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Relativizando, Resumo

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Por:   •  18/11/2013  •  1.219 Palavras (5 Páginas)  •  466 Visualizações

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Primeira parte

A ANTROPOLOGIA NO QUADRO DAS CIÊNCIAS

1 – Ciências naturais e Ciências Sociais.

“As ciências naturais estudam fatos simples e são facilmente isoláveis. Tais fenômenos seriam facilmente, por isso mesmo, recorrentes e sincrônicos [...] a matéria prima da ciência natural, portanto, é todo o conjunto de fatos que se repetem e tem uma constância verdadeiramente sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e, assim, reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório.” P.17.

“As chamadas ciências sociais estudam fenômenos complexos, situados em plano de causalidade e determinação complicados. Nos eventos que constituem a matéria prima do antropólogo, do sociólogo, do historiador, do cientista político, do economista e do psicólogo, não é fácil isolar causas e motivações exclusivas.”

“A matéria-prima das ciências sociais, assim, são eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o ator, as relações existentes num dado momento e, ainda, com a sua posição numa cadeia de eventos anteriores e posteriores.” P. 19.

“Mesmo que possamos reunir os mesmos personagens, músicas, comidas, vestes e mobiliário do passado, ainda assim podemos dizer que está faltando algo: a atmosfera da época, o clima do momento. [...] O conjunto criado pela ocasião social que de certo modo decola dela e, recaindo sobre ela, provoca o que podemos chamar de “sobredeterminações”, como uma imagem projetada numa tela ou num espelho.”

“Nas ciência naturais os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados dentro de condições de laboratório.” P. 20.

“Assim, uma das diferenças básicas entre os dois ramos do conhecimento era que os fatos sociais são , geralmente, irreproduzíveis em condições controladas.”

2 – Uma Diferença Crucial.

“Nas ciências sociais trabalhamos como fenômenos que estão bem perto de nós, pois pretendemos estudar eventos humanos, fatos que nos pertencem integralmente.” Nas ciências da natureza isto não é possível, uma vez que, por exemplo, não podemos interagir com animais.

A relação entre o ser pesquisador e o pesquisado “é um dado fundamental e revolucionário, pois foi somente a partir do início desse século que nós antropólogos sociais temos procurado testar nossas interpretações nesses dois níveis: no da nossa sociedade e cultura e também no nível da sociedade estudada, com o próprio nativo. [...] Porque quando apresento a minha teoria ao meu “objeto” eu não só estou me abrindo para uma relativização dos meus parâmetros epistemológicos, como também fazendo nascer um plano de debate inovador: aquele formado por uma dialética entre o fato interno, com o fato externo. E essa dialética acaba por inventar um plano comparativo fundado na reflexividade, na circularidade e na crítica sociológica, o que radicalmente diferente da comparação bem comportada, onde a consciência do observador fica inteiramente de fora, como uma espécie de computador cósmico, a ela sendo atribuída a capacidade de tudo dar sentido sem nunca se colocar no seu próprio esquema comparativo”.p.

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