INTRODUÇÃO À TEORIA DIALÓGICA DO DISCURSO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA/CAMPUS JAGUARÃO

CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS E LITERATURA

CC: INTRODUÇÃO À TEORIA DIALÓGICA DO DISCURSO

PROFª: LEILA BOM CAMILLO

NOME: DIANA DOS SANTOS OTERO

AVALIAÇÃO 1 - (2,0)

PESQUISA INICIAL

1. Destaque os principais aspectos da vida e obra de Bakhtin.
2. Fale sobre o Círculo de Bakhtin. (história, principais teóricos...).
3. Apresente as referências bibliográficas utilizadas (devem ser de fontes seguras)

               

                                 Trajetória da vida de Bakhtin

Mikhail Mikhailovich Bakhtin foi um filósofo e um pensador russo que nasceu no dia dezessete de novembro do ano de 1895 em uma cidade provincial chamada Oriol (Rússia), iniciou sua vida acadêmica em 1913 na Universidade de Novorossia (Odessa) e mais para frente frequentou a Universidade de São Petersburgo, onde formou-se em História e Filologia em 1918.

Seguindo a trajetória do pensador em estudo, um momento muito marcante na vida dele foi no ano 1920, quando mudou-se para a cidade de Vitebsk, localizada no nordeste de Belarus, onde atingiu diversas atividades muito significantes. Nesta mesma cidade mencionada o filósofo iniciou sua vida intelectual. Conheceu diversos acadêmicos, filósofos, pensadores e artistas de várias artes que, com o passar do tempo, criariam o que se intitularia “O círculo de Bakhtin”, uma escola do pensamento russo, que tinha como propósito refletir sobre uma nova filosofia, arte e literatura.

Como já mencionado, Bakhtin juntou em torno de si pensadores de diferentes áreas para um contínuo debate cultural. Foram desses grupos heterogêneos, os chamados círculos de Bakhtin, que saíram importantes trabalhos, nas áreas de literatura, teoria linguística, filosofia, produzidos muitas vezes em parceria com outros membros dos círculos. Entre eles destacam-se Volochinov e Medvedev. É interessante salientar que o conjunto da obra do Círculo de Bakhtin possui alguns fundamentos sobre os quais toda a concepção de linguagem se ergue: a interação verbal, o enunciado concreto, o signo ideológico e o dialogismo (principal foco).

Tendo o dialogismo como principal foco na sua obra, Bakhtin toma o homem sempre em sua relação com o outro. O ser Bakhtinano, poderíamos entender, que nunca é completo, fechado em si; sua existência sempre dependerá do relacionamento com os outros, estabelecido dialogicamente. No entanto, a linguagem foi vista como um constante processo de interação mediado pelo diálogo e não apenas como um sistema autônomo.

Como podemos notarmos, seu nome evoca alguns conceitos, categorias e/ou noções que, de distintas maneiras, interferiram, e ainda continuam interferindo nos estudos linguísticos, literários e nas Ciências Humanas em geral. Como exemplos, além do dialogismo, a interação verbal e o signo ideológico, traz também a polifonia, que em linguística, segundo Bakhtin é a presença “de outros textos dentro de um texto, causada pela inserção do autor num contexto que já inclui previamente textos anteriores que lhe inspiram ou influenciam.”

O autor em estudo utiliza o conceito polifonia para destacar a maneira de um tipo de romance que se contrapõe ao romance monológico. Os principais textos que serviram de apoio às suas reflexões acerca desta temática são os de Fiódor Dostojevski. O romance polifônico é “aquele em que cada personagem funciona como um ser autônomo com visão de mundo, voz e posição própria no mundo.”

É importante enfatizarmos que o dialogismo não pode ser confundido com polifonia, pois o dialogismo é o princípio dialógico constitutivo da linguagem e a polifonia se caracteriza por vozes polêmicas em um discurso. Existem gêneros dialógicos monofônicos (uma voz que domina as outras vozes) e existem também gêneros dialógicos polifônicos (vozes polêmicas).

Uma das suas principais obras escritas ao fim dos anos vinte é intitulada como “Marxismo e Filosofia da Linguagem”, na qual busca “dotar a teoria do marxismo de uma formulação coesa quando relacionada à psicologia e à ideologia” (ARAUJO, Felipe). Nessa obra, além disso, traz novas interpretações sobre ideologia, comunicação, linguagem e signo. De uma maneira muito original, apresenta o materialismo dialético no campo linguístico.

Ainda nos anos vinte, membros do círculo de Bakhtin publicaram os seguintes livros: “Freudismo”, “Cultura Popular na Idade Média: o contexto de François Rabelais”, “Estética da Criação Verbal”, “Problemas da poética de Dostoiévski” e “Questões de Literatura e de Estética”. Ressalta-se que todas as obras mencionadas possuem edições em português.