O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NO CONTEXTO BRASILEIRO: A IMPORTÂNCIA DA VOZ COMO CANAL DE EXPRESSÃO QUE PROPORCIONA CONHECIMENTO
Por: marciabianco04 • 12/6/2017 • Ensaio • 2.809 Palavras (12 Páginas) • 362 Visualizações
O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NO CONTEXTO BRASILEIRO: A IMPORTÂNCIA DA VOZ COMO CANAL DE EXPRESSÃO QUE PROPORCIONA CONHECIMENTO
Marcia Bianco (marcia.bianco@yahoo.com.br)
INTRODUÇÃO
A escola é mais que um centro de ensino, é de formação para o mundo, para o âmbito profissional, para as competências que fazem o indivíduo interpretar e intervir em seu universo. É nesse contexto que a inovação se torna imprescindível, ampliando possibilidades para a consolidação de uma escola atenta às demandas atuais e com visão de futuro.
Almeida Filho (2001) destaca, contudo, a tendência do ensino brasileiro na abordagem gramatical, tradicional e resistente aos processos de inovação. Para o autor, essa resistência no ensino de línguas estrangeiras distancia teoria e prática.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (2013), em contrapartida, indicam a necessidade de criar condições para que o estudante possa atingir não somente as condições de atuar como educando e como profissional, mas que seja realizado um trabalho de formação da cidadania, o que se converte no princípio norteador das referidas diretrizes.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9394 (Brasil, 1998) converge com esse posicionamento, ao delimitar que a educação tem a finalidade de desenvolver o educando e proporcionar-lhe a formação como cidadão e para a progressão no trabalho e em outros estudos.
Entre as condições implicadas nas indicações desses documentos, a aprendizagem de língua estrangeira é incontestável. Nesse ínterim, a oferta de possibilidades para a aprendizagem de língua estrangeira se diversifica no contexto nacional, apresentando características peculiares quando se comparam instituições e sistemas de ensino.
Corbari (2006) destaca que os critérios para a escolha de uma língua estrangeira no contexto brasileiro seguem diversas naturezas. Também comenta que de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs são três os critérios: fatores históricos, os relativos às comunidades locais e os relativos às tradições. Para o autor, os critérios devem estar relacionados ao mundo onde a instituição de ensino está inserida, ofertando ao educando a possibilidade de estar inserido em sua comunidade, mas também a opção de poder globalizar seus conhecimentos e sua comunicação.
Os PCNs (2000) revelam que a linguagem proporciona o conhecimento, o pensamento e a comunicação e todas as suas formas, além da ação e dos modos de agir. E a linguagem que movimenta o homem em seu contexto social, revela sua criatividade, a sua cultura. Aponta, ainda, que a compreensão de uma língua estrangeira possibilita uma visão do mundo e das diversas culturas, permitindo o acesso às informações e à comunicação internacional, desenvolvendo-se assim na sociedade moderna atual.
A LDB (1996) dita como obrigatória a inclusão do ensino de língua estrangeira a partir da quinta série, cabendo à comunidade escolar escolher a que melhor se encaixe nos moldes da instituição e no contexto que a instituição está incluída. Com a importância devida, os PCNs (1998) mostram que a aprendizagem da língua estrangeira garante ao aluno um engajamento, a capacidade de discursar e manter discursos, a construção e o envolvimento nos processos sociais.
Ao discutir sobre os PCNs no ensino da língua estrangeira, Souza e Dias (2012) destacam o ensino da língua voltada ao aluno, contribuindo para suas habilidades comunicativas, a ampliação cultural, a compreensão das formas de comunicação. É nesse processo que defendem a adequação da linguística do ambiente, que deve ser envolver o contexto na aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
Para que o estudo de uma língua estrangeira ocorra de fato, é preciso que alguns propósitos possam ser atingidos, como relata Corbari (2006) quando fala que os conteúdos trabalhados devem estar relacionados à realidade do aluno e de seu entorno. Além disso, enfatiza a importância de promover situações reais onde o aluno possa utilizar da língua estrangeira para se comunicar no seu cotidiano.
Para Corbari (2006) a utilização de recursos visuais é muito valiosa para a construção da linguagem, bem como os termos, vocábulos apropriados, atuais. O autor ressalta, citando os PCNs, que é importante abordar temas relacionados ao meio do aluno, com termos e vocábulos do seu conhecimento.
Assim, o estudo da língua estrangeira no ensino brasileiro deve se reverter em um processo mais amplo que a simples oferta de uma disciplina, ampliando para se tornar um motivo histórico de cooperação com os países vizinhos. É diante disso que ao associar a cultura às aulas de língua estrangeira, se cria uma ligação a consciência crítica.
Enquanto os aspectos mais estruturais da língua, suas características morfológicas, sintáticas e fonéticas, ampliam a capacidade intelectual, desenvolvem o raciocínio lógico do aluno; a cultura, por sua vez, toca em sua subjetividade, contribuindo para a ampliação dos aspectos emocionais envolvidos no processo de aprendizagem de uma língua estrangeira, os quais têm importância capital no intento de alcançar os objetivos propostos. (Gasparotto e Fleck, 2010, p. 248).
O ensino precisa conectar a aprendizagem ao mundo, dando margens à criação de laços de multiculturais. Nesse sentido, Gasparotto e Fleck (2010, p. 249) enfatizam que “... um dos objetivos do ensino de língua estrangeira é o desenvolvimento da chamada competência comunicativa, o desenvolvimento simultâneo e integrado das dimensões que configuram essa competência e que permitirão ao estudante utilizar a língua de forma correta e adequada. ” Portanto, o ensino de língua estrangeira dentro da educação brasileira precisa ser mais que apenas mais uma disciplina aleatória que compõe a matriz curricular, para proporcionar ao aluno a competência comunicativa essencial para sua conexão com o mundo.
A competência linguística diz respeito ao ato de compreender, ter a competência para entender uma situação de fala, com produção e entendimento de frases, conhecimentos das regras gramaticais da língua em que se está falando (OLIVEIRA, 2009).
Para Monteiro et al (2013), citando o fundador da gramática generativa – Chomsky (1957) a competência comunicativa dá referência ao ato de produzir e compreender um número ilimitado de frases. Os autores descrevem ainda que a competência comunicativa é a habilidade que o indivíduo tem de falar com o outro, clara, coerente e eficazmente.
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