LINGUAGEM ACADÊMICO-CIENTÍFICA: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO DOS TIPOS DE CITAÇÕES
Por: Guilherme Esteves • 20/6/2017 • Artigo • 3.414 Palavras (14 Páginas) • 320 Visualizações
LINGUAGEM ACADÊMICO-CIENTÍFICA: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO DOS TIPOS DE CITAÇÕES
Guilherme Esteves – guilherme.esteves@unifei.edu.br
Igor B. Matricardi – ig-bm@unifei.edu.br
João Victor P. Bastos – jvpereirabastos@hotmail.com
Patrick Cesar P. Rocha – patrick.cesar@unifei.edu.br
Renata dos Santos – renatasantos@unifei.edu.br
Universidade Federal de Itajubá – campus Itabira
Rua Irmã Ivone Drumond, 200, Distrito Industrial II
35903-087 – Itabira – MG
Resumo: O presente trabalho é o resultado da análise de outros artigos, realizada por graduandos do primeiro período dos cursos de Engenharia de Computação e Engenharia Mecânica, na disciplina de Língua Portuguesa da UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá – campus Itabira (MG), com o intuito de analisar o uso de citações em textos acadêmicos. Foram analisados 19 artigos em Língua Portuguesa dos números 3 e 4 do volume 9, publicados em 2014 pela Revista Ambiente & Água com o intuito de expor o uso de diferentes tipos de citações. Este artigo tem por objetivo evidenciar e analisar as diferenças entre as citações diretas e indiretas encontradas em diferentes artigos do mesmo periódico, além de apresentar a importância do uso de referências e citações. Durante a análise dos artigos, utilizando a técnica da bibliometria, na qual emprega maior credibilidade e confiabilidade, foram quantificados e tabelados o número de referências, citações em geral, citações diretas e citações indiretas. Por meio dos dados obtidos foi notada a desproporção entre aplicação do dois tipos de citações, sendo que as indiretas possuem maior empregabilidade.
Palavras-chave: Análise de artigos, Citações, Tipos de citação, Linguagem acadêmico-científica, AMBIAGUA
- INTRODUÇÃO
No contexto acadêmico é comum a elaboração dos mais diversos tipos de textos científicos, passando por relatórios sobre experimentos de extensão, monografias e artigos, a produção de conteúdo técnico tem como objetivo explorar, confrontar e informar os dados obtidos por meio de estudos; culminando em um mecanismo capaz de ajudar a sociedade com novos meios e abordagens para as diferentes indagações que ainda circundam nosso conhecimento.
Sabe-se que a escrita foi uma das formas utilizadas por civilizações pré cristãs com o intuito de repassar e difundir o conhecimento adquirido de ao longo das gerações, e além de ter sido essencial para o desenvolvimento técnico e científico de nossa linguagem, esse fato se tornou amplamente recorrente e de discussão necessária para a sociedade moderna, sendo de extrema importância para esse estudo, no qual é analisado o emprego de citações em obras de recorrência acadêmica. Esse estudo foi desenvolvido por graduandos em engenharia da Universidade Federal de Itajubá – campus Itabira, na disciplina de Língua Portuguesa no primeiro semestre de 2015.
Antes de discutir o amplo campo de uso das citações, é necessário ressaltar seus diferentes tipos, sendo eles: direta, indireta e citação de uma citação. Cada qual com sua respectiva aplicação em diferentes momentos de um texto, seja este veiculado em uma revista de ampla circulação ou em um periódico específico às atenções de cientistas ou pesquisadores. Entretanto essa prática não fica resumida somente a sua mera aplicação, ela é capaz de expor a importância que um autor citado teve no contexto total da obra, a partir da quantidade de citações e sua representatividade quanto a interpretação feita de suas ideias.
Ao levantar a ideia de análise de citações, surge o questionamento: há uma preferência no tipo de citação utilizada nos artigos analizados? Com base nesta problemáica, buscou-se analisar o quantitativo de citações presentes nas publicações 3 e 4 do volume 9 da Revista Ambiente & Água (AMBIAGUA), e o porquê desta preferência.
Portanto, a pertinência de citações em textos (principalmente acadêmicos) é evidente, tanto no aspecto conteudístico, quanto em sua confiabilidade. Diante disso chegamos à bibliometria, que de acordo com Stumpf e Branco (2010), esta pode ser usada para mensurar a quantidade de citações utilizada em uma obra, além de estimar quantas vezes outros textos foram citados. Conjuntamente com a bibliometria, a revisão bibliográfica também se destaca, sendo responsável por pesquisar a escrita acadêmico-científica e assim compreendê-la posteriormente.
- REFERENCIAL TEÓRICO
A escrita, cujo surgimento ocorreu muito antes de 2000 a.C., tinha como objetivo primário guardar informações e acumular conhecimento, fosse este deixado em paredes de grutas e cavernas ou passado para folhas de couro ou papiro, o que foi uma das manifestações culturais mais importantes no campo da arte, a escrita também ocasionou o desenvolvimento intelectual do ser humano e grandes avanços na leitura, além da perpetuação de seu papel ideológico e político, tornando-se um meio de expressão e de comunicação, que ajudou a revolucionar a contemporaneidade por meio de novos métodos de estabelecer contato a distância e em tempo real.
Com o posterior desenvolvimento dos diferentes tipos de línguas faladas em séculos passados e do grande acúmulo de conhecimento proporcionado por elas, foi necessária a adoção de um tipo de linguagem mais complexa, voltada para pesquisadores e cientistas, com o objetivo de permitir o aprofundamento nas mais diversas áreas do conhecimento. Com decorrer de seu processo de expansão, a linguagem científica teve de ser padronizada para poder alcançar mais pessoas ao redor do mundo, passando por barreiras como os diferentes dialetos e garantindo uma exploração global de novas técnicas e meios para proporcionar o desenvolvimento de novas tecnologias.
Atualmente, existem no mundo mais de 6190 idiomas diferentes, com suas respectivas características, regras semânticas e palavras com os mais diversos significados e usos e, graças a essa padronização, a linguagem acadêmico-científica alcançou sua finalidade de analisar, comparar, sintetizar e informar dados obtidos em pesquisas e estudos com precisão e objetividade (BOTELHO, 2009), além de propiciar uma leitura mais dinâmica e eficiente.
Este tipo de linguagem possui por característica o uso de uma escrita formal, que é direta e objetiva, evitando ao máximo as ambiguidades e polissemias, e contendo unicidade comunicacional, que proporciona uma maior credibilidade e exatidão do possível problema, para que o resultado alcançado seja positivo; e conforme Santos (2000), o bom senso manda sempre evitar extremos. De acordo com Machado (2004), a escrita acadêmico-científica é considerada, por convenção, como a forma prioritária e reconhecida de expressão das pesquisas e dos estudos desenvolvidos nas universidades, nos quais estão incluídos teses, dissertações, artigos e relatórios técnico-científicos.
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