História externa e interna da Língua Portuguesa
Por: Grazielesouza • 25/4/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.672 Palavras (7 Páginas) • 2.525 Visualizações
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[pic 1] | CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE GRADUAÇÃO Disciplina: História Externa e Interna da Língua Portuguesa Profª Mestre Aline Amantes |
Textos básicos:
- Coutinho, I. de L. (1976). Introdução. In: Coutinho, I. de L. (1976). Pontos de gramática histórica. 7a ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, pp. 13-28.
- Mattoso Camara JR., J. (1979). A língua como fato histórico. In: Mattoso Camara JR., J. (1979). História e estrutura da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Padrão.
Textos complementares:
- Castro, I. (1991). Introdução. In: Castro, I (1991). Curso de história da língua portuguesa. Universidade Aberta: Lisboa, pp. 7-8.
- Castro, I. (1991). Linguística histórica e história da língua. In: Castro, I (1991). Curso de história da língua portuguesa. Universidade Aberta: Lisboa, pp. 9-15.
A língua é ou faz parte do aparelho ideológico, comunicativo e estético da sociedade que a própria língua define e individualiza. (Leonor Buescu)
1. A língua como fato histórico
- A língua está sempre em mudança, por isso tem uma história.
- Estudo científico no plano descritivo das línguas – distinção entre estudo diacrônico (estudo da língua através do tempo) e estudo sincrônico (estudo da língua em seu estágio e funcionamento atuais)
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- Conceito de evolução linguística
- Sob influência do darwinismo, o conceito de evolução linguística está relacionado à ideia geral de que as mudanças que a língua sofre através do tempo:
- São paulatinas e graduais.
- São encadeadas, dependem uma das outras (cadeia de mudanças).
- Estão em marcha evolutiva na direção de uma plenitude (fases evolutivas por que a língua passa até chegar a um ápice – estágio final/superior).
- OBS.: Essa plenitude possui diferentes significados para os linguistas. Para a escola alemã de Grimm, a plenitude estava nas línguas clássicas indo-europeias (sânscrito, grego e latim) por serem mais complexas do ponto de vista flexional. Para Jespersen (1928), a plenitude linguística consistia na capacidade de as línguas expressarem melhor a cultura plenamente desenvolvida. Por isso, as línguas modernas do ocidente europeu foram apontadas como representantes dessa plenitude, especialmente o inglês moderno, mais simplificado do ponto de vista flexional. Antagonistas a essas teorias admitiram que a plenitude das línguas fora atingida com as línguas clássicas antigas (grego clássico, por exemplo) e, posteriormente, houve uma involução ou decadência – quanto mais desenvolvida a civilização, pior a língua.
- Conceito de deriva linguística
- No final do século XIX, a concepção de evolução linguística foi refutada, surgindo, então, o conceito de deriva linguística (Sapir, 1921).
- Segundo a deriva linguística, as mudanças que ocorrem em uma língua possuem uma diretriz (não são aleatórias e desconexas).
- As condições de comunicação impõem que as mudanças linguísticas sejam pequenas e graduais. Do contrário, perturbariam a comunicação. Além disso, as mudanças são encadeadas, uma vez que a língua é um sistema – cada mudança repercute no sistema, criando-se outras mudanças em cadeia.
- A língua é sempre dinâmica; não há língua estática. Isso também se reflete no campo sincrônico – variações linguísticas (variação na articulação dos fonemas, por exemplo).
- As variações tornam-se mudanças linguísticas quando entram no processo de deriva e oferecem um novo sentido.
- Deriva linguística – metáfora do rio, em que a corrente principal é a evolução da língua do ponto de vista diacrônico e as corredeiras, depressões e angras são os flutuais do ponto de vista sincrônico.
- Impulsos determinantes para as mudanças linguísticas:
- Associação entre língua e cultura – mudanças na cultura tendem a acarretar mudanças lingüísticas, na tentativa de corrigir o desajustamento.
- Estilística – a língua representa o mundo extralingüístico e serve de canal a uma carga emotiva (exteriorizações emotivas que geram modificações na estrutura da língua). Exemplo – Futuro românico surgiu de uma locução verbal do latim que indicava futuro obrigatório – cantare habeo > hei de cantar; tenho de cantar. Baniu-se o futuro clássico.
- Estrutura da língua – a língua é um sistema em equilíbrio instável, cujos elementos estão ligados por associações e contrastes.
2. História da língua – definições e enquadramento disciplinar
- Disciplina que aborda os fenômenos evolutivos da língua – estudo diacrônico. Remonta-se, no passado, às origens de uma língua, ao período de formação, de modo as explicar as transformações por que essa língua passou em sua evolução espácio-temporal.
- “Estudo das relações estabelecidas entre uma língua e a comunidade que a fala, ao longo da história dessa comunidade” (CASTRO, 1991, p. 15).
- Objetos de estudo: mudanças linguísticas e fatos históricos que as condicionaram, “equacionando fatos linguísticos com fatos históricos, geográficos, sociais e culturais” (CASTRO, 1991, p. 7).
- A história de uma língua está invariavelmente ligada à história de seu povo, aos acontecimentos de natureza política e social.
- Ordenação dos fatos e das mudanças socioliguísticas em sua ordem cronológica e articulação lógica dos processos evolutivos da língua.
3. História interna vs. história externa da língua
3.1. História externa ou social
- Fatos históricos (condições extralinguísticas) que propiciaram:
- Os dialetos latinos falados no noroeste da Península Ibérica tornarem-se língua autônoma no século XII e expandirem-se para o sul, ocupando a faixa ocidental da Península em meados do século XIII.
- A modificação do latim vulgar, transportados pelos legionários romanos para a Península Ibérica e que foi transformado e enriquecido gradativamente.
- A separação dos dialetos setentrionais (galegos) e a língua de Portugal.
- A expansão do português para fora da Europa (Ásia, África e América do Sul).
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