Análise dos contos: Se eu fosse eu (Clarice Lispector)
Por: letymendstos • 8/4/2024 • Trabalho acadêmico • 1.159 Palavras (5 Páginas) • 85 Visualizações
[pic 1][pic 2]UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CAMPUS PROF. ALBERTO CARVALHO – ITABAIANA
DEPARTAMENTO DE LETRAS- DLI
Disciplina: Laboratório de Crítica Literária
Docente: Éverton de Jesus Santos
Discente: Maria Leticia Mendonça Santos
Texto I- Se eu fosse eu (Clarice Lispector)
A autora Clarice Lispector trás neste texto um questionamento pessoal e que gera um reconhecimento entre o eu lírico e leitor, resultando em uma reflexão crítica do que somos e do que deixamos de ser, ou até do que não somos e que poderíamos ser. Causando uma sensação de espelhamento, um olhar que vai além do que achamos que somos, um olhar que parte para o que poderíamos ser e o que poderíamos fazer. Esse olhar que parte de nós mesmos como se fossemos nós, causa um questionamento interno, gerando um estranhamento entre o que somos e o que a sociedade faz com que sejamos muitas vezes diferentes de nós mesmos para sermos aceitos socialmente.
Texto II- Carta para além do muro (Caio Fernando Abreu)
No texto está presente um narrador em primeira pessoa que demonstra ser alguém que não tem muita clareza sobre os seus pensamentos e sentimentos para com a pessoa a quem ele escreve a carta. O narrador personagem demonstra sentir algo, ter o desejo de ver a outra pessoa, mas é impedido por “eles”. O conto deixa aberto para várias interpretações possíveis, o eu lírico pode estar em um manicômio e ser uma pessoa com problemas psicológicos, ou ele pode estar em um hospital comum com alguma doença, ou ele pode estar trancado no seu próprio quarto na sua própria casa e os “eles” seriam a família do eu lírico que o repreende e não o deixa ser quem é.
Texto III- A alvorada do amor (Olavo Bilac)
Olavo Bilac trás um diálogo sobre o Pecado Original, trabalhando com a religiosidade. É exposto um jogo de palavras que se correlacionam com o contexto do poema, como: amor, carne, nudez, pecado. Além de trazer elementos da natureza, que são criações de Deus. No poema, que é escrito em primeira pessoa dando voz a Adão, os personagens se encontram no calor da paixão, sentem-se em êxtase por terem cometido o pecado e estarem desfrutando de algo que para eles é novo e que lhes era proibido até pouco tempo. O narrador mostra-se orgulhoso da nova vida que poderá levar, mesmo que para isso tenha que pagar o preço de perder totalmente a antiga vida.
Texto IV- Esses Lopes (João Guimarães Rosa)
A história do conto perpassa pela vida da personagem Flausina, uma mulher que narra sua própria história parecendo ser uma mulher que sofreu muito na infância, quando segundo ela era uma menina pura e muito bonita. Flausina queria se chamar Maria Miss, pois esse nome combinava mais com sua beleza, o que também não combinava com sua beleza segundo ela eram seus pais pobres. Ao ficar moça Flausina se casa com um Lopes, e aquela menina que se dizia ser inocente se mostra uma mulher fria e calculista, aguentou muita coisa, até que deu fim ao primeiro Lopes. Flausina se mostra psicologicamente uma assassina em série, matando vários Lopes com quem se envolveu na justificativa de que são homens de má índole, e que ela, sombria e sinuosa como era, estaria fazendo um bem ao dizimá-los e tomar-lhes suas posses.
Texto V- Trabalhadores do Brasil (Marcelino Freire)
O autor expõe no conto uma crítica social, a realidade enfrentada por negros que são cidadãos que estão em situação de menor valor em comparação aos brancos. Para demonstrar isso, o autor usa de referências aos Orixás, que são figuras sagradas em religiões de matriz africana como personagens do cotidiano, pessoas que sofrem em uma sociedade com racismo estrutural. Demonstrando, dessa forma, que como a religião cristã prega que Deus fez todos a sua imagem e semelhança, então todas essas pessoas em situação de vulnerabilidade também são um pouco de Deus, seja de qual for a religião.
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