Cultura Clássica
Dissertações: Cultura Clássica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 14/3/2014 • 1.904 Palavras (8 Páginas) • 325 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LETRAS – PORTUGUÊS/INGLÊS A DISTÂNCIA
DISCENTE: CRISTINA CORREIA DA SILVA
TUTORA PRESENCIAL: SHARLENE DAVANTEL VALARINI
TUTORAS À DISTÂNCIA: MARGARIDA LISS E SILVANA SOARES SIQUEIRA ROCHA
DISCIPLINA: CULTURA CLÁSSICA
PROFESSORA RESPONSÁVEL: ELIANE BATISTA
Como já está detalhado no guia didático, a avaliação da Disciplina de Cultura Clássica consistirá de uma prova presencial com valor de zero a 6,0 e de atividades postadas no Moodle que terão valor de zero a 4,0, resultando na soma destas, a média final. Com relação à avaliação presencial, esta será feita por meio de questões referentes ao conteúdo trabalhado no livro. Já as atividades consistirão na análise reflexiva de obras que fazem parte da cultura grega e latina. Ao todo, serão duas atividades com valor de zero a 2,0 cada. Obrigatoriamente, uma atividade será a análise reflexiva de uma obra grega e outra, de uma obra latina. Serão disponibilizadas, por meio dos tutores, algumas obras que serão os corpora para a análise, bem como a sugestão de alguns temas que poderão ser trabalhados. Os alunos poderão escolher dois temas (e duas obras, é claro), desde que seja um em cultura grega e outro, em latina. Cada análise reflexiva (um texto dissertativo, coerente, que tenha início, desenvolvimento e fim) deverá ter, no máximo duas folhas, sendo a proposição clara e com exemplos da obra. Para exemplificar, o aluno poderia desenvolver um aspecto relacionado às epopéias Ilíada ou Odisséia (Grega), e outro, sobre a lírica latina (Catulo, ou Horácio, ou Virgílio). Os gêneros serão livres (épica, lírica, drama ou filosofia), mas deve ser um gênero para cada cultura. Em breve, os temas sugeridos serão apresentados e a questão ficará mais clara.
Analise reflexiva do Canto VII, da “Eneida” epopeia latina do autor Virgílio (Publius Vergilius Maro – 7 a.a.c.-19d.c).
A Eneida do autor Virgilio, ela é composta de doze cantos, os seis primeiros relata sobre a odisseia, as viagens no mar, à saída de Tróia e os seis últimos descreve os feitos de Iliada, as batalhas e as lutas sangrentas na conquista de Lácio. O canto I descreve a chegada de Eneias a Cartago e a historia de Dido, no canto II, Eneias narra à destruição de Troia. No canto III, narra suas viagens, no IV canto por amor Dido se suicida V canto Eneias viaja em rumo à Itália, com estadia em Sicília. No VI canto, Eneias desce ao reino dos mortos, no VII canto o qual irá ser analisado, ele chega a Lácio a terra prometida, no VIII começa os preparativos para guerra, em seguida há um vitória parcial dos rutulos mais precisamente no IX canto. Já no X canto Eneias volta com aliados, logo tem uma trégua para sepultar os mortos da guerra evidentemente no XI canto e a epopeia finaliza no XII canto e ultimo a vitória final na conquista de Lácio. Virgílio retrata os valores e virtude da sociedade latina.
Na análise reflexiva, do canto VII, da “Eneida” abordaremos fatos míticos e interessantes do texto. De inicio apresentamos um breve relato sobre os personagens e o canto, em seguida analisaremos alguns personagens com maior profundidade, relacionada com a figura feminina que abrange a caracterização do papel nos aspectos físicos, sociais, morais, psicológicos e ideológicos das mesmas. Eneias guerreiro troiano, filho de Vênus e do mortal Anquises. Latino rei de Lácio, Filho de Fauno o oraculo e de uma ninfa. Lavínia moça dócil e filha de Latino. Amata uma simples mortal e esposa de Latino. Turno rei dos rutulos, sobrinho de Amata e pretendente de Lavínia. Camila, moça guerreira, filha de Métabo, rei dos Volscos e Juno, rainha dos deuses e esposa de Jupter. No canto VII, de “Eneida” os troianos chegam à foz do Tibre, onde se localiza a terra de Lácio, reinada por Latino e pela sua esposa Amata. Eles tem uma filha que chame-se Lavínia, ela está prometida para, o rei Turno. Enéias é bem acolhido por Latino, que oferece a mão da filha e aliança, pois o oraculo Fauno, já havia previsto o casamento de Lavínia com o estrangeiro troiano. Juno já sabendo que Eneias seria o possível genro de Latino, ela chama à sua presença a fúria de Alecto, que incita a hostilidade e a ira de Amata e assim há desavença entre Turno e Eneias gerando uma guerra onde Turno consegue aliados da Itália Central, como a guerreira Camila.
