O Artigo de Opnião

O uso didático do celular como uma forma de estimular os alunos

                                                                               Carlos Davi P. de Souza

È cada vez mais difícil encontrar um jovem ou adolescente que não seja portador de um celular ou que não tenha um iphone como sonho de consumo. O que para muitos professores tem sido uma grande dor de cabeça, pois para eles a disputa contra os aparelhos celulares pela atenção dos alunos é algo constante. Mas será que tem sido esta uma luta coerente? Proibir os aparelhos em salas de aula não tem se mostrado uma medida muito eficaz para a melhora do rendimento escolar.

Segundo o IBGE, o uso de aparelhos celulares por brasileiros com mais de 10 anos aumentou certa de 107% entre 2005 e 2011, o que, para alguns professores, evidencia uma intensificação na luta contra os celulares pela atenção dos alunos. Tornou-se para estes um desafio ministrar suas aulas quando o aluno, a todo o momento, vê-se com os olhos fitados na tela do aparelho e com dedos nervosos a digitar, o já familiar alerta de mensagem que não pode esperar pra ser lida a soar em meio à aula, além de ser usado também como um instrumento para “colar”. São fatores que nos levam a crer que o mais eficaz seria proibir o uso do aparelho no ambiente escolar como já é visível em escolas por todo Brasil.

Sim, é verdade que o celular pode tirar a atenção dos alunos, assim como também um aviãozinho de papel ou um bilhete passado entre os alunos o pode fazer. O aluno não se distrai apenas por causa do aparelho, mas porque não tem interesse na aula, fazendo assim o uso do aparelho uma forma de desafiar o professor. Que atire a primeira pedra o professor que nunca fez uso de um rádio gravador, que nunca pediu que os alunos fizessem uso de calculadoras, que nunca passou um filme para a classe, que nunca pediu uma atividade onde o aluno precisasse tirar fotos ou fazer vídeos. São ferramentas comumente utilizadas para aprofundar e incentivar o conhecimento. Ferramentas que podem ser compactadas em uma só: o celular.

Estamos vivendo uma época em que as pessoas procuram na tecnologia meios mais eficazes e prazerosos de realizar suas tarefas. É necessário adaptar a educação para que ela também dê de modo mais eficaz e prazeroso. É evidente que o uso de celulares nas escola não é estritamente benéfico á educação, mas será que devemos proibir o uso de cadernos na escola para evitar bilhetinhos desnecessários e aviozinhos de papel?  O celular pode ser mostrar como uma ferramenta pedagógica eficiente quando bem incorporado ao meio escolar, mas não é dispensável uma educação sobre o uso consciente do celular em sala de aula tanto por parte da família quanto da escola estabelecendo regras para seu uso. Ao invés de travar uma batalha desnecessária contra ele nas escolas, deve-se aproveitar da disposição que o aluno tem de tê-lo sempre a mão convetendo-o em uma ferramenta de pesquisa, de auxilio e facilitação na produção de conteúdos, de auxilio na resolução de cálculos, na elaboração e produção de projetos, enfim, como uma ferramenta que facilite e estimule o aprendizado.