentou suas demandas e contratou mais gente para trabalhar com ele, como o contador Ribeiro e o professor Luís Padilha. Conheceu a professora Madalena e casa-se com ela. Paulo Honório percebe a intervenção de sua esposa na rotina da fazenda e isto o incomoda profundamente causando brigas, com muita violência, por ciúmes e por complexo de inferioridade. Todo este comportamento trouxe o afastamento de Madalena o que a leva ao suicídio.
Após sua morte, acontece o abandono dos empregados da fazenda e em meio a esta depressão e com a companhia de Casimiro ele escreve suas memórias.
Não há como negar que Graciliano Ramos é uma das maiores figuras da literatura brasileira. Suas contribuições incluem alguns de nossos maiores clássicos, como esta obra, São Bernardo, que foi escrita em 1934 e em 1938, alcançou o maior sucesso de edição. Nessa obra, o autor coloca em prática seu próprio estilo ao mesmo tempo, defendeu abertamente a riqueza e a economia em busca de um sentido, valor máximo do texto.
A obra é um exemplar literário, com características regionais; essencialmente psicológicas, desenhada com cores culturais diretamente influenciado pelos relacionamentos locais e seus contatos no contexto suprarregionais.
Assim, o presente trabalho busca compreender o mecanismo memorial do narrador e suas consequências para o romance e encontrar as significações quanto a relação memória e regionalidade.
IV – ANÁLISE DA OBRA
"São Bernardo" foi publicado em 1934 e é considerado um dos maiores expoentes da segunda fase do modernismo brasileiro. Nos anos difíceis das décadas de 1930 e 1940, com crises econômicas, sociais e políticas em todo o mundo, os artistas se voltaram para as questões sociais. No Brasil, os romances desse período tiveram um caráter regionalista, abordando principalmente os problemas do Nordeste do país, como a seca, os retirantes, a miséria e a ignorância do povo.
Apesar do problema de “São Bernardo” ser o sertão nordestino, Graciliano Ramos foi mais longe e criou uma obra com um pesado fardo psicológico, onde seu protagonista para alcançar a melhoria social, Paulo Honório, desistiu da sua humanização. Ele se tornou forte devido às adversidades do meio ambiente, tornou-se uma pessoa rude, cruel e violenta.
Narrado na primeira pessoa, todo o romance gira em torno de dois planos distintos: o narrador Paulo Honório e o personagem Paulo Honório. Esses planos tornam-se aparentes com o tempo.
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