Mediante as personagens femininas, partiremos para uma análise, considerando de maior representatividade neste canto da “Eneida” Lavínia, Amata, Camila e Juno. Nessas figuras femininas cada uma apresenta traços peculiares. Porém as que se configura como um pólo antagônico é Lavínia e Camila. Enquanto Lavínia é o motivo pelo qual Eneias e Turno travam uma guerra, percebemos que ela é uma mulher submissa sendo uma representação da classe feminina e do perfil psicológico e moral de sua cultura. Ela aceita o que o pai lhe propõe.
“E também, junto ao seu pai Lavínia virgem/ Com tedas castas incensando as aras/Fogo ó pasmo! As madeixas ateado/ O ornato viu-se em crepitante chama” (Virgílio-Eneida-p.195)
Quanto à figura de Camila, percebemos quão diferente ela é de Lavínia. Camila moça virgem, criada nos bosques, mulher com destreza e habilidade para atirar com o arco, uma espécie de amazonas itálica. Ela tem o perfil da mulher que luta, fazendo a diferença entre outras mulheres, uma jovem experiente e sem medo. Depois de levar uma vida de caçadora, decide partir para a guerra, sendo aliada do rei Turno na batalha contra Eneias. Camila destemida e de grande impacto no canto VII, destaca sua postura e seu aspecto moral e ideológico no final do canto, mostrando sua postura de uma mulher batalhadora.
“Eis Camila belaz, que o volsco impera/ Bando equestre e o de pé de arnês lustroso/ Dura a virgem no prélio, em roca ou vimes/ De Minerva não punha as mãos femíneas./ Pelo agro intacto, mais veloz que o vento/ A voar não lesara a tenra espiga:” (Virgílio-Eneida-p.221)
A atitude da Guerreira Camila, aponta a ação de uma jovem aventureira, capaz de levar adiante seu destino e sua força. Sendo assim percebemos o quanto Lavínia e Camila são distintas em suas ações. A primeira submissa e a segunda uma mulher livre de atitudes e decisões. Desse modo enfatizamos a figura feminina dentro da perspectiva da sociedade latina
REFERÊNCIAS
Virgílio. Eneida. Tradução de Manuel Odorico Mendes. eBoosBrasil.2005.
Análise reflexiva do poema VIII “O nascimento de Zeus” da obra Teogonia do poeta grego Hesíodo.
A Teogonia poema do poeta Hesíodo, considerada a obra mais antiga do autor. Ele a descreve em 1022 versos hexâmetros, o nascimento e a genealogia, ou seja, a origem dos deuses da mitologia grega. A época da composição de Teogonia é imprecisa, para os pesquisadores ela foi composta em torno do século VII ou VIII a,C. A narrativa se desenvolve em três temas, a cosmogonia ou criação do mundo, a teogonia ou a genealogia dos deuses e a maior parte do poema é determinado à ascensão de Zeus ao poder. Os mitos tem linguagem simbólica de um sentido profundo, por isso Hesíodo demonstra que tudo tem origem, pois Teogonia significa origem dos deuses. Nesse mito os deuses surgem através do desejo de união com outros deuses ou da separação. Diante desse assunto analisaremos na Teogonia de Hesíodo o poema “O nascimento de Zeus”, obra grega que busca não só a riqueza poética, mas ainda as noções e o movimento próprios do pensamento grego arcaico. Com descreveremos sobre os personagens, refletindo o poema.
