MEMORIA AULA DE LIBRAS
Por: Wiliam Rossi • 5/12/2018 • Resenha • 1.566 Palavras (7 Páginas) • 182 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE LETRAS
DISCIPLINA: LETE46 - LIBRAS
DOCENTE: CINTIA DE JESUS SANTOS
SEMESTRE: 2017.2
TURMA: 121200 – Quinta 18:30 – 20:20
TERCEIRA MEMÓRIA: Relatório da 3ª aula
Memorialistas: Lisavietra Dias, Ricardo Rodrigues, William Rossi
Dia: 27/10/2017
No dia 27 de outubro de 2017, na sala dos professores, localizada no térreo do PAF-3, tivemos a nossa terceira aula de Libras do semestre letivo de 2017.2. Neste dia a professora chegou depois e alguns alunos ficaram esperando-a do lado de fora.
A aula começou com a apresentação do segundo grupo de Memorialistas, composto por Maria Clara, Rafaela Coutinho e Sarah Lima, que relataram o que aconteceu na aula anterior, porém, antes de começarem a relembrar os acontecimentos da aula passada, houve uma breve recepção e apresentação de alguns novos alunos que estavam frequentando pela primeira vez a aula, o que levou as memorialistas a explicar como devemos elaborar as memorias e o processo de avaliação da disciplina. Depois as memorialistas reviveram a aula passada, recitaram um poema em homenagem aos surdos e aplicaram um quiz com 07 (sete) questões.
Ao termino das memorias, a professora começou a aula falando da importância dessas memorias para a nossa disciplina, ressaltando a padronização das “memórias” e a unificação dos textos produzidos para criarmos um livro.
A professora voltou comentando sobre alguns pontos da apresentação e aproveitou para explicar as diferenças entre os termos surdo e deficiente auditivo, e como o uso entre eles revela um pertencimento identitário e ideológico da pessoa. A professora elogiou o tom utilizado pela equipe, de certa forma até militante, revelando empatia das participantes com a comunidade surda. Ela informou que enquanto a medicina se utiliza do termo ‘deficiente’ sob o ponto de vista de doença, a comunidade surda coloca que é uma diferença.
Em seguida comentou sobre o fato marcante que aconteceu durante um congresso em Milão, e também deu uma breve explicação sobre a diferença da língua utilizada pelos surdos, que é visual e espacial, enquanto que a língua portuguesa é oral e auditiva. A Língua de Sinais Brasileira é captada pela visão e informada através das mãos e do corpo, sendo pesquisada por linguistas no Brasil inteiro, e no mundo – comprovando a validade desta língua como todas as outras. Ela explicou também que a surdez independe de uma patologia, e que para medicina trata-se de uma doença, enquanto que para os surdos é uma diferença.
Outra questão comentada foi a diferença entre língua e linguagem, onde linguagem é todo tipo de comunicação, enquanto língua tem estrutura, regras, semântica e pragmática, ressaltou ainda que a lingua é cultura, carrega traços de um povo e está presente no campo da linguagem, para mostrar a diferença fez uso da mimica e comparou, em seguida explicando as diferenças entre Libras e mímica, exemplificando com um “texto corporal” contando uma rápida história, para que a gente entendesse de modo definitivo a diferença.
Posteriormente a professora tirou a dúvida de uma aluna referente à fonética da Lingua de Sinais, se a Língua de Sinais teria fonética, e a resposta foi sim. Como exemplo usou duas configurações de mão diferentes para a frase “eu conheço você”; concluiu ainda dizendo que só foi possivel tornar Libras uma lingua oficial do Brasil após comprovação dessa e de outras caracteristicas fundamentais.
Neste momento a aluna Clara foi até o quadro e escreveu o endereço do drive para armazenamento das memórias de nossas aulas:
libras121200@gmail.com
Senha: quinta1830
Depois a professora relembrou a dinâmica que usaria com os textos, sorteando alguns alunos para falar sobre o que haviam lido. O texto a ser discutido nesta terceira aula foi o “Surdos: esse ‘outro’ de que fala a mídia, de Adriana da Silva Thomas – professora-doutora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Por conta da chegada dos alunos que estavam assistindo a primeira aula, a professora retomou alguns pontos que já haviam sido discutidos - como neste momento anterior ao sorteio, quando uma aluna teve uma dúvida sobre Língua e Linguagem e houve uma retomada do que já havia sido explicado. Depois desta retomada, a aula seguiu o seu planejamento, e a professora sorteou três alunos 03 (três) alunos para comentar sobre o texto. Houve até uma brincadeira sobre a possibilidade da pessoa sorteada não ter lido o texto, de que o constrangimento em não ter lido, faria com que lesse para a próxima vez. Então uma vez realizado o sorteio, Clarisse começou descrevendo suas percepções a partir do texto onde a autora Adriana fala sobre a representatividade, e a falta de naturalidade ao falar sobre o surdo. Julia acrescentou conteúdo à discursão, salientando as questões do imaginario social, e Sara completou que existe preconceito ao limitar as funções do surdo, que quando se traz qualquer texto a respeito, vem junto uma incapacidade. Num determinado momento estava sendo lido um trecho do texto a respeito de um anúncio de emprego - onde eram citadas profissões que os surdos poderiam trabalhar, como se fosse impossível ou errado trabalharem em outras que não aquelas citadas; e uma das profissões designadas para pessoas surdas era a de bibliotecário. Lucimar contestou, pois ali estava colocada a profissão de Bibliotecário como sendo de nível médio, não de nível superior como é de fato. Ela pediu inclusive o contato da autora, para que possa fazer esta correção. A professora relacionou este equívoco cometido pela autora, gerado por uma desinformação, aos equívocos cometidos pela mídia a respeito dos termos sobre a comunidade surda e à surdez. Também pontuou uma ingenuidade geral de acreditar que tudo o que aparece na mídia está certo, e é verdade.
Adiante a professora fala sobre a importância de sempre haver um surdo representando os surdos nas discursões que envolve os mesmos. Usou como exemplo um convite que recebeu da Faculdade de Medicina e, na ocasião, ela disse que iria mas precisaria levar um subalterno – um turno. Pois este tem fala e precisa ter autonomia de falar sobre si. Ela até citou uma frase emblemática usada pela militância da comunidade surda: “Nada sobre nós, sem nós”. Esta frase sintetiza a ideia de que é preciso haver representatividade, visibilidade e autonomia destes sujeitos nos espaços de discussão e decisão.
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