Adolfo Caminha

Faculdade Fortium – Campus Gama

Disciplina: Literatura Brasileira III

Professora: Dayse Bernardo

Aluna: Danielle Galvão

Licenciatura Letras - 5º Semestre/Matutino

Obra: Bom – Crioulo

Autor: Adolfo Caminha

Adolfo Ferreira Caminha nasceu no dia 29 de maio de 1867 em Aracati, no Ceará. Sua infância não foi muito tranquila, pois ficou órfão de mãe muito cedo, com apenas 10 anos, no ano de 1877, mesmo ano em que o Nordeste foi assolado pela seca.

Após ficar órfão, foi com seus cinco irmãos para Fortaleza, onde teve seus primeiros estudos, e seis anos depois, em 1883, foi para o Rio, onde estudou na Escola Naval. Devido à instituição ser conservadora e monarquista, lá revelou seus primeiros sentimentos republicanos e abolicionistas, chegando ao extremo de, com apenas 17 anos, fazer um discurso na presença de D. Pedro II, declarando-se contra a escravidão e o império. Mesmo assim formou-se na Escola Naval no ano de 1885, como guarda-marinha.

Por volta de 1886 demonstra sua vocação de escritor através da publicação dos poemas “Vôos Incertos”. Em 16 de Dezembro de 1887 foi promovido a 2º tenente, mesmo ano em que publicou seu primeiro livro de contos. No ano seguinte pede transferência para Fortaleza, provavelmente não por acaso, pois sabia que o Ceará já havia libertado os escravos, realidade que agradava aos seus ideais. Vem a se demitir do seu cargo na marinha no ano de 1890.

Em 1891 funda, em Fortaleza, a revista Moderna, e colabora para o Jornal do Norte. Em 1892, funda a "Padaria Espiritual", um movimento literário-político que acreditava na educação do povo para mudar o país, e publicava o jornal, "O Pão".

No ano seguinte lança o romance ‘A Normalista’, de cunho naturalista, criticando a vida urbana em Fortaleza, capital cearense. Colabora também na imprensa carioca, na Gazeta de Notícias e no Jornal do Comércio.

Adolfo Caminha foi um dos principais representantes do Naturalismo no Brasil, e sua obra se caracterizava por ser densa e trágica, naturalmente não foi muito bem aceita na época.

Em 1897, com apenas 30 anos, atormentado pelas dificuldades econômicas e debilitado pela tuberculose, o escritor vem a falecer. Deixa inacabados os romances: Ângelo e O Emigrado.

Enredo da Obra:

Escravo fugido, a única opção de Amâncio era ingressar na Marinha, já que a liberdade do alto-mar deveria compensar o trabalho árduo. Mas lá continua a levar chibatadas. Neste ambiente hostil, ele deposita no jovem Aleixo toda a sua afeição. Entre desejos e repressão, ambos procuram momentos de refúgio na pensão de Dona Carolina, uma portuguesa, ex prostituta que os acolhe.

Personagens:

o Amaro: Ex escravo, ao fugir da fazenda encontra refúgio na Marinha onde almeja a liberdade, é extremamente forte e por ser bondoso e prestativo recebe o apelido de Bom-Crioulo que é como fica conhecido por todos.

o Aleixo, jovem rapaz de 15 anos que começa a trabalha como grumete na mesma embarcação que Bom-Crioulo e desperta uma paixão avassaladora em Amâncio.

o Dona Carolina: Portuguesa, ex prostituta, dona da pensão onde Amâncio e Aleixo alugam um quarto para morarem juntos.

Naturalismo presente na obra:

Na obra de Adolfo Caminha notam-se várias características do Naturalismo Brasileiro, a principal delas o Determinismo.

O autor faz uso de uma linguagem clara, direta, objetiva e agressiva ao narrar em 3ª pessoa a história de maneira linear.

Mostra o temperamento do indivíduo de forma como que comparada com a de um animal que segue e não consegue resistir seus impulsos.

Retrata o proletariado, a classe escolhida para ser retratada no romance é a vida dos marinheiros.

Mostra o ser humano como fruto do meio e das pressões que vive = Determinismo.

Registro do contexto em que se desenvolve a sociedade.

“O autor é frio, registra somente os fatos observados.”

Análise