Breve Comentário Sobre o Poema “Frases feitas”, de Afonso Ávila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDA DE LETRAS

Disciplina: Poesia e História -Atividade Assíncrona – 10/08
Guilherme Regis

Breve comentário sobre o poema “Frases feitas”, de Afonso Ávila

O poeta parece fazer uso da epígrafe de Antônio Cândido para trabalhar diferentes conceitos nas frases que explora. Iniciando a primeira estrofe com os dois primeiros versos que propõe uma revolução a ser feita antes da revolução do povo, os seguintes versos exploram alguns conceitos do que seriam o povo às ruas, clamando por uma revolução de seu próprio interesse, terminando a estrofe com um verso que conceitua o que seria uma revolução feita pelos que não pertencem ao povo: uma farsa.

As estrofes seguintes seguem uma mesa lógica, sendo a segunda a respeito da ordem, que inicialmente se apresenta como um “senso grave” e sério e termina como grade, algo que aprisiona e priva da liberdade. Na terceira estrofe o recurso apresenta no primeiro verso a luz do pão que vem para matar a fome, mas é negado ao povo pela usura, pelo lucro e pelo luxo.

A quarta estrofe apresenta o verso inicial que parece apontar para uma lei centrada em si e não nos interesses do homens, com um verso final que implica que a rês, os animais a serem abatidos a fim de saciar a fome (e seus donos), são mais protegidos pelas leis, do que a própria preocupação com a fome.

Nas três ultimas estrofes o poeta faz uso do recurso que utilizou em todo o poema para denunciar a corrupção daqueles que detêm o poder: aos amigos conspícuos e promíscuos, marmelada; o “não vezes cem”, como negação dos direitos do povo em detrimento do lucro de poucos; e, por fim, a liberdade ainda que tardia, que só será conquistada pelo povo quando de fato terem o que comer, quando de fato terem suas terras e quando tiverem autonomia para escrever o livro da conquista de sua própria liberdade.

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