Evolução História e Desenvolvimento da Equação Niosh
Por: Evandropc9 • 8/4/2016 • Monografia • 8.720 Palavras (35 Páginas) • 247 Visualizações
1. Evolução História e Desenvolvimento da
Equação Niosh
Os problemas músculos-esqueléticos, nomeadamente as dores lombares, foram durante anos abordados por muitos autores (National Safety Council,
1978; Kelsey & White, 1980; Frymoyer et al., 1980; Holbrook et al., 1984;
Spengler et al., 1986; Kumar, 1987; Statistics Canadá, 1988; entre outros), como fazendo parte dos problemas de saúde das pessoas e como que um impacto económico que este problema causa nas sociedades modernas. Uma variedade de estudos foram desenvolvidos no sentido de controlar o problema das dores lombares. Estudos epidemiológicos de vários autores (Chaffin et al.,
1977; Ayoub et al., 1978; Liles 1986; Porter 1987; Kumar 1989, 1990) foram incluídos, assim como, estudos biomecânicos (Bartelink, 1957; Brown et al.,
1957; Morris et al., 1961; Sonoda, 1962; Eie, 1966; Hutton & Adams, 1982; Hanson et al., 1980) que determinaram as características da estrutura espinal, enquanto outros analisaram a compressão na coluna lombar e criaram modelos biomecânicos (Chaffin, 1969, 1975; Garg et al., 1982; Frievalds 1984; Leskinen, 1988; Chen e Ayoub, 1988; Andersson e Schultz, 1981). Outros estudos exploraram os custos psicológicos envolvidos nas tarefas ocupacionais (Brown 1972; Garg e Saxena, 1979; Kumar 1984; Mital 1984; Mital e Faard,
1986; Kumar 1988). De modo, a restringir o problema das dores lombares, foi
ainda utilizado outro tipo de estudos, os estudos psicofísicos (Ayoub 1978, Snook 1978, Mital 1985, 1987). Devido à diversidade de estudos usados, emergem informações diferentes. Assim, com base nesta informação, foram feitas recomendações divergentes para controlar o problema das dores lombares e problemas músculo-esqueléticos. As recomendações com base na informação epidemiológica surgiram sobretudo sob a forma de peso máximo a manusear. Os dados biomecânicos, conseguidos de forma lógica, levaram vários autores a propor um método de levantamento de cargas: flexão das pernas e coluna erecta. Os dados provenientes dos estudos sobre custos psicofísicos determinaram o limite flexível baseado no custo metabólico de
5Kcal/min. Os limites de segurança na manipulação manual da cargas com base na metodologia psicofísica foram usados pela primeira vez por Snook e
Irvine (1966), tendo sido posteriormente acrescentados dados por vários investigadores (Snook 1978, Ayoub et al. 1978, Mital 1984, Mital e Faard 1986). Esta diversidade e semelhança entre os diferentes estudos existiu durante muito tempo, estando cada um isolado dos outros. Por vezes, até chegavam a ser contraditórias, como por exemplo, a lógica biomecânica afirmava que se deveria reduzir a magnitude, nem que para isso se aumentasse a frequência, enquanto que a lógica fisiológica procura reduzir a frequência nem que para isso aumentasse a magnitude. Uma integração compreensiva destes estudos para chegar a um entendimento comum é muito importante para a segurança dos operadores na manipulação manual de cargas. O National Institute for Occupational Safety and Health dos Estados Unidos (NIOSH) em 1981 incorpora estes quatro critérios (epidemiológico, psicofísico, biomecânico e custo metabólico) no livro “work practices guide for manual lifting”. No entanto este objectivo, ou seja, a integração compreensiva destes critérios é inatingível se não conseguirmos inferir e deduzir a margem de segurança da coluna.
A margem de segurança da coluna é influenciada por múltiplas variáveis e é
definida, de modo simplista, como sendo a diferença entre a força compressiva máxima das estruturas espinais e as compressões realizadas pela mesmas estruturas durante a actividade, não englobando directamente a relação entre os critérios referidos anteriormente. As dores lombares estão sob controlo multifactorial, o que nos parece lógico admitir que as estruturas da coluna sujeitas a níveis de stress que ultrapassem o limiar de “tolerância” contribuem para o rápido aparecimento da lesão.
A maioria das tarefas industriais ou ocupacionais envolvem um grande número
de variáveis pertencentes aos diferentes critérios. Num envolvimento normal todas as variáveis estão simultaneamente envolvidas, podendo no entanto ter diferentes extensões. Assim, é necessário definir uma margem de segurança para uma ou mais variáveis ou integrar todas as variáveis de modo a desenvolver um quadro standard que permitirá indicar o risco de lesão ou de segurança. A descoberta de tal relação iria permitir a integração de critérios na definição da margem de segurança que iriam ser incorporados na concepção das tarefas e na gestão da saúde e segurança.
Os critérios ou dados, são os seguintes: Critério Epidemiológico
Critério Biomecânico Critério Fisiológicos Critério Psicofísicos
Vamos abordar cada um dos critérios que foram desenvolvidos para quantificar a relação entre o stress imposto e o esforço resultante, procurando controlar o risco de esforço e problemas da coluna.
1.1 Dados Epidemiológicos
Em relação aos dados epidemiológicos, estes são apresentados de uma forma “confusa” devido à falta clareza, quer na identificação, quer na quantificação dos factores de risco da lesão da coluna lombar. No entanto alguns factores de risco foram identificados, como por exemplo, história familiar, altura, diâmetro do canal vertebral, massa corporal, trabalho pesado, elevação de cargas, puxar, empurrar, posturas prolongadas. Todas estes factores e assim como muitos outros pertencem a cinco categorias: genética, morfológico, psicológico, fisiológico e mecânico.
Mas o que é epidemiologia? Epidemiologia é o estudo dos problemas que ocorrem na população (Friedman, 1974). A epidemiologia procura responder a questões, como por exemplo: Porque existem tantos problemas (lesões) da coluna lombar na manipulação manual de cargas? Como é que estas lesões podem ser prevenidas?
No geral, a epidemiologia preocupa-se em determinar as lesões para que no futuro se possa determinar a probabilidade dessas lesões.
Snook (1978), com base em informação epidemiológica, afirma que, mais de um terço das lesões da coluna podem ser evitadas. É também de referir (estudo feito pela Liberty Mutual Insurance Company) que mais de um quarto dos trabalhos requerem manipulação manual de cargas com uma magnitude aceitável para menos de 75% dos trabalhadores. Estes trabalhos eram responsáveis por metade das queixas apresentadas ao nível da coluna. Isto implica que 2/3 de todas lesões da coluna associadas à manipulação de cargas
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