Artigo sobre os enfrentamentos dos professores de espanhol

 RESTRIÇÃO QUANTO AO MERCADO DE TRABALHO PARA PROFESSORES RECÉM-FORMADOS EM ESPANHOL

Cristiane dos Santos Fontes^[1]∗

Letícia Félix Xavier^[2]∗∗

Marcele Andrade Vieira Santos^[3]∗∗∗

Resumo

O presente artigo surgiu do questionamento dos graduandos de língua estrangeira (espanhol), quanto ao futuro da carreira acadêmica perante o cenário educacional nacional atual, considerando a aprovação da Lei n° 13.415/2017, chamada lei de reforma do Ensino Médio, que retirou a obrigatoriedade da oferta do espanhol como disciplina, e teve o objetivo de discutir os impactos e as consequências que tais mudanças trará para esses profissionais. Este estudo apresenta dados referentes as perspectivas futuras dos docentes e futuros docentes quanto o seu desenvolvimento profissional na área da educação. Foram utilizados como referencial teórico para a elaboração do questionário, que foi a base coletora de dados, os textos de Paraquett (2009), Celani e Sousa (2017) e Vale, Nascimento e Anicézio (2017), que entendem a importância ensinar/aprender espanhol em sala de aula.  A pesquisa foi de cunho quantitativo, onde obtivemos dados referentes aos perfis de alguns professores e estudantes de Espanhol. Estes dados foram analisados de modo qualitativo interpretativista, mediante as reflexões que foram propostas acerca dos impactos trazidos pela lei 13.415/2017, e através dele foi possível identificar frustrações e questionamentos sobre a condição docente.  

Palavras-chaves: Reforma; Mercado de trabalho; Espanhol

Resumen

El presente artículo surgió del cuestionamiento de los graduandos de lengua extranjera (español), en cuanto al futuro de la carrera académica ante el escenario educativo nacional actual, considerando la aprobación de la Ley nº 13.415 / 2017, llamada ley de reforma de la Enseñanza Mediana, que retiró la obligatoriedad de la oferta del español como disciplina, y tuvo el objetivo de discutir los impactos y las consecuencias que tales cambios traerá para esos profesionales. Este estudio presenta datos referentes a las perspectivas futuras de los docentes y futuros docentes en cuanto a su desarrollo profesional en el área educativa. Se utilizaron como referencial teórico para la elaboración del cuestionario, que fue la base colectora de datos, los textos de Paraquett (2009), Celani y Sousa (2017) y Vale, Nascimento y Anicézio (2017), que entienden la importancia de enseñar/aprender español en clases de aula. La pesquisa fue de cuño cuantitativo, donde obtuvimos datos referentes a los perfiles de algunos profesores y estudiantes de español. Estos datos fueron analizados de modo cualitativo interpretativista, mediante las reflexiones que se propusieron acerca de los impactos traídos por la ley 13.415/2017, y través de él fue posible identificar frustraciones y cuestionamientos a cerca la condición docente.

Palabras-claves: Reforma; Mercado de trabajo; Español

INTRODUÇÃO

Não podemos ignorar a geolocalização do Brasil, estamos rodeados por países hispano-falantes; muito menos que somos um dos integrantes do bloco econômico MERCOSUL, um passo significativo para o crescimento e interesse das pessoas quanto ao ensino-aprendizagem da língua espanhola aqui no nosso país; e a conquista da oferta obrigatória da disciplina de espanhol no ensino médio das escolas públicas foi um avanço muito maior, advindo com a aprovação de lei nº11.161/2005; mas a questão é que tudo isso está sendo ignorado e desconsiderado.

A retirada da obrigatoriedade do ensino de espanhol dos currículos das escolas brasileiras, tornou-se um tema bastante preocupante, tanto para os professores da educação básica como os da graduação, assim como também para alunos em formação, pois há um leque de incertezas quanto ao mercado de atuação na sua área, já que ficarão à mercê das gestões escolares optarem por inserir ou não a disciplina no seu currículo, e levando em consideração a pior hipótese, a de não  ter a língua estrangeira nas escolas, dificilmente terá pessoas com interesse em estudar a mesma em uma universidade, ou seja, a reforma não atingiria somente o mercado das instituições de ensino básico, mas também as de educação superior.  

Com este estudo objetiva-se discutir os impactos e as consequências que tais mudanças no campo educacional estão causando na área do Ensino do Espanhol e para os profissionais e estudantes da área (língua espanhola). Dessa maneira, pretende-se aclarar e/ou nortear baseado nos resultados das análises, como será o novo cenário e os desafios que esses profissionais terão que enfrentar quanto ao mercado laboral.

O presente artigo surgiu do questionamento dos graduandos de língua estrangeira (espanhol), quanto ao futuro da carreira acadêmica, ou seja, à restrição ao mercado de trabalho após a aprovação da Lei n° 13.415/2017, chamada lei de reforma do Ensino Médio, que trouxe um retrocesso considerável para a educação, com base no processo histórico do espanhol e tudo que foi descartado dentro das políticas linguísticas educacionais brasileira. No parágrafo 4º dessa lei fica estabelecido que “Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em ‘caráter optativo’, preferencialmente o espanhol, ‘de acordo com a disponibilidade’ de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino”. (Grifo nosso)

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METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, inicialmente foi realizado uma revisão de literatura, afim de traçamos um panorama quanto as pesquisas existentes relacionadas a este tema tão atual, que são os efeitos causados pela reforma educacional no ensino médio, mais especificamente direcionado ao ensino de espanhol. Esta investigação bibliográfica foi realizada através do Google Acadêmico, tendo como palavras chaves:  “Reforma, Ensino Médio, Espanhol”, tendo uma restrição temporal, somente artigos desenvolvidos a partir do ano de 2017. A partir dos resultados encontrados, selecionamos a partir da leitura dos resumos, somente aqueles que se aproximavam do tema que vai ser trabalhado neste artigo.