Como Combater A Disseminação De Fake News?
Por: jeeh333 • 31/10/2023 • Trabalho acadêmico • 781 Palavras (4 Páginas) • 53 Visualizações
LÍNGUA PORTUGUESA
16/10/2023
TEMA: FATO OU FAKE: NOTÍCIA
HABILIDADE: EM13LP39 - Usar procedimentos de checagem da fatos noticiados e de fatos publicados.
Leia o texto.
COMO COMBATER A DISSEMINAÇÃO DE FAKE NEWS? Marcos Rohfe
Desde o surgimento da internet, até a criação das redes sociais em ambiente on-line, a proliferação e a disseminação de notícias falsas atingiram um impressionante patamar. O filósofo Nietzsche já discorreu sobre isso ao afirmar que a mentira exigia invenção, dissimulação e memória. O célebre escritor russo, Fiódor Dostoievski, em sua obra “Os Irmãos Karamazov”, pontuou: “quem mente para si mesmo e dá ouvidos à própria mentira chega a um ponto em que não distingue nenhuma verdade nem em si, nem nos outros”. Isso dialoga com o conceito de pós-verdade, quando crenças e convicções pessoais acabam se sobrepondo a fatos, dados e evidências cientificamente comprovadas.
Vivemos em tempos em que quem inventa mentiras se beneficia da falta de checagem dos conteúdos que são compartilhados. Por isso, essa é a chamada “Era da desinformação”. Quem produz notícias falsas promove, intencionalmente, distorções da realidade. E, na maioria das vezes, utiliza recursos que facilmente enganam as pessoas, como aproveitar parcialmente fatos ou dados reais, manipulando-os para atingir seus objetivos. Historicamente, a criação e a divulgação de notícias falsas não é algo recente. Essa prática apenas ganhou maior proporção com as possibilidades que o universo digital oferece. Um dos mais famosos casos vem do século XVI, quando o poeta Pietro Aretino escreveu sonetos difamatórios, e com informações inventadas, contra os candidatos ao conclave papal de 1522, poupando apenas seu patrono, Giulio de Médici.
Entretanto, a estratégia acabou não dando certo, e o papa eleito foi outro, Adriano VI. Como o poeta costumava divulgar seus sonetos perto de uma estátua, em Roma, denominada Pasquino, a prática acabou criando a expressão pasquins, título usado para caracterizar veículos que produzem informações falsas ou sensacionalistas. No Brasil, a estratégia de disseminar notícias falsas auxiliou Eurico Gaspar Dutra a ser eleito presidente, em 1945. O favorito à eleição na época era o candidato Eduardo Gomes, porém ele foi acusado de rechaçar os votos da população carente. Na época, foram distribuídos vários folhetos, divulgando que Eduardo teria desdenhado o voto dos “marmiteiros”, ou seja, os trabalhadores mais humildes. A informação foi encarada como verdadeira, tendo sido inclusive transmitida pelas rádios, e pelos principais veículos de comunicação daquele tempo.
Embora ele nunca tenha dito isso, como foi comprovado posteriormente, a notícia foi espalhada com muita intensidade na época. Em decorrência disso, suas possibilidades de ser eleito foram destruídas, pois a mentira provocou a ira da grande maioria dos eleitores, que se sentiu desprezada pelo candidato. Mais recentemente, nas eleições americanas, a estratégia de difamar os opositores ganhou ainda maiores proporções com a eleição de Donald Trump, em 2016. As informações falsas relativas à ciência também devem ser combatidas. O movimento negacionista, que cresce em todo o mundo, priorizando crenças e opiniões sem embasamento científico, precisa ser enfraquecido, por meio de mecanismos que possam proteger as populações dos impactos que esse desserviço pode causar.
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