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Delírios de Uma Alma Sólida

Por:   •  7/11/2018  •  Ensaio  •  2.581 Palavras (11 Páginas)  •  144 Visualizações

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Ana Paula Nunes

Adriana

Luiz Fernando Soares

Priscilla Bernardes

RESUMO

        O presente trabalho buscou analisar o processo aquisição da inteligência  sensório motor, por meio de esquema de pegar ou agarrar objetos.Para que tal objetivo fosse alcançado utilizou-se  como metodologia a pesquisa documental-bibliografia somada  a pesquisa exploratória descritiva.A pesquisa foi realizada em cima de um estudo de caso,de um criança denominada João G. S H. De 4 anos e 11 meses. Onde as formas de adquiri informações foi entrevista com a mãe do indivíduo estudado, análise de documentos e observação direta. O estudo revelou que a criança acompanha  o desenvolvimento cognitivo esperado para sua idade.

 

Palavras-chaves: Esquema, Sensório motor,Inteligência.

1 - INTRODUÇÃO

A inteligência é desenvolvida desde o nascimento do indivíduo, podendo ocorrer a partir de fatores hereditários e também com o contato com o meio. Para Piaget, o desenvolvimento dessa inteligência para o ser humano passa por quatro etapas: Sensório-Motor, Pré-Operatório, Operatório Concreto e Operatório Formal.

A inteligência sensório-motor, é considerada a primeira etapa e ocorre num período anterior ao desenvolvimento da linguagem. Pelas palavras de Piaget, o desenvolvimento sensório-motor baseia-se

“...numa inteligência prática, a qual se apoia, nos hábitos e associações adquiridos para recombiná-los. Esses mesmos hábitos e associações pressupõem a existência do sistema de reflexos, cuja conexão com a estrutura anatômica e morfológica do organismo é evidente. ” (PIAGET 1970, p. 13)

Ações como a sucção, o andar, a fala, o pegar (preensão) passa por um processo de desenvolvimento a partir da assimilação e acomodação. Durante esse processo, ela tende a adaptar-se ao meio em que está inserido. Para pegar um lápis com a mão, o indivíduo não conseguirá segurá-lo com os braços, mãos e dedos em repouso. Para conseguir segurar o lápis, é necessário que ocorra um movimento (pinça) com os dedos formando a preensão responsável pelo segurar o lápis à mão. Entretanto, todo esse processo não ocorre de forma rápida é necessário um longo período e bastante repetição da ação para que o organismo comece a desenvolvê-la.

        Todo o processo de adaptação do organismo com o meio, segue uma sequência de ações que Piaget denominou de “Esquema”. Segundo ele, esquema pode ser definido como:

“...uma estrutura cognitiva que se refere a uma classe de sequências de ação semelhantes, sequências que constituem totalidades potentes e bem delimitadas nas quais os elementos comportamentais que as constituem estão estreitamente inter-relacionados. ” (FLAVELL, p. 52)

Esse esquema ocupa, para Piaget, uma posição de destaque no desenvolvimento principalmente para o primeiro ano de vida. Mas isso não quer dizer que só ocorra neste período. O esquema está presente em todas as etapas do desenvolvimento, mas possuindo características específicas para cada etapa.

Os esquemas podem diferenciar-se em tamanho, formas, complexidade. Entretanto como características comuns aos esquemas temos repetição e também a generalização, ambos responsáveis para o desenvolvimento do esquema.

Neste trabalho, será analisado o esquema de preensão palmar, observado numa criança de 4 anos e 11 meses. O esquema foi desenvolvido por meio de entrevista com a mãe da criança e observação da preensão no participante durante um período de convivência. Utilização de fotografias para representação do processo realizado pela criança.

2 - MÉTODO

Participante 

O participante ao qual foi submetido a análise é João G. S. H., de 4 anos e 11 meses. Descrito pela mãe como uma criança hiperativa e de fácil comunicação, gentil e de bom comportamento, porém também fora citado como não muito suscetível a cumprir ordens em primeira instância.

Método

        A metodologia utilizada foi de estudo exploratório- descritivo com analise documental, observação individual e entrevista estruturada.

 Entendendo exploratório descritivo como “estudos exploratórios que têm por objetivo descrever completamente determinados fenômenos como, por exemplo, o estudo de caso para qual s˜ao realizadas análises empíricas e teóricas.”(Marconi e Lakatos, 2010, p.171)

Com base no objetivo de analisar como foi o desenvolvimento do esquema de pegar objetos, foram utilizados três recursos para obter informações sobre tal:

  • Entrevista com a mãe;
  • Análise de fotos;
  • Período de convivência em seu ambiente familiar.

Através dessas três formas, foi possível observar todo o seu progresso no processo, além de também poder ser analisado o que precisa ainda ser desenvolvido ou o que ainda irá se desenvolver para que o processo ocorra totalmente.

Entrevista 

A mãe de João relatou sobre diferentes fases do seu filho, com destaque para as idades anteriores aos 3 anos de idade devido a fatores que facilitariam o desenvolvimento cognitivo da criança.

Entre o período de 0 a 3 meses, o bebê não possuía nenhuma capacidade motora suficiente para pegar objetos com facilidade, tendo de ser auxiliado em grande parte do tempo até mesmo com brinquedos, realidade que mudou aos 4 meses quando a criança passou a querer ir na direção dos objetos que via e tentava pegá-los, porém com dificuldade.

Aos 6 meses, ele já conseguia segurar objetos pequenos, tais como brinquedos, talheres, copos de plástico, entre outros. Esse segurar foi definido como um pegar rústico, no qual o menino procurava segurar as coisas com a mão aberta, ou então utilizando de todos os dedos e espaços que estivessem livres. Um ano após esse período, ele passou a desenvolver mais essa habilidade.

Com 24 meses de idade, o garoto fora submetido à uma instituição de Ensino Infantil, aonde começou a desenvolver a escrita e outras habilidades motoras. Entretanto, com 30 meses, teve de ser retirado da escola por contrair de pneumonia, o que acabou levando as habilidades desenvolvidas a serem mantidas porém em menor escala como enquanto ele estava na creche.

Aos 36 meses, ele foi matriculado em uma outra instituição, a qual continua até hoje. Nela, ele desenvolveu características como diferenciar os objetos e suas características, o que pode e não pode ser manuseado e quais as condições para isso, como se alimentar sozinho e também desenvolveu de forma mais ampla a como escrever.

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