O Gênero Textual Entrevista

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO        3

1        TEMA DO PROJETO        5

2        JUSTIFICATIVA        6

3        SÉRIE/ANO A QUE O PROJETO SE DESTINA        11

4        OBJETIVOS        11

5        PROBLEMATIZAÇÃO        12

6        CONTEÚDOS CURRICULARES        13

7        O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO (METODOLOGIA)        14

8        TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO        16

9        RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS        18

10        AVALIAÇÃO        18

CONSIDERAÇÕES FINAIS        19

REFERÊNCIAS        20

APÊNDICE         21

INTRODUÇÃO

O ensino de Língua Portuguesa está sempre atrelado a um conjunto de regras a serem seguidas no uso da língua padrão. Subdividindo a mesma em: Gramáticas normativas; Gramáticas descritivas; e Gramáticas internalizadas. No entanto, comumente a escrita e a fala distorcem essas regras através de padronizações socialmente construídas ao longo do tempo.

Considerando o misto entre formas do uso padrão da língua e variações que ocorrem influenciadas pelas transformações, sociais, econômicas e educativas surgiram os gêneros textuais. Que são nada mais que um agrupamento de produções textuais com características similares.

Partindo dessa abordagem de gêneros textuais que se traz o tema gênero entrevista para o debate. Busca-se refletir como ensinar esse gênero nas escolas não enfadonhas. Pois, na maioria das vezes os gêneros são apresentados todos de forma superficial para cumprir os artificialismos e pretextos impostos pela escola, e contemplar o currículo sem despertar o real interesse do aluno.

 Com isso, a interação entre aprendiz, professor e mundo foi ficando cada vez mais distorcida, desviando-os de propósitos como a função significativa e prazerosa, a reflexão, a discussão, a produção de novos significados.

O que se propõe neste projeto é contemplar uma fundamentação teórica voltada para a discussão do gênero textual entrevista dentro da teoria Sóciodiscursiva. Apresentar elementos que demonstrem que é preciso a participação critica dos alunos e interação com esse conteúdo de forma criativa.

A revisão da literatura se propõe a responder questões como por que estudar gêneros? Como essas reflexões vão auxiliar no ensino de língua portuguesa? Mais especificamente, quais os importantes elementos do ensino de língua portuguesa e gramática são trabalhados quando se estuda o gênero textual entrevista?

Feitas essas considerações teóricas, o objetivo do projeto é levar o gênero textual entrevista para perto dos alunos e estimula-los vinculando sua realidade as experiências das entrevistas, bem como trabalhar questões pertinentes a escrita, leitura, comunicação e publicação de informações.

Para alcançar tal objetivo anteriormente a elaboração das ações do projeto foi feita uma pesquisa bibliográfica qualitativa de teóricos como BAKHTIN (1992) e MARCUSCHI (2002). Em seguida foram considerados os parâmetros curriculares para ensino de Língua Portuguesa aos alunos do 1º ano do Ensino Médio. E assim desenvolvida uma sequência didática de nove passos.

Espera-se que esse projeto seja algo positivo no aprendizado dos alunos, mas que não esgota o assunto. Destaca-se que não há soluções mágicas. Não há fórmulas únicas. Há construção de projetos coletivos que procuram cercar as dificuldades dos alunos e tentar alternativas que contém com a participação de todos os segmentos da comunidade escolar.

1. TEMA DO PROJETO

A escolha de um tema para estudo é sempre difícil, pois muitos elementos devem ser considerados para atender a proposta do projeto de ensino. No caso específico do Curso de Letras deve-se ter atenção redobrada, pois o ensino de Língua Portuguesa e suas variantes são molas propulsoras para o desenvolvimento nas demais disciplinas.

Nesse sentido, buscou-se trabalhar o tema Gênero Textual: entrevista, que implica em troca de conhecimentos entre professor e aluno em seu desenvolvimento dentro da sala de aula, além de instigar a participação crítica, formação de consciência sobre diversos assuntos e abordar aspectos sócio comunicativos. No quesito gramatical explorar conceitos já trabalhados em sala e da gramática reflexiva. O gênero textual entrevista permite ainda, explorar práticas de uso da língua – leitura, produção oral e escrita.  (TRAVAGLIA, 1996).

1. JUSTIFICATIVA

A comunicação é o motor das relações humanas, embora cada espécie humana tenha uma forma particular, a comunicação é o meio de organização da vida em sociedade. Dentro desse contexto, as variadas formas de comunicação, verbais ou não-verbais e seus registros estão organizados de acordo com suas características peculiares, delimitadas através do tempo, que permitem ao leitor identificar qual a intenção de quem escreve por particularidades como formato do texto e linguagem. A esse agrupamento de informações chamamos gêneros textuais.

BAKHTIN (1992) é uma importante referência literária quando se trata do uso da língua e suas formas de discurso. Para o autor, quando um texto é escrito ele transita todas as formas discursivas possíveis, e diferentes formas de combinação de palavras e léxicos, que vai caracterizar a qual gênero esse discurso ira pertencer. Sendo este material a expressão da intencionalidade do autor ao se pronunciar.

Sobre o conceito de gênero SWALES (1990) explana que^[1]:

Um gênero compreende uma classe de eventos comunicativos cujos exemplares compartilham os mesmos propósitos comunicativos. Esses propósitos são reconhecidos pelos membros mais experientes da comunidade discursiva original e constituem a razão do gênero. A razão subjacente dá o contorno da estrutura esquemática do discurso e influencia e restringe as escolhas de conteúdo e estilo. O propósito comunicativo é o critério que é privilegiado e que faz com que o escopo do gênero se mantenha enfocado estreitamente em determinada ação retórica compatível com o gênero. Além do propósito, os exemplares do gênero demonstram padrões semelhantes, mas com variações em termos de estrutura, estilo, conteúdo e público-alvo. Se forem realizadas todas as expectativas em relação àquilo que é altamente provável para o gênero, o exemplar será visto pela comunidade discursiva original como um protótipo. (SWALES, 1990: 58)