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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS

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Por:   •  3/9/2014  •  Artigo  •  2.250 Palavras (9 Páginas)  •  247 Visualizações

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A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR INFANTIL

Rita Melissa Lepre

RESUMO:

Neste breve artigo relataremos um extrato de uma pesquisa realizada com educadoras infantis que teve como tema as contribuições da Psicologia da Educação para sua formação. Por meio de um questionário aberto, que também pesquisou outros temas, abordamos a importância da disciplina Psicologia da Educação na formação das educadoras, assim como os conteúdos estudados e sua relação com os demais componentes curriculares. Encontramos que a disciplina Psicologia da Educação cursada por essas educadoras, nos cursos de Pedagogia, deu ênfase, senão exclusividade, à dimensão cognitiva do aluno em detrimento das dimensões afetivas e sociais. Concluímos que seja qual for o paradigma orientador dessa disciplina ele deve estar vinculado ao objetivo da Educação que é o de formar cidadãos críticos comprometidos com a transformação social.

Palavras-chave: Educação, Formação de educadores, Psicologia da Educação.

A relação entre Educação e Psicologia data do reconhecimento dessa última enquanto ciência, no século XIX. Desde então essas duas áreas do conhecimento humano estabelecem diálogos íntimos, que ganham contornos diferentes de acordo com o contexto no qual se desenrolam.

Na área da Educação Infantil o contrato inicial estabelecido com a Psicologia pregava a definição de normas de comportamento, o estabelecimento de parâmetros de classificação e as condições de normalidade relacionadas ao desenvolvimento humano, elegendo a Psicologia como uma área “dona de um saber específico” imprescindível à Educação. Essa Psicologia inicial, de cunho inatista, trazia uma visão naturalizante, individualista e elitista de homem.

Ao focar as diferenças individuais e estabelecer os parâmetros de normalidade, a Psicologia estabeleceu uma parceria ideológica com a Educação ao reforçar a idéia de um indivíduo isolado do meio social, a-histórico e dotados de características naturais próprias da sua espécie.

Alguns momentos na evolução da relação Psicologia-Educação podem ser facilmente detectados. Um primeiro momento revelou uma relação que propunha um olhar diagnóstico para o aluno. Foi o primado da psicologia das diferenças individuais, pautada na visão inatista de desenvolvimento e aprendizagem. Na escola os testes psicométricos (Q.I.) revelavam gênios, medíocres e incapazes profetizando o futuro escolar das crianças. Tal futuro se auto-realizava a partir das crenças suscitadas pelos números obtidos nos testes e aceitos pela escola como sentenças de sucesso ou fracasso. A Psicologia apoiava a escola na culpabilização do aluno pelo não-aprender e as questões institucionais não eram discutidas e nem, ao menos, tocadas. Termos médicos como hiperatividade, dislexia, déficit de atenção e outros invadiram o cotidiano escolar e rotularam comportamentos e dificuldades de aprendizagem.

A Educação, endossada pela Psicologia, passou a lidar mais facilmente com questões como indisciplina, desmotivação e dificuldades de aprendizagem, uma vez que tais questões estariam diretamente ligadas a fatores médicos, localizados no indivíduo. A relação pedagógica, o papel da escola e as relações sociais estabelecidas dentro dela ficavam, portanto, não passíveis de análise, já que as explicações sobre o “mal” comportamento e a “não-aprendizagem” encontravam-se na própria criança. Os rótulos livravam a escola de uma análise mais comprometida e a poupavam de ter que enfrentar questões nas quais o óbvio não é dado à priori e as explicações não se encontram nos consultórios médicos, mas sim numa revisão do cotidiano escolar.

Um segundo momento caracterizou-se pelo olhar diagnóstico para a família e para as diferenças de classes sociais. A teoria da “carência cultural” ganhou espaço na escola, culpabilizando a condição social das crianças e suas famílias pelo seu fracasso escolar. A psicologia pautava-se na visão ambientalista de desenvolvimento e aprendizagem, defendendo a idéia de que o ser humano nasce como uma “folha em branco” que será impressa graças às pressões do meio.

Tal crença propunha aos professores ações extremamente diretivas, uma vez que esses deveriam planejar e executar planos de ensino com objetivos claros e pré-definidos. Nesta concepção não havia espaço para a espontaneidade da infância: sua capacidade de imaginação, fantasia e criação.

O momento seguinte, após a década de 70, revelou uma Psicologia crítica que buscava realizar um olhar diagnóstico para a sociedade e as instituições escolares. Houve forte influência das teorias crítico-reprodutivistas (Althusser, Bourdieu e outros) que entendiam a escola como um “aparelho” ideológico do Estado, reproduzindo a desigualdade de classes e mantendo os membros de classes inferiores nos patamares educacionais mais baixos. A atuação psicológica estava vinculada à psicologia institucional, atuando na crítica à produção escolar.

Atualmente a Psicologia busca um diálogo com a Educação tentando fazer parte de seu cotidiano, para que possa entender seu funcionamento a partir de dentro. A Psicologia não pretende colocar-se como a ciência que determina o que é normal ou patológico e que define critérios de avaliação do desenvolvimento infantil. Construir objetos de pesquisa com a Educação (e não para a Educação) e entender o contexto educativo como um microssistema social é o que deve buscar a Psicologia em sua relação com a Educação.

Na Educação Infantil a parceria propõe esforços no sentido de alcançar o objetivo dessa modalidade de ensino que é o desenvolvimento integral da criança num ambiente socializador, considerando a infância em suas especificidades.

Método

A pesquisa foi realizada com educadoras de uma instituição de Educação Infantil ligada a uma Universidade do estado de São Paulo. Aplicamos um questionário aberto que buscou caracterizar, entre outras temáticas, a importância da disciplina Psicologia da Educação na formação das educadoras. As perguntas relacionadas a esse tema foram as seguintes: - No seu curso de formação, você cursou a disciplina Psicologia da Educação? Qual a carga horária? – Quais os conteúdos que estudou nessa disciplina? Cite alguns. – Qual a importância da Psicologia da Educação

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