ESTUDO DE CASO: ENTREVISTA COM EMPREENDEDOR
Por: feliperap • 14/5/2019 • Resenha • 1.984 Palavras (8 Páginas) • 231 Visualizações
IFPE – INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO
Pós Graduação em Inovação e Desenvolvimento de Software Web e Móvel
Fellipe Anchieta Silva Barros
Disciplina: Pós-graduação / Módulo Empreendedorismo.
2019 - Profa. Maria Daniela
ESTUDO DE CASO: ENTREVISTA COM EMPREENDEDOR
Tendo em vista a abordagem qualitativa que se deu em função da aplicação do referido questionário, notasse alguns problemas subjetivos por parte do empreendedor, alguns se dão de forma notória pela falta de planejamento do mesmo e por consequência a falta de um plano de negocio eficaz que evitaria ou no mínimo amenizaria determinados aspectos e contratempos criados em função desses mesmos problemas, para entendermos melhor como se deu esse processo de empreendedorismo iremos analisar alguns fenômenos descritos com base na entrevista.
A analise da experiência do empreendedor revela lições aprendidas nas diversas etapas da implementação de uma nova empresa assim como no seu desenvolvimento, destacamos inicialmente os fatores sociológicos que o levaram a seguir esse ramo, por influência do pai que desde muito cedo começou a empreender, tanto no ramo de varejo de supermercados quanto no ramo da construção civil, desistindo do primeiro justamente por fatores de ambiente e organizacionais que o levaram a investir na segunda empreitada, notasse que o fator sociológico influenciou diretamente no pessoal, atrelado a sua educação formal a qual foi engenharia civil, onde no referido curso acabou conhecendo outros futuros empreendedores e um deles que veio a se tornar seu sócio, além de se deparar com as oportunidades de abrir esse novo negocio justamente por está inserido em um ambiente que proporcionava essa inclinação empreendedora.
Com o cenário atual que se encontrava propicio aos altos investimentos públicos da época em construção civil na região devido a implementação do PAC1, gerando assim uma grande demanda de obras na região, que veio a viabilizar a abertura de algumas construtoras locais que por sua vez vieram a pegar pequenas obras que grandes construtoras geralmente de fora do estado e já conceituadas no mercado não tinham interesse justamente por já estarem envolvidas em outras grandes obras tendo em vista a demanda no pais naquele momento para área da construção civil, tendo em vista a grande oportunidade que estava a sua frente nosso empreendedor não perdeu tempo e abriu sua empresa ( Construtora Correntes), devido a pressa de não perder essa adequação do mercado ele não se ateve a detalhes importantes para criação dessa nova empresa que por sua vez acabou quase acarretando a entrar nas estáticas de empresas que fecham suas portas nos 12 meses decorrentes. Segundo a pesquisa demográfica das empresas 2014 divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cada 10 novas empresas 6 fecham antes mesmo de completar um ano. Das 694,5 mil empresas abertas durante 2009, apenas 275 mil dessas empresas (39,6%) ainda estavam em funcionamento em 2014. Após o primeiro ano de funcionamento, mais de 157 mil (22,7%) fecharam as portas, a pesquisa foi efetuada justamente no ano em que a Construtora Correntes se aventurava no mercado.
Como relatado pelo próprio dono da Construtora Correntes os primeiros 6 meses foram de grande dificuldade, sem conseguir pagar aos funcionários e sem um plano de negocio conciso, sem poder fazer um novo empréstimo, já que o primeiro se deu para abertura e idealização da empresa os fatores organizacionais revelaram-se de suma importância para reverter o infeliz momento da empresa, com ajuda da equipe e a inclusão de um sócio que veio a somar tanto intelectualmente quanto financeiramente para o grupo, abrangendo assim as oportunidades de reverter a atual crise que vivenciavam.
Os primeiros frutos segundo o empreendedor se deram ao vencerem a primeira licitação, a qual foi acompanhada de grande satisfação pessoal, segundo o mesmo, denuncia que além das dificuldades enfrentadas eles tinham que superar muitas vezes a deslealdade de seus concorrentes que de forma costumeira ofereciam subornos aos concorrentes “menores” para que eles desistissem de concorrer, não só aos concorrentes mas aos próprios gestores das prefeituras donas das licitações que infelizmente muitas vezes são corruptos. Ele enfatiza: “A corrupção é algo rotineiro nesse meio, mas com trabalho duro e a qualidade dos nossos serviços prestados, estamos nos mantendo no mercado e tendo o reconhecimento do nosso trabalho até hoje.” Após vencerem a primeira licitação muitas outras vieram, ele conta que em uma delas após vencerem o gestor do município o acompanhou até seu carro e vendo que se tratava de um carro popular o indagou se ele tinha realmente condições de pegar aquela obra, já que os carros dos concorrentes eram quase sempre carros de luxo, isso só foi um dos muitos aspectos que o motivaram a continuar e não desistir, ele relata, “ser subestimado só me fortaleceu”.
Com relação aos pontos positivos de ser um empreendedor, o dono da Construtora Correntes foi enfático, ele conta que ser seu próprio patrão é uma das partes mais prazerosas, contudo vem a grande responsabilidade de saber que varias famílias dependem de sua responsabilidade em gerir corretamente a empresa e isso segundo ele traz consigo o fardo de não poder errar, diz ter como inspiração o pai que nunca desistiu e o empresário dono da empresa FEMAC, Por ter iniciado do zero, assim como ele, e hoje ter construído um patrimônio respeitado, além de ter acompanhado seu crescimento de perto.
Mesmo tendo um conhecimento prévio do ramo de construção civil, por trabalhar na loja do pai, ele hoje avalia que não era o suficiente para abrir a sua própria empresa, mesmo após sua formação em engenharia civil, nos conta que vários problemas só se descobrem de fato vivenciando os mesmos e aprendendo com eles, porem reconhece hoje que um planejamento prévio do negocio ou mesmo uma metodologia como o canvas teria evitado vários contratempos, contudo quando indagado sobre o que ele faria de diferente ele nos diz que mesmo sem experiência teria começado a empreender mais cedo, de forma bem humorada o entrevistado nos conta que junto com ascensão social devido ao seu empreendimento hoje bem consolidado veio a afetar diretamente no âmbito familiar acarretando em um filho e um divorcio, ressalta que também por falta de planejamento e impulsividade, conta que foi mais fácil reverter a crise da sua empresa, mas não deu para reverter a do casamento.
Por fim ele aconselha a quem quer se tornar um empreendedor a de antemão avaliar que tipo de empreendimento se trata, e a só se engajar se for que realmente algo que goste e que lhe instigue a continuar sem desistir na primeira dificuldade, e ainda de forma bem humorada continua: “pois dependendo do empreendimento no cenário atual que nos encontramos se você quiser ter uma estabilidade financeira tenha vontade e a força pelo que você realmente quer, porem se não quiser ficar alheio aos alto e baixo do mercado, seja um funcionário publico.”
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