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As Cantigasde amigo e de amor .

Por:   •  23/10/2017  •  Resenha  •  458 Palavras (2 Páginas)  •  699 Visualizações

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As cantigasde amigo e de amor, dois géneros associados da poesia galego-portuguesa, marcaram a Literatura Portuguesa com o lirismo trovadoresco.

A relação entre ambas é, marioritariamente, de oposição, ainda que nos possamos deparar com raras semelhanças.

Primeiramente, destaca-se oelemento que, de forma mais evidente, as distingue – o eu lírico. Nas cantigas de amor, é o homem a se dirigir à amada, a «senhor», confessando os seus sentimentos. Já nas cantigas de amigo, deparamo-nos com uma donzela, saudosa, que se dirige, não ao amigo (namorado), por este se encontrar ausente, mas sim a um confidente, papel assumido pela sua mãe, pelas amigas ou pela Natureza.

Também é de referir que o ambiente que envolve estes dois géneros de cantiga é altamente distinto. Enquanto que nas cantigas de amigo nos deparamos com a pureza e genuinidade da ruralidade, nas cantigas de amigo, sobressai uma acentuada aristocraticidade e artificialismo do sentimento e da mensagem do poema.

Por último, os únicos elementos que podem ser considerados semelhantes entre a cantiga de amigo e de amigo, remetem-nos para a presença de sofrimento amoroso e para a sua forma. Sendo que ambas foram cultivadas, simultaneamente nas cortes da Península Ibérica, acabaram por se influenciar mutuamente. Assim sendo, é frequente a ocorrência, nas cantigas de amor galaico-portuguesa, de refrão, aproximando-se da poesia popular.

Em suma, é de referir que, apesar das divergências existentes entre as cantigas, é possível identificar aspetos comuns, justificáveis pela influência que exerce a cultura ibérica.

As cantigas de escárnio e maldizer, géneros da poesia galego-portuguesa, oferecem-nos um testemunho sobre a Idade Média portuguesa e peninsular, documentando o seus costumes, e informando-nos sobre factos históricos e sociais mais relevantes.

Ambas as cantigas surgem como formas de ridicularizar, ironicamente, o exagero do amor cortês e a forma hiperbólica como é descrita a «senhor». O único elemento que as distingue é a identificação direta da pessoa satirizada, presente na cantiga de maldizer, como é o caso dos poemas «Dom Airas, pois me rogades» e «Roi Queimado morreu com amor».

No caso da cantiga de escárnio, apenas se alude, indiretamente, à entidade referida, por meio da caricatura e personagens-tipo, estimulando a imaginação do leitor. A título de exemplo, temos a cantiga «Ai, dona fea, foste-vos queixar».

Desta feita, é possível inferir que estas composições são o inverso do convencional amor cortês, constituindo uma imitação irónica da cantiga de amor, por criticarem os principais tópicos da lírica trovadoresca: a superioridade da «senhor»; o elogio da sua beleza, a sua dignidade moral e as suas qualidades intelectuais e o comprazimento no amor como meio de ascese.

Após o acima exposto, é importante referir que estas cantigas nos fornecem uma ativa imagem da época, em que a crítica éconsiderada um valor documental, para o conhecimento da língua e da sociedade medieval.

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