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O SENSO COMUM: Dos filósofos contemporâneos à pedagogia socialista

Por:   •  8/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.829 Palavras (12 Páginas)  •  133 Visualizações

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SENSO COMUM: dos filósofos contemporâneos à pedagogia socialista

Século XXI e vários avanços científicos e tecnológicos. Contudo, vivemos, desde sempre, cercados por um véu de aceitação da realidade que cega a população desde os primórdios. Porém, para conseguirmos chegar nessas conquistas, foram necessárias pessoas comprometidas a romper com esse “contrato” de aceitação criado ao decorrer da humanidade.

Foi preciso de Galileu Galilei para 350 anos após sua morte para a Igreja Católica concordar que a terra era de fato redonda; Foi preciso Leonardo da Vinci para começar de fato o estudo da anatomia da qual conhecemos hoje. Por fim, foi necessário Alan Turing na década de 1930 criar o primeiro projeto de computador para termos a tecnologia que possuímos hoje em dia e que tanto ajuda nossa rotina e outros avanços.

Porém, apesar desses grandes gênios, é mais do que necessário iluminarmos grandes filósofos que, apesar de não terem criado feitos tão “memoráveis” para campos mais óbvios, influenciaram o pensamento conjunto da época e trouxeram a luz do esclarecimento para nossa cultura, contribuindo, assim, para a manutenção do senso comum.

Podemos começar por Sócrates e o seu pioneirismo na busca das respostas íntimas e que deu a oportunidade do começo de novos pontos de vista e pensamentos. Depois, podemos passar por seu inteligentíssimo discípulo, Platão, e marcar sua inegável contribuição para o que conhecemos sobre o mundo pedagógico. Iniciada na Grécia Antiga, Platão foi de fato quem iniciou o pensamento de como seria a educação ideal para as futuras gerações. Esses seus pensamentos, além de romperem com a rotina da educação da época, foi detalhada em seu livro A República.

Séculos depois e após a perda do controle total da Igreja nos pensamentos críticos das pessoas, diversos pensadores iniciaram suas teses valorizando a importância da razão para o mundo. Assim, foram desenvolvidas duas linhas de pensamento que influenciaram a visão de mundo que temos hoje das conquistas ao nosso redor: o empirismo e o racionalismo.

Para começar, falarei primeiramente sobre o pensamento empirista e a sua luta pela razão – que também era a missão dos racionalistas, apesar de terem pontos de vistas diferentes. Primeiramente, o empirismo tem como porta-voz principal o inglês Francis Bacon (1561-1626) que também é conhecido como “fundador da ciência moderna”. Com isso em mente, podemos resumir o pensamento de Bacon e de todos os empiristas, na busca de respostas através de experimentos e usar a razão para legitimar ou não os experimentos, o que, atualmente, possui importância no método científico.

Contudo, para os racionalistas a busca pela verdade pendia para outro lado. Para o racionalismo, absolutamente todo conhecimento real já possui princípio na razão. Para eles, seguir a lógica era a única forma de chegar na verdade. Assim como no empirismo, o racionalismo também possuía um patrono extremamente bem colocado. Nesse caso, o francês René Descartes (1596-1650) era o responsável por levantar a bandeira da causa. Assim como Bacon, Descartes é considerado o “fundador da filosofia moderna”.

Apesar de ambos tiverem tido impactos verdadeiros para a pedagogia a qual conhecemos, foi Descartes que de fato introduziu sua marca em uma área que é muito vista nas escolas ao redor do mundo e através do tempo. O francês também é criador da geometria analítica após criar as coordenadas cartesianas, que basicamente junta álgebra e geometria. Além disso, é possível associar essa feliz descoberta com um trecho de Luckesi, “Acostumamo-nos, afinal de contas, a todas essas apropriações e, raramente, nos perguntamos se existem outras possibilidades de explicação para tudo que observamos, vivenciamos e participamos.” (LUCKESI, p. 95). Então fica claro que, ao contrário do esperado, Descartes de fato rompeu o óbvio e evoluiu a matemática para outro nível, até os dias atuais.

Após isso, já na era moderna, a filosofia encontrava-se sempre “atrasada” em relação à ciência – que se esforçava em descobrir de fato novos feitos através de experiências. Aproveitando a baixa do empirismo e do racionalismo, surgiu, assim, um pensador capaz de ser o meio termo para esse empate. O alemão Immanuel Kant (1724-1804) acreditava que os pensadores anteriores estavam precipitados pois existia um pouco de todos os pontos de vista. Dessa forma, Kant afirma que a origem do conhecimento tem interação entre ser humano-objeto, no qual alavancou o método científico da época e está presente nos dias atuais.

Ainda na era moderna, o naturalismo surgiu com força e marcou diversas áreas de conhecimento, tal como a literatura. Os naturalistas acreditavam que, diferente de como vivemos, é necessário a população retornar os princípios que a natureza prega – tais como sabedoria e paz - e consideravam a civilização o princípio de todas as problemáticas da sociedade. Além disso, mas igual a todas as correntes, o naturalismo encontrou no franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) o seu maior representante. Rousseau defendia que o ser humano é bom por natureza e que, ao decorrer da vida, a sociedade (que é comprometida de falhas) o corrompe e destrói sua essência pura.

Ainda nesse pensamento, Rousseau explicou ainda mais o impacto negativo da sociedade quando citou sua tese de “bom selvagem”, que tem base no pensamento e comportamento infantil. Para ele, no início da vida como crianças, somos indubitavelmente bons e, ao decorrer das nossas interações com o mundo de verdade, copiamos suas maneiras e problemáticas, tais como o egoísmo e preconceitos. Assim, para ele, depois de corrompidos pela sociedade, nunca mais seremos capazes de voltar às nossas origens.

Logo após, Rousseau aprofundou-se no mundo das crianças quando em 1762 escreveu um romance pedagógico extremamente importante chamado de Emílio ou Da educação. No livro, ele conta a história de Emílio, um menino órfão e o acompanha de seus primeiros passos na vida até seu matrimônio. Seu livro, também conhecido por romance tese, ele afirma que é necessário deixar que a criança amadureça desenvolvendo seus próprios modos de vida. O filósofo também argumenta que o educador deve priorizar a natureza da criança, desenvolvendo assim a educação negativa, que batia com o modelo de educação já vigente na época, a educação positiva, que conduzia os alunos ao aprimoramento da intelectualidade do indivíduo.

Apesar de sua teoria ir de encontro com uma marcante fala de Luckesi (“A atividade de docência tornou-se uma rotina comum, sem que se pergunte se ela implica ou não decisões contínuas, constantes e precisas, a partir

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