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Artigo Cientifico, Analise de Propaganda

Por:   •  22/4/2016  •  Artigo  •  4.190 Palavras (17 Páginas)  •  772 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E LINGUAGEM
LETRAS 1º SEMESTRE

Jenniffer Rhaíssa Vaez Schwingel
Karina Hubner Ferassolli

RESUMO
Por onde começou essa submissão total do homem sobre a mulher? Quem foi que disse que o homem é mais inteligente que a mulher e que este deve ser sempre “o cabeça” de cada lugar em que ele está estabelecido? Com o decorrer de muitos anos, com a evolução da tecnologia, muitas empresas têm apresentado propagandas voltadas para seu público de mulheres, onde as características são sempre iguais, mostrando sempre a mesma situação para com as mulheres e sua condição na sociedade. Se faz necessário uma análise mais profunda do porquê desse preconceito acontecer e perpetuar durante gerações para com o gênero feminino. Através deste estudo, teremos apresentações de que, como e onde tudo isso começou, e traremos então a solução para cada propaganda e o modo a se seguir delas.

Introdução

Quem foi que intitulou os homens como superiores às mulheres? Que regra é essa que diz que é dever apenas da mulher cuidar de seu lar? Onde encontramos que a figura masculina é mais capaz que a feminina? A sociedade se encontra da mesma maneira como era nos séculos passados? O que há de novo? Essa submissão da mulher ao homem ainda prevalece? Homens não são capazes de realizar tarefas domésticas por considerá-las tarefas “de mulher”? Ao analisar o que leva homens e mulheres a possuírem um comportamento de pensamento machista em diversas situações da vida cotidiana, podemos afirmar que isso não é um caso recente. Ao se deparar com diversas propagandas antigas e atuais, é claro para qualquer um a afirmativa de que nada mudou. Após tantas tecnologias criadas, e diversos costumes deixados para trás, uma coisa que insiste em ficar é o caráter machista impregnado em cada um de nós. Nosso machismo está no modo em que nos vestimos, nas propagandas que vemos, nos costumes estabelecidos para comportamentos que os gêneros devem exercer, em nossas censuras pessoais e no modo em que vivemos. Quando afirmo “nosso”, confirmo que sim, homens, mulheres e crianças, somos todos machistas, e apesar de todas as batalhas travadas no decorrer de tantos anos, ainda se persiste muito tal pensamento.

As propagandas procuram trazer diversos assuntos, oferecendo produtos destinados cada qual para uma utilidade diferente. Estes comerciais, voltados para o consumo das mulheres, geralmente trazem produtos destinados apenas às donas de casa, como desinfetantes, amaciantes, sabão em pó, entre muitos outros. Todavia o público-alvo que eles tentam atingir, já não é o mesmo de antigamente, pois como dizem vulgarmente “são tempos modernos”.

Com a exibição de tantas propagandas, podemos voltar nossa atenção para a análise de uma linha de comercial, onde produtos de limpeza carregam sempre a imagem da mulher. Tais propagandas trazem em sua linguagem modos simples de fazer os serviços domésticos, com um discurso de que tudo fica mais simples quando tem aliado produtos com tal qualidade. Essa gesticulação para a venda destes produtos é tanto verbal, quanto visual. Para Orlandi (2001, p. 151) “Do ponto de vista da análise de discurso, ao produzir um texto, o autor faz gestos de interpretação que prendem o leitor nessa textualidade constituindo assim ao mesmo tempo uma gama de efeitos-leitor correspondente”. Para tanto, nosso objetivo é analisar os efeitos de sentido que as propagandas de produtos de limpeza causam em seu público-alvo, fazendo assim uma análise do que seria mais correto nestas propagandas.

A análise do discurso

Através do livro Discurso e Textualidade (Orlandi), obtivemos um conhecimento melhor sobre como analisar as produções que nos são oferecidas. Pra ela existem três modos para o campo do saber, que são a linguística, a psicanálise e o marxismo. E através dessas formas de conhecimento vai ser constituído “um lugar teórico propício à elaboração da análise do discurso, mais propriamente, para a formação do que seja discurso”.

De acordo com a autora, para que se exista uma condição exerce uma produção se faz necessário incluir sujeito e situação. Cada contexto preside de um contexto histórico para o momento. Ela cita o exemplo da sala de aula, onde por qual quer que seja a explicação da aula, aquele ambiente em que os alunos estão estabelecidos, e posição, entre outros, vem de outros períodos, criando assim o sujeito e a situação.

Ao analisar a propaganda, foi de forma fundamental o que a Orlandi nos passa, afirmando:

“portanto, as palavras, as proposições, expressões recebem seu sentido da formação discursiva na qual são produzidas. Segundo M. Pêcheux (ibidem) então os indivíduos são interpelados em sujeito-falantes (em sujeitos de seu discurso) pelas formações discursivas que representam na linguagem as formações ideológicas que lhe são correspondentes. É assim que não podemos pensar o sentido e o sujeito sem pensar a ideologia. Do mesmo modo não podemos pensar a ideologia, em termos discursivos, sem pensar a linguagem.”

E através deste estudo realizados, é fácil se entender e analisar as propagandas, tendo em vista que cada qual possui sua ideologia, que é passada ao seu público através dos comerciais.

Feminismo através dos séculos

Em um mundo moderno, cheio de possiblidades infinitas para todos os gêneros, seria hediondo afirmar que as mulheres são as únicas possuidoras dos cuidados constantes do lar de suas famílias. Entretanto, até se é possível compreender o porquê desse pensamento disseminado em toda a população, pois a submissão das mulheres perante os homens, não vem de 100 anos atrás, e sim de mais de milhares de anos, na criação do Universo. E desde muito tempo, temos mulheres lutando contra esse mar de preconceito para com elas e seu papel na sociedade.

De início, não se existia um movimento, mas mulheres que personificaram o anseio de muitas outras, trazendo assim ao público, o desejo de ter voz na sociedade como o homem tinha. Ao longo de muitos anos na história ocidental sempre existiu mulheres que se rebelaram contra sua posição primaria, buscando assim a liberdade em vários aspectos, e por diversas vezes pagaram com a vida por essa audácia em sua época.

Em primeiro plano possuímos na história do Feminismo a Christine de Pizan (1364-1429), que em 1402 declarou que “... as mulheres são constantemente apresentadas de modo preconceituoso e sem motivo justo...” em seu livro A Cidade das Mulheres. Em sua condição atual, era casada com Etiénne du Castel, que era secretário e notário real. Em 1390, ele faleceu deixando Christine numa delicada situação financeira, devido às dívidas contraídas por ele. Ela decide, então, dedicar-se às letras, numa tentativa de sustentar a si e aos filhos. Considerada precursora do feminismo, foi a primeira mulher francesa de letras a viver do seu trabalho. Estabeleceu-se assim a reputação de Christine como intelectual capaz de apoiar a sua causa, com argumentos lógicos e bem fundamentados. Nos seus restantes trabalhos, nunca deixou de defender a importância das mulheres, e das suas contribuições para a sociedade, ou a igualdade dos sexos, e a necessidade de dar uma educação igual tanto a rapazes quanto a mulheres. Tentou ainda mostrar às mulheres como cultivar qualidades que as ajudem a lutar contra a crescente misoginia.

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