Linguística gerativa
Por: Marrakesh • 21/10/2015 • Resenha • 1.387 Palavras (6 Páginas) • 485 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS UFPEL
POLO: TRES PASSOS UAB
ALUNAS: ELIZIANE DENISE RODRIGUES
MARTA CRISTINA KMIECIK
VERA MARIA KRAUSPENHAR HEINLE
DISCIPLINA: LINGUISTICA GERAL II
RESENHA CRITICA
Três Passos, 19 de outubro de 2015
A linguística Gerativa (Gerativismo)
No texto o autor fala sobre a linguística gerativa que é uma corrente de estudo da ciência da linguagem que teve início nos Estados Unidos, no final da década de 50, a partir dos trabalhos do linguista Noam Chomsky, trata-se de uma linha de pesquisa linguística que já possui 50 anos de plena atividade e produtividade. Nesse tempo, o gerativismo passo por diversas modificações e reformulações que refletem a preocupação dos pesquisadores dessa corrente em elaborar um modelo teórico formal, inspirado na matemática capaz de descrever e explicar o que é e como funciona a linguagem humana.
A linguística gerativa foi inicialmente formulada como uma espécie de resposta e rejeição ao modelo behaviorista de descrição dos fatos da linguagem, modelo esse que foi dominante na linguística a nas ciências de uma maneira geral durante toda a primeira metade do século XX. Para os behavioristas, a língua humana era interpretada como um condicionamento social, e é um fenômeno externo ao indivíduo, um sistema de hábitos, gerado como resposta a estímulos e fixado pela repetição. Chomsky apresentou uma radical e impiedosa crítica à visão comportamentalista da linguagem sustentada pelos behavioristas, ele chamou a atenção para o fato de um indivíduo humano sempre agir criativamente no uso da linguagem, todos os falantes são criativos desde os analfabetos até os autores dos clássicos da literatura, já que todos criam infinitamente frases novas, das mais simples e despretensiosas às mais elaboradas e eruditas. Chomsky afirma, que a criatividade é o principal aspecto caracterizador do comportamento humano.
De acordo com esse pensamento, se considerarmos a criatividade como principal característica da linguagem humana, devemos abandonar o modelo teórico e metodológico de behaviorismo, já que para linguísticas como Bloomfield, o comportamento linguístico de um indivíduo deve ser interpretado como uma resposta completamente previsível a partir de um dado estímulo.
Chomsky com suas ideias revitalizou a concepção racionalista dos estudos da linguagem, para ele, a capacidade humana de falar e entender uma língua, isto é, o comportamento linguístico dos indivíduos, deve ser compreendido como o resultado de um dispositivo inato, uma capacidade genética e, portanto, interna ao organismo humano, a qual deve estar fincada na biologia do cérebro/mente da espécie e é destinada a constituir a competência linguística de um falante, essa disposição inata para a competência linguística é o que ficou conhecida como Faculdade da Linguagem. É essa faculdade que diferencia a espécie humana de todas as outras espécies, pois somente o ser humano é capaz de se comunicar através da fala, podemos usar como exemplo o papagaio, por mais esperto que ele seja não possui essa faculdade em sua mente e é por essa razão que ele até aprenda a reconhecer ou a produzir algumas palavras distintas, porém não são capazes de formar frases originais.
O papel do Gerativismo, é constituir um modelo teórico capaz de descrever e explicar a natureza e o funcionamento dessa Faculdade, o que significa procurar compreender um dos aspectos mais importantes da mente humana. Com o Gerativismo, as línguas deixam de ser interpretadas como um comportamento socialmente condicionado e passam a ser analisados como uma faculdade mental natural, assim a morada da linguagem passa a ser a mente humana.
Apenas postular a existência da Faculdade da Linguagem como um dispositivo inato que permite aos humanos desenvolver uma competência linguística não resolvia todos os problemas da linguística gerativa. Era preciso descrever como é essa faculdade, como ela funciona e como é possível que ela seja geneticamente determinada se as línguas do mundo parecem tão diferentes entre si.
A linguística gerativa se propõe a analisar a linguagem humana de uma forma na temática e abstrata, que se afasta bastante do trabalho empírico da gramatica tradicional, da linguística estrutural e da sociolinguística e se aproxima da linha interdisciplinar de estudos da mente humana conhecida como Ciências cognitivas. Ao longo dos anos, linguistas de todas as partes do mundo, inclusive do Brasil, têm trabalhado na formulação e no refinamento do modelo teórico gerativista. Chomsky não é só criador, mas o mais influente teórico da linguística gerativista e um dos mais importantes estudiosos da linguagem de todos os tempos, no entanto não se deve traçar um sinal de igual entre Chomsky e o gerativismo.
A primeira elaboração do modelo gerativista ficou conhecida como gramática transformacional, os objetivos dessa fase do gerativismo consistiam em descrever como as constituintes das sentenças eram formados e como tais constituintes transformavam-se em outros, por meio de aplicação de regras à gramática que transformava uma estrutura em outra. A primeira estrutura formada é chamada Estrutura Profunda e a estrutura dela derivada chama-se Estrutura Superficial. Na década de 90 essa ideia de transformação de uma estrutura em outra que seria abandonada em favor de uma visão que não mais representava estruturas e sim as derivava mostrando os passos pelos quais uma estrutura é formada sem que ela tenha de ser comparada com uma outra estrutura independente, a ideia das transformações como operações computacionais que derivam sentenças é o tópico central da pesquisa gerativista até o presente.
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