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A Carta de Pero Vaz de Caminha

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Por:   •  19/9/2013  •  Resenha  •  811 Palavras (4 Páginas)  •  929 Visualizações

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A Carta de Pero Vaz de Caminha é considerada o primeiro documento da história do Brasil e marca o início da literatura no Brasil. É revestida das características estilísticas da literatura de viagem do Quinhentismo . Neste período, o homem europeu vive a inquietação por causa da preocupação com a conquista material, resultante da política das Grandes Navegações, e a conquista espiritual, reflexo do movimento de Contra Reforma.

O texto de Pero Vaz de Caminha tem a preocupação básica de informar, procurando transmitir o máximo possível de dados a respeito do que ocorria e do que o escrivão via, ouvia e sentia .Trata-se de um relato minucioso da viagem da esquadra de Cabral ao Brasil, caracterizado pela literatura informativa, também camada de literatura dos viajantes ou dos cronistas, reflexo das grandes navegações, empenha-se de fazer um levantamento da nova terra, de sua flora, fauna, relevo, de sua gente. Denota a visão, as ambições e as intenções do homem europeu. É, portanto, uma literatura descritiva, sem grande preocupação literária.

Já nos primeiros parágrafos do trecho em estudo vemos o caráter simples da linguagem utilizada por Caminha, sem preocupação com o rebuscamento da escrita, cuja intenção era mostrar à Coroa Portuguesa como a Terra encontrada poderia ser interessante financeiramente para Portugal. Vejamos: “ Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer.Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me parece.”Através do relato percebemos como os europeus ficaram admirados ao entrar em contato com a nova terra e com as pessoas totalmente desconhecidas ( índios), tendo em vista que o Brasil encontrado era totalmente diferente da Europa. Num outro parágrafo e mostrado o propósito mercantilista da viagem , com a preocupação de apontar e explorar as riquezas brasileiras, Caminha fala do povo nativo, da necessidade de dominá-los a fim de explorá-los. Assim:“E daqui mandou o Capitão Nicolau Coelho e Bartolomeu Dias que fossem em terra e levassem aqueles dois homens e os deixassem ir com seu arco e setas, e isto depois que fez dar a cada um sua camisa nova, sua carapuça vermelha e um rosário de contas brancas de osso, que eles levaram nos braços, seus cascavéis e suas campainhas. E mandou com eles, para lá ficar, um mancebo degredado, criado de D. João Telo, a que chamam Afonso Ribeiro, para lá andar com eles e saber de seu viver e maneiras. E a mim mandou que fosse com Nicolau Coelho”.

Preocupados com a “salvação do índio” os europeus se valiam da religião como uma justificativa para a exploração econômica . O autor narra que era necessário cristianizar, o índio, “que não tinha crença”, mas para isso, teria que ensiná-los o idioma Português: “E naquilo sempre mais me convenço que são como aves ou animais montesinhos, aos quais faz o ar melhor pena e melhor cabelo que aos mansos, porque os seus corpos são tão limpos, tão gordos e formosos, a não mais poder.” […] “Parece-me gente de tal inocência que, se nós

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