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Argumentação

Por:   •  15/5/2016  •  Dissertação  •  3.071 Palavras (13 Páginas)  •  250 Visualizações

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ARGUMENTAÇÃO

DISSERTAÇÃO – Busca da verdade, do conhecimento, por meio de métodos científicos. Lógica. Racional.

ARGUMENTAÇÃO – Busca do convencimento de que uma tese é verdadeira. Retórica. Não possui instrumentos metódicos. Isso não significa que a tese seja necessariamente verdadeira, nem mesmo que o defensor dela acredite em sua veracidade. Ex.: tribunal do júri.

O texto argumentativo busca convencer o leitor sobre um determinado ponto de vista. Surge diante de um tema polêmico que envolve debates e em que não há realmente um consenso. Ex.: os meios de comunicação de massa.

O que me incomoda um pouco é que a opção de ver ou não ver o programa fique na mão do governo, de terceiros. O que o Estado pode dizer é que este programa não é recomendável e ponto, independentemente do horário. Dentro da organização familiar, se alguma coisa constrange, é ofensiva aos bons costumes, basta desligar. A partir daí, cada um veja o que quiser. Se está constrangido, muda, desliga, conversa com a família. É o livre-arbítrio.  (Folha de S. Paulo, 24/06/01, caderno TV Folha, p. 3).

Qual é a tese de Fernanda Montenegro a respeito do controle público da programação de televisão? Quais são seus argumentos?

A mais eficiente forma de argumentação é aquela que busca demonstrar que a realidade dos fatos é tal de modo que confirme a tese defendida.

Argumentos de prova concreta: dados estatísticos, testemunhos, fatos históricos, notícia recente e argumento de autoridade.

Já são quase 32 milhões de brasileiros famintos, num país que desperdiça somente em alimentos o equivalente a US$ 4 bilhões. Apenas 20% desse desperdício saciariam a fome de todos esses brasileiros miseráveis. (O avesso da fome, Jornal do Brasil, 12/09/1993).

Frases-feitas não costumam apresentar grande dose de persuasão.

A volta da censura?

        Uma das maiores polêmicas da televisão brasileira nos últimos tempos é uma portaria do Ministério da Justiça que determina a classificação etária e proíbe a exibição de programas em determinados horários. Isso gerou uma discussão sobre a volta da censura.

        O que acontece é que o famoso bom senso de algumas emissoras estava sendo deixado de lado para dar lugar a cenas apelativas – tudo a favor de números no ibope. Uma nova orientação para evitar a nudez e violência num horário que as crianças estão acordadíssimas está sendo encarado como o possível retorno de uma figura abolida pela democracia: o censor. É preciso ter cuidado.

        O problema é muito complicado. Como avaliar o que é ou não é adequado para determinado horário? Estão proibidas as cenas da banheira do Gugu em que várias, digamos, modelos maravilhosas ficam de biquinho se agarrando (ou sendo agarradas) a “artistas do pagode” dentro de uma jacuzzi para evitar que eles peguem sabonetes. O quadro – que promove closes de bumbuns e músculos – não pode ser mais exibido à tarde e agora vai para o horário das nove da noite. Altas madrugadas.

        Mas, em contrapartida, nos programas de auditório podem aparecer conjuntos de axé-samba com, digamos, dançarinas voluptuosas de shortinhos invisíveis a olho nu ensinando – para adultos e crianças – a nova coreografia da dança da paca, do tatu, ou qualquer bicho que esteja na moda. Muitas vezes com letras cheias de duplo sentido e com refrões tipo “pega bundinha”. Ah, isso pode?

        A portaria é bem vinda para conter alguns excessos mas, por outro lado, é necessário um debate amplo com organizações de direitos civis para que essa medida não se torne arbitrária. Isso não cabe numa democracia. (Opinião. Gazeta do Povo, 03/11/00, caderno G, p.2)

Qual é a tese defendida?

Se o texto é de caráter argumentativo, é indispensável que o autor se posicione sobre determinado tema, não que ele apenas apresente os argumentos em disputa.

ATIVIDADES

Texto para as questões 1 a 3:

Gols no cocuruto

        O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema – e parados. Então o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável, esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em campo até a troca das camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua reputação de vestuário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema de Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores.                                                                                   (L. F. Veríssimo, O Estado de S. Paulo, 23/08/1993)

1) A tese que o autor defende é a de que, em futebol:

a) (   ) o planejamento tático está sujeito à interferência do acaso.

b) (   ) a lógica rege as jogadas.

c) (   ) a inteligência dos jogadores é que decide o jogo.

d) (   ) os momentos iniciais decidem como será o jogo.

e) (   ) a dinâmica do jogo depende do planejamento que o técnico faz.

2) No texto, a comparação do campo com um quadro negro aponta:

a) (   ) o pessimismo do tático em relação ao jogo futuro.

b) (   ) um recurso utilizado no vestiário.

c) (   ) a visão de jogo como movimento contínuo.

d) (   ) o recurso didático preferido pelo técnico Tim.

e) (   ) um meio de pensar o jogo como algo previsível.

3) As expressões que retomam, no texto, o segmento “o melhor momento do futebol” são:

a) (   ) os times ficam perfilados – aí;

b) (   ) é quando – então;

c) (   ) aí – os jogadores se movimentam;

d) (   ) o tático pode olhar o campo – aí;

e) (   ) é quando – começa o jogo.

4) Leia atentamente o texto a seguir:

Defender a língua é, de modo geral, uma tarefa ambígua e até certo ponto inútil. Mas também é quase inútil e ambíguo dar conselhos aos jovens de uma perspectiva adulta e no entanto todo adulto cumpre o que julga seu dever. (...) Ora, no que se refere à língua, o choque ou oposição situam-se normalmente na linha divisória do novo e do antigo. Mas fixar no antigo a norma para o atual obrigaria este antigo a recorrer a um mais antigo, até ao limite das origens da língua. A própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe importa assimilar ou recusar. A língua mastiga e joga fora inúmeros arranjos de frase e vocábulos. Outros, ela absorve e integra a seu modo de ser.   (Virgílio Ferreira. Em defesa da língua. In.: Estão a assassinar o português! – trecho adaptado)

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