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AS HISTÓRIAS E MEMÓRIAS SOBRE EDUCAÇÃO

Por:   •  16/10/2022  •  Resenha  •  1.942 Palavras (8 Páginas)  •  93 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO:

GONÇALVES, Nádia G. HISTÓRIAS E MEMÓRIAS SOBRE EDUCAÇÃO: trajetória e atividades de um projeto de extensão. 1ª Edição. Setor de Educação – UFPR. Curitiba, PR. 2016. 188 p.

Resenha por: Graça Sueli Campos Nascimento

PARTE I – Reflexões sobre o projeto

CAP. IV - HISTÓRIAS, MEMÓRIAS, EDUCAÇÃO E HISTORIOGRAFIA:

A TEORIA NA PRÁTICA – BRUNO ERCOLE[1]

Este livro tem por objetivo registrar, publicizar e difundir as ações e experiências envolvidas neste Projeto, a partir da percepção de membros da equipe – estudantes (bolsistas, estagiários e voluntários), docentes e também colaboradores externos.  E este capítulo fala das experiências acadêmica do graduando Bruno e todas suas surpresas, que o ajudou a entender esse mundo do que é ser um historiador.

A reflexão escolhida foi Capitulo 4 que fala sobre a experiência de um membro do projeto de Extensão sobre as histórias, memórias, educação e historiografia, o Bruno Ercole, um estudante de graduação em História que fez uso de vários autores modernos, com intuito de demonstrar qual o trabalho de extensão está ligado aos arquivos, e às fontes orais da história e memórias da educação em harmonia com os preceitos conexos à memória, e sua preservação, sendo uma das áreas de atuação do historiador.

Memória esta, que faz parte da investigação do historiador que tem a teoria da História como prática do trabalho desse projeto de extensão, busca resgatar a memória da humanidade através de documentos e manuscritos, em acervos e bibliotecas, para verificação da autenticidade dos acontecimentos.

Para se concretizar a pesquisa do graduando de História mencionado, e uma das experiencia dele era o arquivo do setor de Educação da UFPR, onde trabalhava como estagiário, e para ele os arquivos são uma mina de ouro, que pode originar incontáveis trabalhos dos mais diversos interesses. O estudante conta ainda, que o trabalho com os documentos é uma atividade muito interessante, o qual olha com muita curiosidade de um estudante de História. Ele manuseia as páginas dos livros com satisfação e ao folhear um livro de registro se deparou com um nome familiar como Homero de Barros e Brasil Pinheiro Machado – historiadores, cuja obra ele conheceu pouco, mas o encontrou, casualmente, no arquivo.

Então ele lembrou que o conhecia da função administrativa dali mesmo da faculdade, e isso foi ainda muito mais importante para ele, porque, quando se conhece a trajetória acadêmica dessas pessoas é fácil se esquecer o que eles exerceram, e Bruno disse que foi muito relevante e estimulante para sua formação acadêmica este achado. O estudante os conhecia pela sua presteza com os serviços burocráticos, inclusive era solicitado por muitas vezes para as pesquisas acadêmicas e aulas a serem ministradas.

Outra história que o estudante contou, foi a possibilidade do contato com materiais que ainda não se encontram digitalizados no arquivo, para ele foi uma verdadeira surpresa, pois, como aluno de história conhece pouco conceitos atuais como termo “civilização”, e ele ficou vislumbrado com esses achados porque percebeu como o próprio curso se transformou, e que, atualmente, esta disciplina não se encontrava mais no currículo do curso de História.

Então, como ainda existe documentos sem estar digitalizados, ele busca saber quando e como serão guardados estes documentos, pois, há inúmeros deles que deverão ser classificados, digitalizados e arquivados com o caráter permanentes, até quando seja necessário, e assim o estudante precisa descobrir de que forma é feita a classificação, então recorreu ao autor Bacellar (2005) que falou o seguinte:

Uma das grandes preocupações da arquivística contemporânea reside justamente na eliminação desse excesso de papéis, característica da produção documental desde a segunda metade do século XX. Ao deixar o arquivo corrente e ser transferido para o chamado arquivo intermediário, o documento deve passar por uma avaliação, para que se saiba a sua destinação após decorridos os prazos legais para a sua conservação nesta fase. [...] arquivistas teriam, assim, a obrigação de relacionar quais documentos são de guarda permanente, com a preservação de séries completas, e quais merecem preservação por amostragem, ou mesmo eventual eliminação integral. (2005, p.47)

Além disso, o estudante precisa saber o que está guardado no arquivo para que tudo fique acessível ao pesquisador, então, ele sabe que a documentação produzida pela UFPR por ser de caráter público, estão incluídos na lei de acesso à informação. E este tipo de documentos deve obter a proteção adequada para que não se percam por má conservação, como é observado no meio historiográfico. Assim, ele aprende que arquivo e história estarão sempre interligados.

O estudante, ao entrar num arquivo tem a impressão de que há ali um mundo de informações, e acredita que essas informações se transformam em conhecimento histórico, que se constrói com base naquilo que as pessoas do passado deixaram. Bruno sabe que o historiador trabalha apenas com pequenas partes da história, mas o estudante está certo em acreditar que, de certa forma, ele acha que não está errado, tem consciência de que a realidade foi muito mais complexa do que um simples registro oficial. E ele fica a pensar, como preencher os espaços para ampliar a outra parte da história que o tempo deixou de mostrar. Apesar de ele saber que isso é impossível, ele vai fazer, porque é o que todo historiador anseia.

Entrevistas com professores aposentados e a História oral

Ao adentrar nesta questão que o estudante Bruno irá relatar, também é uma das propostas do projeto de extensão mostrar outras formas de narrativa dos acontecimentos históricos que consiste na entrevista e registro das memórias de professores, que contribuíram para a educação. Essas entrevistas são recordações muito valiosas, transformadas em documentação histórica que se enquadra no que foi classificado, como história oral.

Bruno considera crucial essas narrativas, por ser memórias de professores que rememoram pontos importantes de suas trajetórias, pra ele é de puro interesse vendo a imagem das pessoas que vivenciaram e protagonizaram os acontecimentos, e assim ele pode ter acesso a informações com detalhes de fatos verídicos. Para Bruno, esses detalhes são de imensurável riqueza para seu acervo, além de registrar de maneira oficial, vê que a memória dos entrevistados está viva com propriedade de conservar essas informações e que se encontram sempre inalterada.

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