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METODOLOGIAS DE ENSINO EM LÍNGUA PORTUGUESA

Por:   •  23/4/2019  •  Resenha  •  3.401 Palavras (14 Páginas)  •  308 Visualizações

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METODOLOGIAS DE ENSINO EM LÍNGUA PORTUGUESA

Profª. Drª. Maria Ivonete Santos Silva[1]

        Ludmila Tauana Miranda de Ávila [2]

RESUMO: O ensino, principalmente no Brasil, há tempos não tem sido encarado como uma prioridade tendo em vista o pouco incentivo governamental recebido refletindo em professores desmotivados por baixos salários, escolas com infraestrutura inadequada e alunos desmotivados. Contribuindo com esse histórico os índices de analfabetismo funcional, por exemplo, são elevados considerando que se lê e entende pouco em nosso país. A consequência dessa realidade acaba afetando as metodologias de Ensino de Língua Portuguesa que sempre foram questionadas e alvo de mudanças ao longo dos anos. Isso se deve pela evolução da língua que, em si, não é estanque ou parada, mas sim dinâmica. As metodologias sempre foram baseadas na análise e memorização de nomenclaturas gramaticais deixando o ensino excludente e pouco interessante. Deve-se, portanto, as metodologias seguirem a dinamicidade da língua. Um dos agentes transformadores dessa realidade foram as teorias da linguagem. Um dos filósofos que deram uma nova concepção às metodologias foi Mikhail Bakhtin, que defende a teoria dos gêneros do discurso, contribuindo, assim, fortemente para essas mudanças envolvendo o ensino de línguas que se baseiam na concepção da língua como interação verbal. O objetivo desse artigo é exemplificar e fundamentar as alterações das metodologias de ensino de língua portuguesa que visam melhorar o ensino. Isso envolve tanto o objeto de ensino, como as próprias metodologias. Antes, o ensino era baseado e centrado na gramática com a colocação de atividades baseadas na oralidade, escuta e leitura e também envolvendo a produção textual, oral e escrita, além da análise linguística. Na atualidade essa noção gramatical está sendo deixada de lado e dando ênfase a uma compreensão gramatical mais contextualizada não se limitando à estrutura essencialmente gramatical e normativa da língua. Além disso, busca-se encontrar meios de alcançar o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno. Com isso, a língua passa a se tornar uma atividade social em constante uso comunicativo.

PALAVRAS-CHAVE: Metodologia de Ensino. Língua Portuguesa. Gramática. Contextualização.

INTRODUÇÃO

É notória a importância da educação na sociedade, no entanto, essa não tem sido prioridade pelo governo que insiste em deixá-la em segundo plano. Essa é um agente transformador em meio as desigualdades sociais abrangentes vistas há anos. Seu poder é algo inquestionável, mas é necessário reconhecer que essa deve passar por uma reestruturação em sua metodologia de ensino, mais especificamente, na língua portuguesa, que é caracterizada por sua dinamicidade, a fim de deixá-la mais social, ou seja, as escolas, sejam elas públicas ou privadas, devem se valer menos da gramática normativa com suas regras e normas, do “certo” e do “errado” e se apoiar mais na gramática descritiva e reflexiva que apenas descreve e reflete respectivamente sobre a língua para que pessoas das mais diferentes necessidades e faixas etárias estejam inseridas efetivamente dentro dessa ferramenta transformadora que é a educação. Essa é dinâmica e não pode ser encarada de uma forma estanque, ou seja, a unicidade da língua não deve ser enfatizada, mas sim sua diversidade a fim de estimular seu ensino. Ao longo dos anos, por exemplo, pessoas de menor poder aquisitivo sofrem com poucas oportunidades em comparação com pessoas abastadas que levam vantagem na conquista de um emprego ou de uma posição privilegiada na sociedade sem, na maioria das vezes, se esforçarem muito. Alunos e professores se veem compelidos a se adaptarem a uma nova realidade que está cada vez mais ganhando força na metodologia de ensino de língua portuguesa. É necessário também que os professores desenvolvam a competência comunicativa que diz respeito à habilidade de se usar uma língua efetivamente tendo um objetivo comunicativo utilizando também a tecnologia que tende a alavancar o interesse pela língua de pessoas que a veem como algo inacessível através da adoção da gramática que muitas vezes é memorizada. A reflexão é necessária a fim de proporcionar melhores resultados. Sobre isso,

A gramática reflexiva é a gramática em explicitação. Esse conceito se refere mais ao processo do que aos resultados: representa as atividades de observação e reflexão sobre a língua que buscam detectar, levantar suas unidades, regras e princípios, ou seja, a constituição e funcionamento da língua. Parte, pois, das evidências lingüísticas para tentar dizer como é a gramática implícita do falante, que é a gramática da língua. (TRAVAGLIA, 2003, p. 33)

Através desse método é destacada a importância de não trabalhar a língua como algo limitado a regras e normas rígidas, mas sim fazer com que alunos e professores reflitam sobre o uso da língua, uma vez que essa é caracterizada pela dinamicidade e o seu ensino deve ser propagado de uma forma leve e propícia à discussão. Mikhail Bakhtin com a sua teoria do gênero do discurso aborda a partir da noção da enunciação que a língua está intimamente ligada a comunicação dando uma característica real a ela. As condições sociais envolvendo cada época em particular são determinantes para que haja condições de comunicação verbal com seus métodos e formas. A língua é algo histórico pertencente a cultura da humanidade.

DESENVOLVIMENTO

As metodologias de ensino de Língua Portuguesa são constantemente alvo de críticas em sua maioria por pessoas especialistas em ensino. Uma das críticas envolve a resença da gramática normativa ou prescritiva nos livros didáticos das escolas além da memorização de termos gramaticais inibindo os alunos e cerceando os professores a refletirem, contribuindo, assim, para uma unicidade da língua. Há durante a história da educação que essa, principalmente no Brasil, tem sido influenciada pela grande presença de tendências pedagógicas. Suas características modificam a metodologia adotada pelos professores no ambiente de sala de aula. Segundo Araújo (2006, p. 27):

A metodologia de ensino – que envolve os métodos e as técnicas – é teórico-prática, ou seja, ela não pode ser pensada sem a prática, e não pode ser praticada sem ser pensada. De outro modo, a metodologia de ensino estrutura o que pode e precisa ser feito, assumindo, por conseguinte, uma dimensão orientadora e prescritiva quanto ao fazer pedagógico, bem como significa o processo que viabiliza a veiculação dos conteúdos entre o professor e o aluno, quando então manifesta a sua dimensão prática. (ARAÚJO, 2006, p. 27)

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