Olhos D'água - Conceição
Por: Thiago C. Monteiro • 23/8/2019 • Seminário • 731 Palavras (3 Páginas) • 196 Visualizações
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universidade veiga de almeida
graduação em Letras português/inglês
Cabo frio - rio de janeiro
thiago césar garcia da silva monteiro
av 2 - LITERATURA E OUTRAS SÉRIES CULTURAIS
cabo frio, rj
2019
Sumário
EPÍSTOLA DEDICADA ............................................................................................ 02 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 04
EPÍSTOLA DEDICADA
De Thiago Monteiro 21 de agosto de 2019
Para: Joseph Joestar
Como vai meu amigo? Não te vejo desde que decidiu viajar o mundo em busca de respostas pessoais, sei que a perda de um ente querido é devastadora e compreendo que tal fato faz com que a nossa mente, percepção e crenças entrem em descrédito. De qualquer, forma, como havia prometido, lhe disse que sempre mandaria cartas até o seu regresso, e aqui estou eu, cumprindo minha promessa e te indicando uma leitura que tenho certeza que irá desfrutar bastante entre suas viagens.
Gostaria que você lesse um conto chamado de olhos d’água da autora Conceição Evaristo, uma escritora mineira que nasceu em uma favela de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e foi criada em um ambiente pobre com sua mãe e nove irmãos. Por um tempo, ela precisou conciliar os estudos enquanto trabalhava como empregada doméstica e aos 25 anos, se mudou para o Rio de Janeiro e estudou Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com quem essa pessoa se parece? Te lembra alguém? É importante também dizer que ela tem como marca registrada, relatos de vivência de grupos minoritários, raças e etnias. Obra essa, que evidencia a violência urbana e a desigualdade social, principalmente em relação às mulheres negras.
O conto basicamente se inicia com o questionamento da narradora, onde a mesma se pergunta: - “Afinal, qual é a cor dos olhos da minha mãe?”. Ela que no momento está com sua filha e logo, decide por encontrar essa mãe, ela então, vai de encontro a ela e quando a encontra, se pega vislumbrando o olhar de sua mãe e diz apenas isso: “Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz. Mas, eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, serenamente em si, águas correntezas. Por isso, prantos e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de minha mãe era cor de olhos d’água. Águas de Mamãe Oxum! Rios calmos, mas profundos e enganosos para quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim, águas de Mamãe Oxum.”
Então, meu caro amigo, apenas com esse trecho creio que eu esteja obtendo sucesso em aguçar sua curiosidade literária com esta prosa poética destacada do texto que te indico, assim como a notável influência da cultura afro, utilizando termos e atribuindo nomes à personagens. Você, meu jovem, que é um entusiasta sobre todo e qualquer aspecto das origens e cultura dos povos com alta concentração de melanina em vossas dermes, irá adorar todos os contos desta autora, devo informar, que Olhos d’água é apenas um conto contido no livro Na ponta do lápis que reúne participações de alunos e professores neste incrível mundo literário.
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