Os Deuses Os Homens. Tradução Rosa Freire d´Aguiar
Por: jubzaz • 19/3/2024 • Resenha • 553 Palavras (3 Páginas) • 79 Visualizações
Os Deuses Os Homens. Tradução Rosa Freire d´Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Assim se inverte o que é propriamente acima dos humanos: por mais forte, poderoso, inteligente e soberano que seja um homem, chega o dia em que o tempo destrói, a idade lhe pesa e que, por conseguinte, o rebento por ele gerado, o menininho que pulava em seus joelhos, que ele protegia e alimentava, torna-se um homem mais forte que o pai de destinado a tomar seu lugar. (Pag 80).
No conflito que opõe Zeus e Prometeu nesse mundo divino, a arma que o titã guardem reserva, a carta que Tem na manga, é que ele, e só ele, conhece o terrível segredo: se Zeus realizar seu desejo, se conseguir se unir a Tétis, o filho deles lhe inflingirá um dia o que ele mesmo inflingiu o seu pai Crono e este seu pai Urano. E, no caso, a luta das gerações, a rivalidade que opõe moços e velhos, o filho e o pai, interviria para sempre no mundo divino e questionaria a ordem que Zeus quis que fosse imutável, tal qual, como soberano do universo, a instituiu. (Pag. 80)
Não,os deuses são magnânimos, e vão jogar para cima dos homens essa fatalidade que faz com que, chegada a hora, seja preciso ceder lugar aos moços. Tetis gerará um filho mortal, extraordinário em todos os pontos de vista, e que em todos os aspectos superará o pai: um herói modelo, que representa, no mundo dos homens, o climax das virtudes guerreiras.Ele será o melhor, o inigualável. (Pag. 81)
como Quíron, representam um modelo de sabedoria,de coragem, de todas as virtudes que um jovem deve assimilar para se tornar um verdadeiro personagem heróico: caçar, saber manejar todas as armas, cantar, dançar, raciocinar,nunca perder o domínio de si. É isso que o centauro Quíron vai ensinar a diversos meninos e sobretudo a Aquiles. (Pag. 83)
As raízes dessa guerra não estão apenas nos acasos da história humana,pois resultam de uma situação bem mais complexa, que decorre da natureza das relações entre os deuses e os homens. os deuses não querem conhecer o envelhecimento, a luta entre as sucessivas gerações; destinam tudo isso aos homens, ao mesmo tempo que lhes oferecemesposas divinas. (Pag 84)
Mais uma vez, é um simples mortal quem deverá se encarregar do assunto. Mais uma vez os deuses vão empurrar para os homens a responsabilidade das decisões que eles se recusam a tomar, assim como lhes destinaram as desgraças ou as sinas funestas que não queriam para si mesmos. (Pag. 85)
O jovem, ele mesmo ainda um selvagem, deve fazer ali o aprendizado das virtudes da coragem,da resistência e do autodomínio, que tornam o homem heróico. (Pag. 85)
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O que faziam os antigos nesses casos, ou seja, fadar o filho à morte, sem matá-lo: abandoná-lo. Príamo confia a criança a um pastor para que ele a abandone, sem comida, sem cuidados, sem defesa,nesse mesmo lugar ermo onde a juventude heróica da montanha afastada dos humanos e entregue às feras selvagens. (Pag 86)
Quando por acaso reaparece, apresenta qualidade que decorrem justamente do fato de que, destinada à morte, passou por essa prova e conseguiu se salvar. Ter cruzado, ao nascer as portas da morte, e de forma vitoriosa, confere ao sobrevivente o brilho de um ser de exceção,
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