O homem domesticado
Por: Ravyla Emanueli • 21/6/2017 • Projeto de pesquisa • 446 Palavras (2 Páginas) • 246 Visualizações
O homem domesticado
No princípio, entre 5 e 6 milhões de anos atrás, era o macaco. Depois apareceram os hominídeos e os antepassados dos chimpanzés em regiões diferentes da África tropical. Alguns hominídeos de mais de 4 milhões eram bípedes, se bem que suas vidas ainda estavam muito ligadas à floresta. Seu alimento era quase completamente vegetal. (e o “quase” se deve a que os chimpanzés também consomem insetos e, quando podem, caçam pequenos mamíferos).
Há 2,5 milhões de anos, a evolução produziu um tipo de hominídeo, o Homo habilis, que tinha um cérebro maior. Depois de pouco tempo, apareceu um hominídeo realmente novo, o Homo ergaster. Seu cérebro era muito maior que o de qualquer chimpanzé e seu crescimento, mais lento. Esses hominídeos – ou melhor, humanos – da espécie Homo ergaster começavam a criar ao seu redor um meio social e cultural que lhe dava uma independência cada vez maior perante o meio físico, e assim suas populações aumentaram. Graças a isso, puderam se espalhar pela Eurásia há mais de 1,5 milhão de anos e superar a dura prova climática e ecológica que lhes apresentavam as latitudes, afastadas do Equador.
Na Europa, os humanos evoluíram em condições de isolamento para produzir uma espécie autóctone: os neandertais. Os neandertais tinham um grande cérebro, que utilizavam para se comunicar entre si, para controlar fogo e para fabricar utensílios muito elaborados. Ocorreu uma grande expansão cerebral, e com isso se passou de maneira independente na Europa e na África, os resultados foram diferentes. Um deles é nossa fabulosa linguagem articulada, a serviço de uma capacidade única para manejar símbolos, ou, dito de outra maneira, para contar histórias e criar mundos fictícios. Essa é a nossa hiperespecialização, a criatividade, e ocorreu no ramo africano da evolução humana, e não no europeu. Os neandertais e os humanos modernos eram diferentes no que diz respeito ao tipo físico, mas também no crânio e na capacidade de articular sons. Os humanos, a parti do Homo habilis, especializaram-se na inteligência, do mesmo modo que as aves fizeram a mesma coisa no vôo. Nossos antepassados africanos eram também mais forte e ao mesmo tempo cada mais inteligentes. Os neandertais eram autênticos colossos, com uma grande capacidade torácica e pulmonar.
Apesar das diferenças de cor, tipo de cabelo, forma dos olhos, e uns poucos traços mais, somos todos parecidos. As teses racistas não são apenas eticamente abomináveis, como também são cientificamente falsas.
Alguém escreveu que, quando uma língua morre, aqueles que a tinham falado no passado morrem pela segunda vez. E ocorreu algo ainda mais terrível: também a natureza deixou de falar com o homem.
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