Memorias de Brás cubas
Por: Lemiuda • 19/4/2015 • Resenha • 393 Palavras (2 Páginas) • 521 Visualizações
Resenha crítica de “Memórias póstumas de Brás Cubas” in Memórias póstumas de Brás Cubas.
MACHADO, Joaquim Maria de Assis. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.
Em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, Joaquim Maria Machado de Assis apresenta o primeiro romance moderno e psicológico da literatura brasileira, com ele o autor realiza uma nova leitura da realidade dos homens e das relações humanas. Dotado de uma consciência extremamente analítica, Machado de Assis penetra na alma humana e dela retira suas inquietudes e suas contradições.
O enredo do livro gira em torno de Brás Cubas, um homem frívolo e sínico pertencente a elite patriarcal brasileira da época. Marcado por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais, depois de morto Brás Cubas decide contar os fatos que constituíram sua existência fútil e hipócritas.
Machado de Assis funda o realismo no Brasil com a publicação da obra “Memórias póstumas de Brás Cubas”, entretanto, sendo um autor bastante peculiar, quando não lhe é interessante seguir os princípios da narrativa realistas, ele á abandona. Na sua obra ele cria um narrador metafísico, um defunto-autor, que fica além de nosso julgamento terreno e, desse modo, pode contar as memórias da forma como melhor lhe convém.
Característica machadiana mostrar a sociedade de maneira vaidosa, fútil, hipócrita e facilmente seduzida pelo prazer carnal, Brás Cubas tem um caso amoroso com uma cortesã. “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”. Essa é uma das marcas do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem. Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava. Ao contrário, afirma categoricamente que ela o amou, mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse financeiro estão intimamente ligados.
O romance adultero com Virgília comprova a vulnerabilidade do amor, fazendo o leitor analisar os defeitos da conduta humana, onde as atitudes boas e honestas no fundo, nada mais são do que uma máscara que esconde as verdadeiras intenções. Revelando o pessimismo machadiano, repleto de ironia. A vida nada mais é do que um palco onde os homens lutam entre si para realizar seus desejos de riqueza e luxuria.
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