Considerações Anatômicas: Esmalte Dentina e periodonto
Por: Matheus Corrêa • 27/5/2018 • Resenha • 1.440 Palavras (6 Páginas) • 564 Visualizações
Dentina
Durante a dentinogênese, as células da periferia da papila se diferenciam em odontoblastos, que são as células formadoras de dentina. A dentina é um tecido mineralizado e avascular que aloja em seu interior um tecido conjuntivo não mineralizado, a polpa dentária. Apresenta algumas características com o tecido ósseo, porém a dureza da dentina é considerada superior que a do osso, por conta de seu maior conteúdo mineral, estimado em 70% do seu peso, o restante de sua composição é formado por 18% de material orgânico e 12% de água. Embora a dureza da dentina seja maior que a do osso, é consideravelmente menor do que seu revestimento de cobertura, o esmalte. Como os demais tecidos sofrem mineralização, a matriz orgânica de dentina tem dois componentes, o fibrilar (constituído por fibrilas colágenas) e a substancia fundamental interfibrilar. O colágeno presente é principalmente do tipo I, cerca de 90% da atriz orgânica. Também pode ser encontrado nessa composição colágeno tipo V, mas em uma proporção muito baixa 5%. Os 10% restantes da matriz orgânica de dentina são compostas por proteínas não colágenas: sialofosfoproteína dentinária e fosfoproteína dentinária, proteínas de matriz dentinária e proteínas morfogenéticas dentinárias.
Os túbulos dentinários são túneis advindos da formação de dentina mineralizada em volta dos prolongamentos odontoblásticos. No entanto no elemento dental formado os túbulos nem sempre contém prolongamentos em toda sua extensão, pois eles podem se retrair quando a metade da espessura da dentina circumpulpar está formada. Assim na extremidade perto do limite amelodentinário os túbulos ficam como tuneis sem prolongamentos, sendo ocupados por um liquido tissular denominado fluído dentinário. Esses túbulos percorrem toda a espessura da dentina
KATCHBURIAN, Eduardo; ARANA, Victor. Complexo Dentino-polpa. In: KATCHBURIAN, Eduardo; ARANA, Victor. Histologia e Embriologia Oral. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2012. Cap. 7. p. 129-170.
Macroscopicamente a aparência de uma dentina sensível e de uma dentina saudável é igual. Entretanto ao analisar em um microscópio eletrônico de varredura nota-se que em áreas sensíveis o orifício dos túbulos dentinários mostram-se mais abertos
VALE, I. S. do, & BRAMANTE, A. S. (1997). HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. Revista de Odontologia Da Universidade de São Paulo, 11(3), 207–213. https://doi.org/10.1590/S0103-06631997000300009
Há uma variação de túbulos dentários presentes em diferentes sítios.Tant a orientação quanto a densidade dos túbulos variam de acordo com a região que eles são encontrados
Marshall GW Jr1, Marshall SJ, Kinney JH, B. M. (1997). Detin hypersensitivity: a review of literature. vol: 25 (6) pp: 441-58. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9604576
Não há evidencias para afirmar que a dentina sensível difere de qualquer forma da dentina normal e os mecanismos de dor são provavelmente os mesmos.
Vários estímulos que podem provocar uma resposta de dor, podem ter origem térmica, química, mecânica. Estímulos evaporativos, como jato de ar da seringa tríplice ou o ar atmosférico durante a respiração bucal resultam em uma perda de liquido da superfície da dentinária e, acredita-se, que provoca o aumento do fluxo de fluidos para fora dos túbulos, da mesma forma que um estímulo térmico frio e estímulos osmóticos, como os ácido da dieta. A estimulação mecânica é mais complexa de entender, em teoria, ocorre a compressão da superfície, que comprime os tecidos superficiais e, no momento da liberação, causa uma expansão e, consequentemente, aumento do fluxo de fluidos para fora dos túbulos. Entre todos os estímulos, o frio é relatado como sendo o mais problemático.
Recentemente outras teorias surgiram, propondo que os odontoblastos atuam como células sensoriais na dor e sensibilidade dentinária, por expressarem expressam canais iônicos com potencial receptor de potencial mecânico e / ou termossensitivo (TRPV1, TRPV2, TRPV3, TRPV4, TRPM3, KCa e TREK-1), sugerindo que os odontoblastos interpretam os estímulos ou o movimento do fluído.
West, N. X., Lussi, A., Seong, J., & Hellwig, E. (2013). Dentin hypersensitivity: pain mechanisms and aetiology of exposed cervical dentin. Clinical Oral Investigations, 17(S1), 9–19. https://doi.org/10.1007/s00784-012-0887-x
Ao longo dos anos inúmeras teorias tem sido propostas para tentar explicar o fenômeno de transmissão de dor. Dentre todas, três se destacavam a primeira propunha que os túbulos dentinário tivessem um nervo ao longo de todo o seu comprimento até a supercifie livre. A segunda propunha que os odontoblastos poderiam servir como receptores de estimulo. E a terceira descrita por Brännstrom propunha que a sensibilidade dentinária poderia ser devido ao movimento do fluído dentinário no interior dos túbulos, a chamada teoria hidrodinâmica de sensibilidade.
(para contrapor uma parte do livro do PV que recomenda o forramento) Vários autores13,25,26 afirmaram que os condicionadores ácidos e compósitos não têm efeitos adversos na polpa, e que tais restaurações não requerem revestimentos protetores ou bases, se os adesivos atingirem uma boa vedação da cavidade. Esta visão é estendida ainda ao uso de materiais adesivos de dentina, tais como agentes diretos de encapsulamento.
A sensibilidade pós operatória é um fator critico na definição de sucesso clinico nas restaurações de resina composta.
- Casselli, D. S. M., & Martins, L. R. M. (2006). Postoperative sensitivity in Class I composite resin restorations in vivo. The Journal of Adhesive Dentistry, 8(1), 53–8. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16536346
Avaliando que densidade (quantidade por mm²) dos túbulos dentinários aumenta conforme a profundidade da dentina , o conteúdo de agua da dentina aumenta de acordo com a profundidade. Em contra partida a quantidade de dentina intertubular rica em colágeno diminui conforme a profundidade da dentina. Ainda que a composição mineral mantenha-se relativamente constante., provavelmente a razão disso seja que a quantidade de dentina peritubular hipermineralizada aumente com a profundidade da mesma.
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