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Gramsci A Escola Como Espaço de Contra Ideologia

Por:   •  7/6/2019  •  Resenha  •  506 Palavras (3 Páginas)  •  472 Visualizações

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Antônio Gramsci percebia a escola como espaço de contra ideologia, ou seja, se na escola está sendo dito algo, é nesse espaço que o indivíduo pode ir contra, fazendo com que haja outro pensamento. Desse modo, a dominação ideológica vem como principal meio de convencimento. O professor e o aluno por meio do diálogo começam então a construir ideias, sem necessariamente ser apenas o professor sujeito dotado de conhecimento e com a razão.

Com isso, para entender melhor como se dar essa relação em nossa sociedade, Gramsci a divide em infraestrutura e superestrutura. A primeira é a base da sociedade, ou seja, a estrutura econômica que sustenta tudo e a segunda é o Estado e a consciência social.

A escola, nesse sentido passa a ser um local de construção da contra hegemonia, contra os interesses dominantes, isto é, vai contra não somente no que se refere a construção física da escola. É um espaço em que os pais e a comunidade devem ter participação nessa construção. Não basta ter uma escola em que apenas o Estado e o diretor digam o que deve ser feito, caso funcione desta maneira, então a escola não pode ser considerada de todos. É preciso que esse espaço educacional tenha envolvimento de mais pessoas.

Portanto, para ter essa construção, o papel da escola para Gramsci é transformar os filhos de trabalhadores em intelectuais orgânicos, ou seja, fazer com que esses filhos de trabalhadores, percebam que a educação reproduz uma desigualdade em nossa sociedade e a partir dessa visão eles poderão criticar essa desigualdade e trazer uma nova perspectiva, pensando assim na sociedade que cada um deseja.

Para Jean Claude Passeron, a escola e sua estrutura é caracterizada como “uma oportunidade de ascensão social ou um meio, um caminho para isso”. O sujeito que aprende a dominar os códigos tem mais oportunidades, enquanto aquele que não estudou, possivelmente não irá ascender socialmente nem economicamente.

Pensando assim, a primeira ideia que se tem é que no mínimo são iguais as oportunidades de ser educado. Entretanto essa realidade é bem diferente, algumas classes são mais privilegiadas que outras, daí a constatação na representação desigual no ensino superior, principalmente nos cursos que garantem uma renda maior (cursos de Licenciatura normalmente são feitos por estudantes de classe mais baixa, enquanto os de Bacharel, ficam para os de classe alta).

Tudo isto se deve ao fator de diferenciação. Alguns já possuem meios que possibilitam ascender socialmente. Pais bem sucedidos colocam seus filhos em boa escolas com transporte a disposição para leva-los e busca-los, esses filhos tem sua refeição pronta esperando em casa, assim como livros, notebook e tablets disponíveis para ajudar em suas pesquisas escolares, enquanto outras famílias não tem as vezes um lápis e um caderno pra levar pra sala de aula e sacrificam-se diariamente em busca de uma melhor posição social e econômica.

A escola que deveria neutralizar as diferenças é que mais passa por cima disso e favorece ainda mais os já favorecidos, fazendo com que haja essa dominação sobre os demais sujeitos, excluindo muitos do convívio ou os marginalizando.  

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