As Cartas chilenas e a Inconfidência Mineira
Por: lorranyavila • 28/10/2017 • Resenha • 477 Palavras (2 Páginas) • 541 Visualizações
Universidade Federal de Ouro Preto- Instituto de Ciências Humanas e Sociais – Departamento de Letras[pic 1]
Disciplina: Literatura Brasileira I
Professora: Elzira Divina Perpétua
Aluna: Lorrany Héllen Ávila Gonçalves
RESENHA
FERREIRA, Delson Golçalves. As Cartas Chilenas e a Inconfidência Mineira. Belo Horizonte, An61. a Conl., v. 4, n. 2 e 3, p. 180-216, maio/dez. 1989
As cartas chilenas e a Inconfidência Mineira
Delson Gonçalves Ferreira (1928-2014), filho de Cataguases, embora tenha nascido em Miraí, tinha índole de pesquisador e desde cedo destacou-se em sua área. Notabilizou-se também pela publicação de livros não só na área do ensino literário como também de crítica e pesquisa.
O artigo “As cartas chilenas e a Inconfidência Mineira” tem como objetivo principal explicar o conceito que envolve as cartas chilenas, suas principais características e a importância do contexto histórico para compreender sua composição.
Segundo o autor, são treze cartas que foram escritas por Critilo (pseudônimo do autor Tomás Antônio Gonzaga), e que relatavam os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais que os governantes da época praticavam. Elas foram compostas em versos decassílabos e tinham como principal personagem o "Fanfarrão Minésio” (o governador Luís Cunha Meneses) que governava o "Chile", pseudônimo utilizado para designar a cidade de Vila Rica. Ainda segundo Delson, as cartas chilenas eram sempre dirigidas a Doroteu (Cláudio Manuel da Costa) e relatavam com veracidade a realidade da sociedade que ali se encontrava, porém de maneira caricatural e satírica.
Segundo ele, as Cartas Chilenas foi um documento da Inconfidência. E a Inconfidência faz parte essencial da história internacional na qual se fundou a Revolução Francesa.
Apesar dos argumentos de Almir de Oliveira, de M. Rodrigues Lapa e de outros, Delson Ferreira tem como convicção que Tomás Antônio Gonzaga não só participou da Inconfidência Mineira, como foi um dos seus mais importantes pensadores. Sua leitura de tantos papéis referentes ao assunto o levou a pensar que Gonzaga ambicionava altas posições na futura república. Era um aristocrata com forte ambição de mando e que desejava mudanças no método político que atuava até então.
Ao final desse artigo, Delson conclui que Gonzaga estava dentro do movimento de rebeldia de 1789, e que por meio de seus poemas defendeu o que pensava daquele cenário de opressão e esquecimento a que o governo deixou a sociedade. Suas sátiras refletiam, mais do que um estado de espírito individual de Critilo, refletiam também o clima da própria sociedade, em fermentações de revolta, da Metrópole Vila Rica no final do século XVIII.
A partir dessas considerações, percebe-se que o autor se preocupou em abordar o tema de forma explicita e didática, tendo em vista uma fácil linguagem. Assim, sua obra é destinada a um público atento e interessado no tema. Porém, permite ser distinta a análise, necessitando de uma interpretação minuciosa, mas de fácil entendimento para os participantes da leitura.
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