A Personagem mítica, Réia mãe dos deuses ou deusa da fertilidade, filha de Gaia (Terra) e Urano (Céu), e esposa de seu irmão Crono (Tempo). Reia da à luz aos deuses; Deméter a deusa da agricultura, Hera a deusa que representava a divindade do casamento, protetora das mulheres e dos nascimentos. Hesia filha primogênita e deusa do fogo, Posêidon o grande rei dos mares, Hades o poderoso deus do mundo subterrâneo ou inferno e Zeus o principal deus da mitologia grega e o filho mais jovem.
“Reia submetida a Crono pariu brilhante filhos./Hésia, Deméter e Hera de áureas sandálias,/O forte Hades que sob o chão habita um palácio/Com impiedoso coração, troante Treme-terra/E o sábio Zeus, pai dos deuses e dos homens.” (Hesíodo-Teogonia. O nascimento de Zeus v.1-5).
Mediante os eventuais fatos míticos abordaremos o motivo de Reia, ter suplicado para esconder o filho Zeus do pai Crono. Pois o deus do tempo seguia a profecia da Terra e do Céu, que o seu destino era ser destronado por um filho. Então os filhos que Reia paria ele os engolia, para evitar que houvesse outro rei em seu lugar.
“E engolia-os o grande Crono tão logo cada um/Do ventre sagrado da mãe descia aos joelhos,/Tramando-o para que outro dos magníficos uranides/ Não tivesse entre os imortais a honra de rei./ Pois soube da Terra e do Céu constelado/ Que lhe era destino por um filho ser submetido.” (Hesíodo-Teogonia.O nascimento de Zeus Vs.7-12)
A figura feminina Reia como deusa piedosa de forte amor aos seus filhos. Com muita inteligência ela decide a suplicar a seus pais Terra e Céu que salvasse e acolhesse seu filho, pois já não aguentava mais ver seus filhos sendo engolidos por Crono. E assim Terra e Céu realiza o desejo da filha. Reia pariu seu sexto filho, Zeus e o escondeu na gruta de Creta, onde foi nutrido e criado. Como Crono esperava devorar mais um filho de Reia, ela enrola nos panos uma pedra e oferece à Crono. Sem desconfiar de nada o soberano a engole.
“Mas quando a Zeus pai dos deuses e dos homens./ Ela devia parir, suplicou-lhe então aos pais queridos,/ Aos seus, à Terra e o Céu constelado/ Comporem um ardil para que oculta parisse/ O filho, e fosse punido pelas Erínias do pai/ E filhos engolidos o grande Crono de curvo pensar.” (Hesíodo-Teogonia-O nascimento de Zeus Vs.16-21).
Logo Zeus cresce e tem a ideia de dar um antídoto para o pai e sua mãe Reia o ajuda ela oferece o antídoto à Crono e então ele vomita os seus filhos jogando-os na terra. Revoltados com o pai, os irmãos se aliam a Zeus para iniciar a guerra contra Crono. Zeus liberta das prisões subterrâneas os seus tios paternos, Brontes, o trovão, Estéropes o relâmpago e Arges o raio. E como presente dos seus tios, por ter tirado os do Tártaro, Zeus recebe os poderes de dos raios e de trovões. E assim Zeus vence a guerra e destrona seu pai, cumprindo a profecia.
“Rápido o vigor e os brilhantes membros/do príncipe crescia. E com o girar do ano/ enganado por instigações da Terra,/ soltou a prole o grande Crono de curvo pensar,/ vencido pelas artes e violência do filho./ Primeiro vomitou a pedra por último engolida.” (Vs.39-44). “E livrou das perdidas prisões seus tios paternos/ Trovão, Relâmpago e Arges de violento ânimo.” (Vs.48-49).
Desse modo o poema tem a finalidade e demonstrar que Zeus é sem dúvida a maior entidade da mitologia grega. Por ser deus dos deuses ele divide o universo com seus irmãos e cada um fica responsável por algo especial. Porém ha uma diferença entre os irmãos Hades e Zeus. Enquanto Zeus se fortalece da adoração dos homens e mortais, por ser o deus supremo. Hades se fortalece pela a dor dos homens por ser o deus do inferno onde são guardadas as almas com sofrimento sem fim. Deixando claro os papeis distintos dos deuses E com esse domínio marca a terceira geração dos deuses mitológicos.
REFERÊNCIAS
Hesíodo-Teogonia.Tradução de Jaa Torranos.São Paulo. Iluminuras,1991
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